A importância de se sentir parte de algo (Especial Pride Month de NPU)
Uma vez, escutei o humorista Thiago Ventura dizer: "Se tem espaço no palco para todo mundo, porque insistimos em tirar o holofote das pessoas?".
É irônico como um humorista conseguiu me impactar seriamente com uma frase em um show de stand-up, mas não é a primeira vez que a questão da representatividade foi palco de discussões.
Eu ainda sou muito jovem e tenho muito o que aprender sobre pessoas, sobre a vida e sobre realidades diferentes da minha. E posso dizer que Neo Pokémon Unova é uma excelente escola para isso. Escrever histórias quase sempre é sobre nós e sobre nosso redor, mas qualquer escritor sabe a importância de expandir os horizontes e fugir da sua zona de conforto.
E essa expansão de horizonte não está apenas relacionado com o famoso repertório, mas sim, de atingir mais pessoas.
O mês de Junho é conhecido como o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+. O mês remete a história da luta contra a homofobia na Revolta de Stonewall em Nova Iorque. A sigla, que na década de 90 era apenas conhecida como GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), se modificou ao longo dos anos para incluir cada vez mais pessoas.
De acordo com o site Orientando, a sigla é a junção das iniciais de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Queer, Intersexo, Assexuais/Arromânticos/Agênero, Pan/Polissexuais, Não-binários e mais.
OK, mas o que isso tem haver com Neo Pokémon Unova?
Não é novidade que personagens LGBTQIAPN+ estão presentes na fanfic, mas eu comecei esse artigo falando sobre ter espaço no palco para todos. E esse mês me faz refletir sobre um assunto importante: a representatividade.
É claro que, desde o começo, o Hilbert foi uma alusão a pessoas com deficiência e os desafios que a sociedade impõe, além do Jackson ser um representando da justiça social e do movimento negro. Porém, e as questões de sexualidade, e de gênero?
Eu já recebi diversos comentários sobre quanto os leitores são apegados ao meus personagens e como se divertem e se emocionam com eles. Mas como uma autora jovem e que está aprendendo, eu aprendi a me questionar: As pessoas se identificam com meus personagens?
Recentemente, eu tive a oportunidade de assistir The Owl House, que trouxe para nós uma história cativante e personagens memoráveis, desde os protagonistas até os secundários e figurantes. Mas o que mais me chamou a atenção era como Dana Terrace trouxe para nós a importância de trazer personagens de diversas sexualidades e gêneros. Com a história terminada de maneira precoce (maldita Disney), algumas perguntas ficaram, dentre elas, a questão sobre a sexualidade de dois personagens que foi confirmada pela autora em live.
Não era só sobre acrescentar características e dar profundidade ao personagem, e sim, sobre fazer as pessoas enxergarem neles um espelho, um ponto de conforto, um lugar seguro.
Ser autora é se comunicar. Você se comunica com seus leitores e com seus personagens. E é claro, que uma reflexão sobre a representatividade fez com que minhas crianças me contassem sobre como elas se sentem. E é por isso que eu quero trazer para vocês alguns fatos.
HILBERT
Quando eu criei o Hilbert, personagens chamados de "sunshine ou solzinho" foram minha principal inspiração. Esses personagens possuem um charme natural que atrai as pessoas, são miss simpatias e são altruístas. Obviamente a sexualidade não é influenciada pela sua personalidade, mas essa adição ao Hilbert me faz conhecer cada vez mais meu menino.
Mesmo assim, posso dizer que parte disso é uma pequena homenagem a pessoas bissexuais que me rodeiam, como o Leucro de NPJ, o Welfie de NPG e até mesmo a prima da autora.
INARI
Inari é demissexual! Pessoas demi são pessoas do espectro assexual/arromântico/etc. que podem sentir atração apenas caso exista uma conexão especial prévia com quem é alvo da atração. No caso da Inari, ela apenas sente atração sexual quando tem forte conexão com a pessoa.
Essa é mais uma das minhas características na Inari. Por volta do ano passado eu me descobri demi-hétero e confesso que essa descoberta foi uma das coisas que mais me ajudou a me entender a aprender a conhecer meus próprios limites.
NATURAL
Saindo agora dos protagonistas, temos N, que, parecido com a Inari, é demirromântico!
Esse é o personagem que mais deu dicas sobre sua sexualidade, no capítulo 20, o rei dos Plasmas tem uma interação romântica com uma dAs Virtudes, Susan, mencionando que não sabia se estava sentindo amor ou pura admiração. Isso se deve ao motivo das pessoas demirromânticas precisarem de uma conexão forte para sentirem atração. Desejamos sorte para Susan rs
DISCLAIMER: Sempre bom lembrar que O N DE NPU não está relacionado com o N da Pokémon Company. Por se tratar de uma fanfic, nenhum dos eventos são canônicos com o oficial.
