• Galeria do Burgh - Fanart #06 (Chinatsu)


    » COMENTÁRIO DO ARTISTA

    [O artista não deixou nenhum comentário]


    COMENTÁRIO DA AUTORA «

    Quando o Chinatsu mandou o template das six fanarts challenge dele, eu vi que NPU tava nos planos e quase BERREI haushuasuaushu É sempre um prazer imaginar que alguém vai dedicar todo seu talento e tempo para fazer algo dedicado a essa fanfic, um projetinho tão simples que é feito com tanto amor <3
    O China foi mandando o avanço no Discord da Aliança Aventuras, e na noite de ontem dessa postagem, ele concluiu o desenho em live e foi legal demais o processo em como ele detalha cada coisinha do cenário (eu sugeri o cenário, é o arco do jardim em Striaton)
    MAS MEU DEUS DO CÉU, CHINATSU, QUE VONTADE DE TE BEIJAR!
    TÁ TÃO LINDO, TÃO VIVO! O Hilbert todo sorridente, o Vic sendo o Vic e a Hilda com todo seu charme feminino. É TUDO TÃO PERFEITO. Eu adorei esse conceito de selfie <3
    OBRIGADA MEU QUERIDO

    0 comentários

  • Capítulo 8


    Não conseguia conter a emoção a cada passo que dava ao se aproximar do prédio que vira há dois dias. O enorme restaurante-ginásio parecia cada vez mais bonito conforme olhava. Era um tanto bizarro imaginar um local que ao mesmo tempo que proporcionava calmos e deliciosos almoços e jantares também era palco de lutas agitadas entre Pokémon. A placa era a primeira coisa que chamava a atenção: “Striaton Gym & Restaurant! The Triple Trouble”.
    — Problema triplo? – leu Bianca. – O que isso quer dizer?
    — O ginásio é comandado por três grandes líderes e chefs de cozinha – explicou Fennel. – E detalhe: eles são irmãos.
    — Tá querendo dizer que eu vou ter que batalhar contra três de uma vez? – o treinador ficou um tanto ansioso.
    — Isso você vai descobrir quando entrar... – respondeu a mulher, rindo. – Vem, vamos lá.
    O interior era tão incrível quanto o exterior. Tradicional descrevia a sensação que aquele ambiente passava, o piso era de carpete e as paredes e pilares eram de um tom de marrom que imitavam madeira com ornamentos, as janelas tinham as bordas pretas e iluminavam todo o salão. Havia muitas mesas que seguiam o mesmo padrão, quadradas ou retangulares com elegantes toalhas brancas e confortáveis cadeiras de madeira de cor bege, no teto, para quando a luz do sol não estivesse mais lá, jaziam dois enormes e lindos lustres amarelados. Quem quer que fosse o dono do local, tinha muito bom gosto e quis manter o visual antiga, mudando apenas algumas coisas para se manter dentro do mercado.



    Uma garçonete com um delicado vestido laranja e avental se aproximou, fazendo questão de recepcionar os clientes com um sorriso enorme no rosto.
    — Boa tarde, senhoritas e senhor – começou. – Vocês têm alguma reserva?
    — No nome de Fennel – respondeu a cientista. – Eu liguei hoje de manhã.
    — Oh, fui eu que atendi você – riu a outra. – Por aqui. Mesa para cinco, certo? – ela começou a andar pelo salão, sendo seguida pelos outros.
    — Exatamente.
    Próximo de uma janela, uma mesa estava organizada com cinco cadeiras, a garçonete convidou-os a sentar e quando estavam todos confortáveis, entregou um delicado menu bege com dourado para cada pessoa.
    — Vou dar um tempinho para que vocês possam escolher e já volto – a mulher terminou de orientar e saiu.
    Hilbert ajeitou a bolsa com Victini dentro no chão e o mesmo espiou o ambiente, curioso.
    Ei, eu quero comer também – sussurrou o pequeno.
    — Eu sei, eu sei – sussurrou o treinador de volta. – Fica esperto que eu vou te passando comida conforme for chegando.
    Hilda, que estava ao lado do menino, observando tudo, ironizou:
    — Não vão querer roubar a comida daqui também, né? – riu.
    — Engraçadinha... – murmurou, mostrando a língua.
    O grupo estava tão concentrado na infinidade de pratos no menu que nem notaram a aproximação de alguém.
    — Boa tarde – começou ele, recebendo a atenção de todos.
    De aparência jovem, o rapaz tinha cabelos curtos com um pequeno topete espetados de cor verde, que combinavam com seus olhos da mesma cor e a pele quase pálida. Usava um uniforme diferente dos outros garçons, uma camisa social branca coberta por um colete preto com botões dourados, a calça social era escura e os sapatos bem polidos eram de cor marrom, na cintura, possuía um singelo avental e o pescoço era rodeado por uma gravata borboleta de um tom verde escuro.