SOMBRA E BIJOU
A pequena Zorua de Hilda e a fofa Cleffa de Jackson são lésbicas! Lésbica é uma mulher ou pessoa não-binária que considera ter similaridades com mulheres dentro de algum aspecto de sua identidade que sente atração apenas (ou majoritariamente, em alguns casos) por outras mulheres e/ou pessoas não-binárias que consideram ter alinhamento com o gênero mulher ou identidade de gênero similar a mulher.
Assim como os protagonistas, tanto Sombra quanto Bijou não deram pistas de sua sexualidade, mas essas duas são uma caixinha de surpresa. Na verdade, isso é só uma pista do que reserva para as duas no futuro rs
Importante mencionar que a Carol, de NPH e a Jolly de AEU, de faz parte da bandeira lésbica.
MERCURIA
A Vaporeon de Hilbert é AroAce! Essa sigla é a junção das palavras Arromântico e Assexual, sendo pessoas que não vivenciam atração romântica nem sexual, seja de forma total, parcial ou condicional.
O que eu concluo com tudo isso?
Simples, não tem o que concluir. Se me perguntarem: O que isso influencia na história? A resposta é simples: Tudo. Isso não vai mudar drasticamente como vocês conhecem NPU, mas vai abrir mais espaços para termos uma história e um universo cada vez maior.
Mas o mais importante, que também reflete o título dessa postagem: A IMPORTÂNCIA DE SE SENTIR PARTE DE ALGO. Eu espero que mesmo de forma pequena, pessoas se sintam representadas, que enxerguem nos personagens desta fanfic um espelho que reflitam elas mesmas, um ponto de conforto e um lugar que elas olhem e não sinta medo ou vergonha de serem elas mesmos.
Infelizmente eu entrei apenas na questão de sexualidade desse post, mas eu espero que as pessoas de diversos gêneros se sintam abraçadas. Vivemos em um mundo em que condenamos pessoas pelo jeito que elas se sentem bem, então, de autora de NPU, de StarChan e como Vanessa, eu abraço a todos vocês nesse mês <3
E para finalizar, parafraseando Thiago Ventura novamente: "Se você o tipo de pessoa que acha que um cara que é homossexual é doente, na minha opinião, o doente é você. Se você quiser, você pode até sair fora, a gente nem dispões da mesma opinião, tá ligado?"
Obrigada a todos que leram até aqui e que fazem parte da comunidade, que o respeito seja dado a todos no ano todo e não somente em junho. E para quem não é da comunidade, não é preciso ser para ser contra a homofobia, faça sua parte.
CONSIDERAMOS JUSTA TODAS AS FORMAS DE AMOR
Agradecimento mais que especial para o Grovy de NPD, que fez ótimas artes. SIGAM ELE NAS REDES SOCIAIS : INSTA | TWITTER | CARRD
Agradecimento também para o site ORIENTANDO
TRÊS MOTIVOS PARA VOCÊ COMEMORAR OS 3 ANOS DE NPU!
Eu poderia simplesmente que estou ocupada com minha vida pessoal, com assuntos da faculdade e até mesmo com trabalho, mas esse é o espaço que eu escolhi para um desabafo. Estamos há 3 anos juntos, temos certa intimidade para isso
Numa tradição mais longa que a família real britânica, temos o Grovy e seu Hilbert careca. Já foi dito que a gente acompanha a evolução desse menino toda vez que ele faz esse desenho |
UM MAIÔ ESCOLAR JAPONÊS. Você precisa de outro fanservice? Não, você não precisa. ONLY INARI EM SEU SEU MAIÔ. Obrigada Leucro, trouxe luz para um mundo em trevas. |
Capítulo 44
Tsuyo contava o lucro do furto realizado
quando notou que alguém tentava contatá-lo através do ponto preso em seu
ouvido. Imaginou ser Maggie, já que a garota continuava atrasada e já passara
da hora do almoço e isso o deixava insatisfeito. Quando ele aceitou a ligação,
ouviu-se a voz de Susan, umas dAs Virtudes e filha de Gorm, dos Seven Sages:
— Tsuyo, temos problemas...
— Problemas? – questionou o ninja, se
levantando, indo até o beiral do prédio, conferindo se o prédio estava cercado
ou algo do tipo.
— Estou de passagem por Castelia com o Rei
e suas irmãs – contou a mulher. – Tivemos alguns problemas envolvendo um
garotinho e seu Lillipup desaparecido.
— Isso não é uma missão muito digna para
uma membra dA Virtude – ironizou Tsuyo.
— Eu sei – ela suspirou. – O problema é
que um grupo de treinadores resolveu se juntar a “equipe de buscas”, e eles
descobriram da nossa base no esgoto, além de desconfiarem das nossas ações.
— O que sugere que façamos? – questionou o
rapaz de cabelos brancos, tendo sua atenção desviada para a chegada daquela que
ele esperava: Maggie.
A garota ruiva sentou-se no chão,
respirando fundo.
— Avisarei Mikoto para se livrar das
pistas no esgoto que denunciem quem somos – disse Susan. – E se você avistar um
Lillipup com uma coleira, por favor, me traga.
— Acho que vou ter a resposta em breve –
Tsuyo cortou a comunicação com a colega de equipe e se aproximou de Maggie. –
Você demorou – a expressão dele não era das mais amigáveis.
A Shadow Triad observava de longe,
silenciosos e desinteressados, presos em seus próprios mundos. O ninja cruzou
os braços e esperou uma resposta da garota.
— Eu tive problemas... – respondeu Maggie,
envergonhada. – Não consegui pegar nada e ainda tive que fugir da polícia
quando tentei capturar um Stoutland.
— Foi um erro ter trazido você – Tsuyo
disse, ríspido. A treinadora encolheu os ombros, envergonhada.
— Eu tentei, senhor Tsuyo – Maggie estava
sem palavras, nem tinha como argumentar. Ela apenas tirou a mochila de suas
costas e a colocou com certo impacto no chão. Foi o som de grunhido vindo do
objeto que despertou a atenção de todos.
A garota agachou e abriu o zíper, sendo
surpreendida por uma Lillipup com uma delicada coleira rosa. A cachorrinha
latiu, completamente fora da noção da situação. Ela apoiou as patinhas para
fora da bagagem, curiosa com os outros presentes.
— Isso foi o lucro que foi trazer você pra
cá? – disse Tsuyo, cruzando os braços. – Tem pelo menos cinquenta Pokéballs com
Pokémon poderosos, e tudo que a senhorita me trouxe foi um Lillipup de
apartamento?
— E-Eu nem percebi que isso estava aqui –
explicou-se a ruiva, segurando a Lillipup no colo, enquanto tentava impedir que
ela lambesse seu rosto. – P-Provavelmente foi quando eu trombei com aquela
criança.
— Qual é a sua intenção com a equipe,
Maggie? – Tsuyo se fez intimidador. – Se quer tanto ganhar dinheiro, tem que merecer!
Por causa dessa sua burrada, existe um grupo de pessoas desconfiando da gente!
Você tá tentando ser forte, mas você é só uma criança brincando! Era igual ao
Peter, ele achava tudo isso uma grande piada enquanto brincava de casalzinho
com você!
Maggie avançou a acertou um tapa contra o
rosto de Tsuyo. A Shadow Triad até mesmo deixaram o desinteresse de lado
para olhar a atitude rebelde.
— EU NÃO LIGO DE VOCÊ ME CHAMAR DE CRIANÇA,
EU SEI QUE NÃO SOU EXPERIENTE! – ela começou a gritar. – MAS NUNCA OFENDA
ALGUÉM QUE NÃO PODE SE DEFENDER! DEIXE O PETER EM PAZ!
O tapa havia tirado a máscara utilizada
pelo ninja. A cicatriz na região da mandíbula em formato de X explicava o
motivo do rapaz estar sempre com o acessório. Ele ajeitou o pano no rosto e
seus olhos sorriram.
— A melhor coisa é atacar quando a vítima
não tem nem chance de revidar – ele disse, de forma psicopata. – Irei relatar
que você precisa voltar ao treinamento, você ficou fraca novamente e não está
pronta para missões de grande porte.
O ninja tirou a Lillipup dos braços da
garota.
— Eu preciso devolver isso antes que as
coisas saiam do controle.
Havia caixas de madeira empilhadas no
deck. A composição delas fazia parecer que eram como um muro, elas aguardavam
serem embarcadas no navio cargueiro próximo, mas para os quatro jovens, aquilo
era um esconderijo perfeito.
Aquele local estava bem movimentado, seja
por funcionários responsáveis pelo transporte de cargas marítimas, seja pelos
grupos de policiais em volta da entrada para o sistema de esgotos. A entrada
era bem semelhante a um bunker. Benga encarava o grupo de pessoas,
analisando o cenário.
— Não vai ser tão fácil entrar – concluiu
o neto de Alder.
— O local deve estar interditado –
refletiu Cheren. – Eles não vão querem ninguém alterando as provas do crime.
— N-Não é melhor que nós expliquemos para
ele a situação e eles procurem algum sinal da Angel? – questionou Bianca.
— Eles não vão parar uma operação desse
tamanho para procurar uma Lillipup – disse Benga. – Além do mais, tem mais de
cinquenta desaparecidos, o máximo que vão falar é “Daremos um jeito”.
N olhou em volta, procurando alguma ideia
para despistar os policiais. Katrina, sua Purrloin, roçou o corpo em suas
pernas, indicando que estava pronta para ajudar.
— A-acha que consegue fazer isso? – disse
o rapaz, conversando com a gata.
A Pokémon ficou sobre as duas patas e fez
uma cara determinada. Natural alcançou Katrina e a colocou em seu colo,
acariciando seus pelos.
— Por favor, se cuida.
Ardilosa como as Purrloin de sua espécie,
a gata deixou o abrigo e começou a caminhar por entre as pessoas. Seu alvo era
óbvio: Um grupo de Stoutlands e Herdier que estava apenas ali, descansando,
esperando ordens dos policiais para começarem mais uma investigação. Katrina
sabia dos instintos daquela espécie de que eles nunca deixariam a oportunidade
de caçar uma Purrloin solitária.