    — Desculpa interromper vocês – continuou. – Vi que são rostinhos novos, com a exceção da Fennel e da pequena Amanita, então vim recepcioná-los pessoalmente. Meu nome é Cilan, eu sou um dos chefs do restaurante.
    Hilbert cutucou Grimaud em seu ombro e sussurrou:
    — É ele um dos líderes do ginásio?
    Exatamente, senhor Hilbert. Quando não estão batalhando, estão cozinhando e servindo comidas que me parecem super apetitosas.
    — Ótimo! Cilan! – o garoto se levantou num pulo. – Eu te desa-
    Hilda agarrou o braço do garoto e o fez sentar com certa violência.
    — Podemos conhecer seus irmãos? – questionou a morena, com um sorriso nervoso, ouvindo alguns protestos do companheiro. – Ouvi falar que são cozinheiros incríveis como você.
    Cilan riu:
    — Eu agradeço o elogio e espero poder agradar a senhorita com os melhores pratos da região de Unova – sorriu. – Vou chamar Chili e Cress para conhecê-los – o rapaz de cabelos verdes deu a volta nos calcanhares e se dirigiu para os fundos onde provavelmente era a cozinha.
    — Porque fez isso, Hilda? – questionou Hilbert, irritado.
    — Eu não vou deixar você desafiar eles antes da gente comer – explicou a menina, cruzando os braços – Eu estou com fome e eles parecem ser excelentes cozinheiros.
    — É melhor batalhar de barriga cheia, Hilbert – riu Bianca. – Estará com energia de sobra para um confronto digno.
    O garoto coçou a nuca, um pouco corado.
    — Tem razão. Vai torcer por mim?
    — Com certeza.
    Cilan voltou em poucos minutos com outros dois jovens, que se não fossem pelos cabelos e cores de olhos, seriam exatamente como o rapaz de cabelos verdes consideram que usavam o mesmo estilo de uniforme. Um tinha cabelos lisos e azuis com uma ajeitada franja por cima de um dos olhos que também eram azuis e o outro tinha cabelos espetados, rebeldes e vermelhos e olhos expressivos e de mesma cor.

     