A gata se aproximou de um Herdier que
parecia o mais suscetível a causar alarde, a expressão atenta de quem vivia
lotado de energia fazia seu focinho não parar de farejar o ar. Katrina chegou
pelo lado do cão e entrou em seu campo de visão. Ele começou a farejar a gata,
como se analisasse se valia a pena a atenção. Cruel, a Purrloin acertou um Scratch
no focinho do Herdier.
O cão comeu a latir irritado. Numa
sinfonia, os outros de sua espécie imitaram o gesto. Katrina, provocante,
correu por entre as pessoas. Isso criou uma reação em dominó, Herdiers e
Stoutlands partiram em perseguição daquela pequena gatuna. Os policiais
responsáveis e até mesmos os mais próximos tentavam conter o avanço. A confusão
generalizada criou espaço para que o grupo se infiltrasse.
Benga liderou o grupo até a entrada do
sistema de esgoto e abriu a porta de ferro que não ajudava muito com o modo
furtivo, mas com a confusão e gritaria, aquele fora o menor dos barulhos. O
lance de escadas fazia o som dos passos parecer um cenário de terror, as luzes
amareladas criavam uma atmosfera apavorante.
O neto de Alder, que ia na frente, fez uma
parada brusca quando notou algo preocupante. No final das escadas, era possível
notar, quase invisível, uma névoa roseada que se movimentava levemente: Era o Dream
Mist, numa quantidade nunca vista antes.
— Eu acho que não é seguro respirar isso –
apontou Bianca.
— Por prevenção, coloquem algum lenço bem
preso na boca e no nariz – disse Benga, alcançando um pano velho em sua
mochila.
Os outros três repetiram o processo com
seus próprios pertences e logo, alcançaram de vez, o enorme sistema de esgoto de
Castelia.
Não era para ser um lugar agradável, na
verdade, a construção não era pensada para ser bonita. As paredes tinham
tijolinhos de argila vermelhos a mostra, enquanto o chão era feito de um
cimento queimado composto com paralelepípedos, local onde os funcionários
usavam para se locomover. Os dutos feitos de metal transportavam todo tipo de
dejetos, estes conectados com estruturas verticais que levavam para os bueiros.
As valas no cento dos caminhos escorriam água pluvial de forma contínua e
calma.
O grupo caminhava com cautela. A névoa
dificultava um pouco da visão e nenhum deles possuía um mapa, então só restaram
que eles explorassem todos os cantos em busca de qualquer pista de Angel.
— Ei! O do cabelo verde – disse Benga, em
algum momento do caminho. – Eu me toquei agora que eu não perguntei seu nome.
N, que estava para trás na pequena fila
formada pelos jovens, viu os outros três olharem para ele.
— Ah, hã... Meu nome é Natural –
apresentou-se. – Mas me chamam de N.
— Seu apelido é a primeira letra do seu
nome? – Benga arqueou a sobrancelha. – É, eu acho que fica maneiro. Pode me
chamar de B, B de Benga – sorriu o menino, brilhoso.
— O que faremos com Bianca então? –
questionou Cheren, entrando na conversa. – Ela também começa com B.
— É uma boa pergunta, C – refletiu o jovem
de topete. – Oh, já sei, é só mudar a pronuncia. Be para mim e Bi para a
Bianca.
— Deixou de ser uma letra pra virar uma sílaba
– argumentou o treinador de óculos.
— Não dá pra ser perfeito – o rapaz deu de
ombros. – N, aquela moça, Susan, ela é sua namorada?
N sentiu o rosto ruborizar e Cheren cobriu
o rosto, com vergonha.
— Você não faz esse tipo de pergunta como
se pergunta o nome de alguém! – disse o treinador, tão envergonhado quanto.
— Qual é, C, você ainda também não me
respondeu muita coisa – o neto de Alder passou o braço em volta do pescoço o
garoto de óculos, quase o derrubando pra frente. – Responde aí, você e a Bi tão
namorando?
O treinador ajeitou os óculos. N reparou
que Bianca também compartilhava a mesma vergonha. Aparentemente, aquele
sentimento de ficar tímido perto de alguém especial não era só exclusividade
sua. Benga riu alto, fazendo um pouco de eco, aparentemente ele era o único a
não sofrer pelo mal do amor.
— Ok, ok, eu fui muito malvado com você,
então vamos mudar – brincou ele. – Quando ia contar pra gente dessa coisa
maravilhosa que você tatuou? – questionou ele, batendo no braço do garoto onde
a tatuagem da linha evolutiva de Snivy residia.
N pareceu curioso e se aproximou um pouco.
Tatuagens eram algo longe de sua realidade, a única vez que vira uma era com Mikoto,
uma dAs Virtudes, mas ela não costumava falar sobre. Cheren levantou um pouco
da camiseta, exibindo a marca para Benga, que elogiou o trabalho, perguntando
valores e o tempo.
— Doeu muito? – questionou ele, em
seguida.
— Mais perto do ombro doeu um pouco –
explicou. – O tatuador falou que esse era um lugar bom pra quem queria fazer a
primeira tatuagem.
— P-Porque? – a voz de N saiu quase como
um sussurro, mas o grupo todo olhou para ele. As olhadas o deixaram tímido, mas
ele prosseguiu: - Tatuagens são permanentes e dolorosas. Você tatuou um
Serperior, um Pokémon, por qual motivo?
Cheren olhou pra cima, buscando uma
resposta plausível.
— Meu Pokémon inicial foi um Snivy, o nome
dele é Phienas – o treinador começou a contar. – Ele me ajudou a capturar meu
primeiro Pokémon, ele me ajudou a conquistar minha primeira insígnia. Eu acho
que ele me ajudou muito e eu não sabia como retribuir. Isso daqui é o mínimo
que faço por ele.
Natural permaneceu quieto, assentiu com a
cabeça, mas não pode deixar de esconder a admiração. Na cabeça dele, pessoas
como Cheren só usavam seus Pokémon como armas de combate para subirem em um
patamar invisível e sem sentido. Mas era a primeira vez que ouvira de um
treinador valores que ele mesmo concordava.
— Só admita que você acha Serperiors
maneiros pra caralho – riu Benga.
— Isso é um motivo também – o treinador
concordou. – Agora, é minha vez de perguntar: O que a Íris quer tanto de você?
— Ah! Ela quer meu-
Uma onda de silêncio dominou o grupo de
repente. Todos eles sentiram não estarem sozinhos. Cheren segurou a mão de
Bianca, que encostou no garoto, temerosa. Benga achou se tratar da polícia, mas
parecia algo muito maior. N notou que algo se movimentara rapidamente na vala
ao seu lado, enquanto o treinador de óculos sentiu uma presença vinda das
paredes e do teto.
O neto de Alder sussurrou para os outros:
— Devemos correr?
Das paredes, a criatura surgiu intimidadora. Era uma cobra gigantesca, onde seu corpo era feito de pedra. Era um Onix, um dos Pokémos mais populares da região de Kanto. Ela enrolou-se em alguns canos antes de atingir o solo, na frente do grupo, fazendo certo impacto no chão.
A segunda criatura foi a vista por N, ela
saiu da vala e se juntou ao Onix. Era uma espécie de enguia, com o corpo azul
escuro esguio que começava com uma bocarra avermelhada com 4 presas. Seu
diferencial era os dois braços que ele usava como apoio para se locomover em
terra, e, assim, como a boca, tinha garras afiadas. Cheren usou sua Pokédex e
descobriu que se tratava de um Eelektross.
Ambas as criaturas encaram o grupo de
jovens com a intenção de não deixarem avança-los. Eles não eram naturais
daquele local, então se imaginava que pertenciam a alguém. Bianca olhou em
volta em procura do possível treinador daqueles Pokémon.
— Tsc, é só pra dificultar – Benga pegou
uma das Pokéball de seu cinto.
— Espera! – Bianca alertou. – E-Estamos
rodeados de Dream Mist, nossos Pokémon não vão ser atingidos por ela
também? Eu até coloquei o Osha na Pokéball por isso.
— E-Ela tem razão – disse Cheren.
— Mas eles não parecem sentir – N apontou
para as duas criaturas.
— Devemos arriscar? – questionou o
treinador de óculos.
—
Vamos morrer desse jeito – Benga
arremessou sua Pokéball e colocou seu Dragonite no campo de batalha.
O grupo olhou para o dragão amarelo do
garoto e percebeu que a única reação dele era esperar algum comando de seu
mestre.
— Deve só atingir pessoas mesmo – Cheren
lançou um de seus Pokémon. O pequeno Bagon grunhiu, com sua cara marrenta. O
dragãozinho bípede era azulado e possuía braços curtos e pernas grossas. Seu
focinho e mandíbula eram redondos, com as presas inferiores saindo para fora,
no topo da cabeça, três calombos desciam até atingirem o pescoço.
— Caraca, é um Bagon! – Benga se
entusiasmou, como bom apaixonado por dragões que era. – Essa batalha vai ser
boa.
Natural fez uma cara de desaprovação,
receoso por ver uma batalha Pokémon de perto pela primeira vez. Bianca lançou
seu Tranquill, pronta para ajudar.
— Vou tentar dissipar o Dream Mist
com Gust pra ajudar na visão – disse a garota.
Tanto o Eelektross quanto o Onix avançaram
contra os Pokémon dos treinadores. Cheren ordenou um Dragon Breath
enquanto o Dragonite avançou com Fire Punch contra o Eelektross. O
Tranquill de Bianca voava próximo do teto, usando suas asas para criar tufões
que dissipavam temporariamente a Dream Mist.
O golpe do dragão azulado atingiu a face
de Onix, que recuou levemente, protegendo seus olhos. Sua cauda girou e varreu
o chão. O Dragonite ganhou vôo, Cheren agarrou a cintura de Bianca e se jogou
para trás para evitar ser atingindo. N e Benga pularam para um lado oposto do
casal. Porém, o Bagon não teve a mesma sorte, sendo arremessado para longe.
— BAGON! – gritou seu treinador,
preocupado.
O pequeno dragão voou e caiu dentro da
vala onde a água escorria. Por sorte, o nível dela estava baixo, possibilitando
que o Pokémon não tivesse que nadar. Cheren sentiu um alívio ao ver que estava
tudo bem. Benga ordenou um Slam contra o Onix, a fim de ganhar tempo
para que o dragãozinho fosse trazido de volta a batalha.
O Dragonite avançou contra a serpente de
pedra e a prendeu contra a parede, danificando parte da estrutura. Bianca
virou-se para seu Tranquill.
— A-Ajude o Bagon do Cheren! Ele não
consegue subir!
A ave piou e mergulhou como uma broca em
direção ao companheiro de batalha. Porém, o Eelektross era ágil. Golpes
elétricos eram efetivos contra Pokémon voadores, então não foi difícil que o
raio lançado pela enguia derrubasse a paralisasse o Pokémon de Bianca.
— Ah, Arceus! – preocupada, a garota
retornou a ave para sua Pokéball. – B-Benga!
— Segura aí! Eu já chego! – Benga virou-se
para seu Pokémon. – Larga ele aí, vamos ajudar Cheren e Bagon.
O dragão alaranjado se distraiu por um
minuto e recebeu uma cabeçada na região do queixo. Aquele golpe o atordoou e
ele mal teve tempo de reagir quando o Onix usou seu corpo para envolvê-lo num
golpe conhecido como Bind.
— Ah, que merda!
Duro como pedra, a cobra fazia questão de
apertar cada vez mais o corpo do dragão. Benga ordenou diversos ataques, mas
nenhum surtia efeito.
Cheren estendia o braço, agachado na
beirada da vala. Ele tentava alcançar o Bagon, que tentava escalar a parede
úmida e escorregadia. N se alertou para o Eelektross se arrastando até a vala
onde o pobre dragão estava. Ele se aproximou e tentou alcançar o Pokémon junto
do treinador, já que era mais alto.
— C-Cheren, o Eelektros! – Bianca gritou
quando o viu a enorme enguia se juntar ao mesmo piso do adversário.
— Droga! – o garoto jogou sua mochila de
lado e desceu para a vala junto do Bagon.
O dragão azul pulou em seu colo,
apavorado. Cheren colocou o Pokémon em seu ombro e agarrou a mão de N para
subir. O Eelektross encarava o grupo de humanos fazendo um resgate atrapalhado
de um mísero Pokémon. O corpo do Pokémon enguia começou a faiscar e pelas
condições do terreno, a condução seria efetiva e talvez mortal.
O treinador arremessou Bagon para cima
para onde N e Bianca estava. N agarrou o braço do garoto, tentando puxá-lo para
cima. A enguia conjurou um Discharge em direção de Cheren. Bianca
gritou, mas foi o Bagon que reagiu.
Lógico que um Pokémon com aquela tipagem,
um golpe elétrico não era tão efetivo, mas com o corpo coberto de água, a
física faria seu curso natural. O choque atingiu até o último de seus órgãos e
o Bagon caiu no solo, fragilizado. N entrou em choque e Cheren se soltou do
garoto, correndo até seu Pokémon.
— Cheren, cuidado! – gritou Bianca,
preocupada.
— Bagon, ei! – o treinador colocou o
Pokémon em seu colo, preocupado. Algumas faíscas ainda rodeavam o corpo do
dragãozinho. Ele grunhiu baixo, demonstrando exaustão. – S-Seu maluco, v-você
já tinha fugido – Cheren mordeu a boca, quase chorando.
N observava a dupla, ele pode ouvir a voz
do Bagon. Palavras como “eu estou bem” ou “eu queria te proteger”
eram ouvidas de alto e bom som. Todo aquele sentimento fazia o rapaz engolir
com dificuldade todo o amargo de seu preconceito.
O Eekletross grunhiu de impaciência,
avançando para os dois. No momento, o Dragonite de Benga se livrou do Onix com
um golpe aquático conhecido como Aqua Tail e voou em direção a enguia.
Foi uma luz forte vinda do Bagon que fez o
Pokémon fechar os olhos. Aquele brilho era conhecido por Cheren: era a luz da
evolução. Bagon mudou radicalmente, os calombos em sua cabeça haviam dominado
seu corpo e ele agora tinha uma forma ovalada, semelhante como um casulo. O
Shelgon tinha quatro patas cinzas e curtas. Não havia cabeça ou qualquer
distinção dessa parte do corpo, mas era possível observar os olhos amarelados e
rabugentos projetados dentro de um buraco.
Cheren sorriu, mas os problemas não haviam
sido resolvidos. O Fire Punch do Dragonite chegou e derrubou o
Eelektross, dando tempo para que N e Bianca ajudassem Cheren e o novo Pokémon
subissem para o local seguro.
— Se recuperem logo, eu seguro eles –
disse Benga.
Cheren tirava um pouco de água do cabelo
quando Bianca o abraçou.
— Seu idiota! – ela berrou, preocupada. –
N-Não viu o tamanho daquela coisa?
O treinador riu e bagunçou o cabelo da
garota.
— Esqueceu a parte que eu disse que
ficaria tudo bem? – disse ele, se virando para seu recém evoluído Pokémon. –
O-Obrigado, carinha. Salvou minha vida.
Shelgon revirou os olhos, envergonhado. Cheren
procurou itens de cura em sua mochila, aproveitando o tempo para recuperar seu
Pokémon.
Benga parecia estar com dificuldades.
Apesar de ser um treinador experiente com o tipo dragão, não era tão fácil
encarar dois Pokémon ao mesmo tempo. O nível de experiência dos adversários era
alto, o que indica que genuinamente aquelas criaturas pertenciam a alguém.
O treinador de cabelos vermelhos gritou,
em desespero:
— N! – o Rei dos Plasmas se assustou com o
chamado repentino. – Eu sei que você odeia essas coisas, mas você não tem
nenhum um Pokémon além de uma Purrloin? Eu realmente tô precisando de uma
mãozinha aqui.
O rapaz de cabelos verdes encolheu os
ombros, sentindo-se culpado por não ajudar. Ele viu o Dragonite de Benga levar
um golpe elétrico pelas costas e uma cabeçada do Onix no estômago e quase
entrou em desespero. Colocou a mão cabeça, tentando raciocinar. Um estalo o
trouxe de volta a realidade.
— Só preciso de um minuto – N fechou os
olhos.
— PELO AMOR DE ARCEUS, NÃO É HORA DE
DORMIR! – berrou Benga. – Dragonite, Hyper Beam!
O dragão de Kanto lançou um raio amarelado
contra o Eelektross que foi atingido em cheio e caiu há alguns metros de
distância. O golpe era poderoso até mesmo para o seu próprio usuário, que
precisava de um tempo de descanso para se recuperar. Isso criou espaço para que
o Onix investisse.
“Por favor, nos ajude”,
pensou Natural, apertando mais os olhos.
— DRAGONITE! – o grito de Benga ecoou pelo
local.
O golpe seria certo, mas o surgimento de
mais uma figura conteve a investida. Seismitoad era uma espécie de sapo bípede
de cor azulada bem menor que um Onix, mas seu corpo rechonchudo e cheio de
esferas conseguiu segurar com facilidade a serpente. N abriu os olhos e sentiu
seu coração leve ao ver que seu pedido de ajuda fora atendido. Os olhos
engraçados e vermelhos do Pokémon novo encararam o adversário, como se ele
tivesse incomodado por ter seu território invadido.
Seismitoad usou um golpe de água contra o
Onix. O golpe super efetivo derrubou o adversário.
— Isso! – Benga comemorou, enquanto dava
suporte para seu Dragonite.
Cheren se levantou e se aproximou com
Shelgon, indicando que estava pronto para batalhar novamente. O Seismitoad
olhou para os jovens, em especial para N. O Rei dos Plasmas sorriu levemente e
agradeceu pela ajuda.
Mas ainda restava um. Das costas do sapo,
um golpe elétrico se chocou contra ele, mas ele se manteve inerte. A dupla
tipagem de Water e Ground fazia o Pokémon ser um forte aliado no
time de vários treinadores.
— Hehehe – Benga riu, debochado. – Tu se
ferrou, cara feia. Vamos acabar com ele, Cheren.
O treinador ao lado assentiu. Shelgon e
Dragonite lançaram um golpe conhecido como Hurricane. O vendaval fez
Bianca se segurar em uma estrutura. A batalha foi declarada como ganha quando
ambos os adversários caíram sobre o solo, nocauteados.
— C-Conseguimos... – disse Bianca, ainda
meio abismada.
— Isso foi maneiro demais! – Benga pulou,
em êxtase, como se nunca estivesse ficado tenso. – N, esse Pokémon é seu?
Natural se aproximou do Seismitoad e tocou
a pele gosmenta da criatura. Ele negou, com um sorriso de canto de boca:
— Não, ele é só um dos meus novos amigos –
riu o rapaz. – Ele tá me dizendo que uns caras vieram aqui mais cedo e
perturbaram o sono dele com explosões. Quando ele notou, quase todo o esgoto
estava cheio do Dream Mist.
— E-E o que explica esses Pokémon? – disse
Cheren, apontando para os Pokémon nocauteados.
Uma luz avermelhada cobriu o corpo do Onix
e do Eelektross e eles foram sugadas por ela. Esse acontecimento era como se
alguém estivesse retornando-os para suas Pokéball. Isso fez o grupo pular de
susto e procurar quem havia feito isso. As enormes criaturas haviam voltado
para seu treinador misterioso e os jovens nem notaram quando um Dwebble
sorrateiro rastejou para longe de lá pelo teto com as duas esferas em sua
pedra.
— E-Então... realmente pertenciam a alguém
– concluiu Cheren.
— E-Esquece isso! Temos que alcançar nosso
objetivo! – Benga apontou para o caminho liberado, era possível ver a porta que
levava para a sala de operações. – Teremos pistas lá!
N se despediu do Seismitoad, agradecendo
várias vezes pela ajuda e prometendo um reencontro. O sapo saltou na vala e
voltou para o seu canto. Enfim, o grupo correu.
Ninguém explicou a decepção dos jovens
quando eles adentraram a sala de controle e não encontraram nada, muito menos
Angel, o maior dos objetivos. Apesar de estar bagunçada, era como se tivessem
feito uma limpa e tirado qualquer tipo de pista que acusasse algo. Havia apenas
uma cadeira vazia e alguns itens policiais. O painel de controle, assim como os
monitores estavam destruídos.
— N-Não acredito! – Benga exclamou,
incrédulo. – N-Não tem nada...
A porta do local se abriu pela segunda
vez. Alguns policiais irritados apareceram, descontentes por terem crianças
invadindo o seu local de investigação. A missão estava concluída, mas sem
nenhum avanço.
Benga bufou, descontente. Na frente do
Centro Pokémon, a confusão parecida mais controlada. O grupo havia se juntado
novamente com Anthea, Concordia e Oliver, mas ainda não havia sinal de Susan.
Eles estavam do lado de fora do centro médico, desanimados por não encontrarem
a Lillipup desaparecida.
— Certeza de que aqueles canalhas nos
atrapalharam com aqueles dois Pokémon só para se livrarem das pistas – disse
Benga, bagunçando o próprio cabelo. – UGH! QUE ÓDIO!
— V-Valeu a intenção – consolou Íris,
colocando a mão no ombro do garoto. O neto de Alder estendeu uma Pokéball para a
Campeã, que olhou curiosa para ele.
— Obrigado por ficar e cuidar do garoto –
disse o rapaz de cabelos vermelhos. – Tá aí a parte da minha promessa.
— E-Eu queria ter recebido isso num
momento mais animador – disse ela.
Cheren e Bianca observavam curiosos.
— É um Pokémon? – questionou a garota loira.
— Um Gible shiny – contou Benga. – Eu
capturei enquanto treinava e essa daí ficou sabendo.
— Tanto mistério. Eu já estava cogitando
que ela queria um beijo seu – debochou Cheren.
Benga e Íris encaram o treinador e quase
voaram no pescoço dele. Aquilo criou um momento de descontração e fez todos
rirem.
N suspirou enquanto acariciava os pelos de
Katrina em seu colo e olhou em volta. Ainda faltava alguém e isso o preocupava.
Seu coração disparou de alegria quando ele viu Susan se aproximar. Em seu colo,
a causa de toda a confusão e correria: Angel, a Lillipup.
Oliver deu um pulo e abraçou a cachorrinha
quando esta lhe foi entregue. A Lillipup choramingou e lambeu o rosto do
garoto. A missão estava cumprida, ainda que cheia de incertezas e dúvidas.
— O-Onde ela estava? – questionou N. –
Você está bem?
— E-Eu estou bem. T-Tenho meus segredos –
respondeu Susan. – O importante é eles estarem reunidos.
A mulher se sentiu aliviada por N não a
encher de perguntas, já que o rapaz parecia mais interessado em Oliver e seu
Pokémon.
— O-Obrigado, pessoal! – o menino
agradeceu, aliviado. O sorriso da criança era tão reconfortante que nada mais
importava.
Minutos depois, os pais de Oliver,
Benjamin e Maisy apareceram. Estavam preocupados com o filho e com as notícias
de desaparecimentos dos Pokémon. Ficaram aliviados quando viram o menino são e
salvo. Eles se ajoelharam e lotaram a criança de perguntas sobre seu estado de
saúde. Oliver se desculpou várias vezes por ter perdido Angel, mas para os dois
adultos, o que importava era a segurança. Maisy agradeceu Anthea e Concordia por
cuidarem do garoto.
Quando a atenção foi voltada para o grupo
de Cheren e Bianca, Susan sussurrou sobre eles precisarem partir. N olhou de
relance para Cheren, que retribuiu o olhar, assim como Bianca e Benga. Não foi necessária
nenhuma palavra para saber que eles agradeciam um ao outro pela ajuda e pela
aventura. A despedida silenciosa soou com uma estranha sensação de “nos veremos
novamente”. O grupo do Rei dos Plasmas sumiu no horizonte.
O dia terminou com o grupo de Cheren sendo
convidado para um jantar especial na casa de Oliver. A Team Plasma havia se
safado novamente, mas aquilo não era problema por enquanto. No final, o jantar
estava gostoso e tanto Cheren quanto Bianca puderam ter o merecido descanso.