    — Pessoal? Esses são meus irmãos – ele apontou para o de azul. – Esse é Cress e esse – ele se direcionou para o de vermelho. – Chili.
    — Olá pessoal. É um prazer enorme conhece-los – sorriu Cress. – Adoramos receber todo tipo de treinador. Vocês são de longe?
    — Eu sou de Castelia – sorriu Hilda.
    — Eu vim de Nuvema – respondeu Bianca.
    — Eu estou há um bom tempo na estrada, mas vim de Lentimas – disse Hilbert.
    — Cada um de um lugar diferente, isso é maravilhoso – sorriu o jovem. – Espero que possamos agradar com nossa comida para que possam nos elogiar nas suas cidades – ria.
    — Bem-vindos, fiquem à vontade – riu Chili.
    Hilbert estava impressionado com o ar de experiência que os três passavam mesmo com a aparência tão jovem.
    —  Bem, agora que nos conhecemos, queremos que sejam bem recepcionados e desfrutem da nossa deliciosa comida – Cilan sorriu gentilmente e se encaminhou de volta a cozinha com os irmãos.
    — Uau! – exclamou Hilbert – Eles são os líderes? Achei que seria um cara gordo e velho com ar superior e metido a chef supremo do universo.
    — Tipo aquele cara que acabou de entrar no restaurante? – completou Hilda, meneando a cabeça em direção a porta de entrada.
    Ao que todos viraram a atenção para o local, se depararam com um senhor de muita classe que utilizava um dólmã branca que realçava a enorme saliência em seu abdômen, a pele era pálida e o rosto rechonchudo quase escondiam o belo par de olhos azuis. Ele não era tão alto, mas sabia impor intimidação.
    Ao entregar seu casaco para uma das garçonetes que o recebeu com certo receio, o enorme chefe começou a analisar o local como se julgasse cada canto do restaurante, começou a resmungar para si mesmo como se anotasse algo em sua mente. A figura era engraçada, mas mesmo assim, trazia uma certa soberania.
    —  Acho que reconheço esse rosto... – murmurou Hilda.
    — É outro amigo seu? Ou parente? – questionou Hilbert.
    A garota refletiu por alguns minutos e bateu as mãos.
    — ÉRICO P. NETTO! – exclamou, abaixando a voz no final ao perceber que algumas pessoas e até o próprio Érico direcionaram seu olhar para ela. – D-Desculpe... – riu, sem graça, virando-se em direção a mesa que estava.
    — Quem? – questionou o garoto ao seu lado, num sussurro.
    — Érico P. Netto, é um chef famoso, conhecido pelos seus pratos doces e seu restaurante em Nimbasa City – explicou Fennel, juntando-se a conversa, falando em um tom baixo.
    — Já fui algumas vezes com a minha mãe. Ele é bem perfeccionista e rígido.
    — Ele só parece engraçado para mim – argumentou Hilbert, dando de ombros. - Não dá pra levar a sério um cara que anda com uma roupa daquelas na rua.
    — É mesmo, meu jovem? – uma voz grossa veio na nuca do garoto, que gelou ao ver a sombra redonda se formando por cima dele, ao virar-se, notou que Érico olhava seriamente para ele. – Eu também acho engraçado o fato de você estar usando um boné dentro de um restaurante.
    — Eu... Eu... – o menino sentiu as palavras faltarem e apenas abaixou a cabeça, envergonhado.
    — O silêncio é a melhor resposta – o chef ajeitou sua roupa, olhando para os outros integrantes da mesa.
    — Oh, senhor Netto – Cilan surgiu da cozinha e se aproximou. – O-obrigado por vir, desculpe não estar na porta para te recepcionar. A casa vai lotar em breve e estamos organizando a mise en place.
    — Essa mesa já foi atendida? – Érico direcionou-se a mesa em que Hilda e Hilbert e seus amigos estavam. – Vejo eles segurando menus, mas não vi nenhum garçom ou garçonete atendendo-os de fatos.
    — A-ah – o cozinheiro acenou timidamente para uma das garçonetes que se aproximou apressadamente. – Vão ser atendidos agora mesmo, senhor. Porque não se senta aqui? Agradeço demais sua presença, vamos adorar ouvir suas críticas e sugestões sobre nossos pratos. Preparamos uma mesa para o senhor – Cilan começou a se distanciar com o novo convidado.
    — Meu Arceus, eu achei que fosse morrer – choramingou Hilbert.
    — Ele parece ser tão superior – comentou Bianca. – O que ele veio fazer aqui?
    — Provavelmente veio “julgar” o restaurante – respondeu Fennel, franzindo a testa. – Devem estar tentando conquistar outro prêmio nacional. Ajuda na propaganda.
    — É meio estranho, né? – refletiu Hilbert, brincando com um garfo. – Como ele pode dizer que uma comida é melhor que a outra? Eu odeio carne de Bouffalant, mas é injusto dizer que todo prato com essa carne é ruim – ele percebeu os olhares virados para ele. – O que foi?
    — Estou impressionada como uma coisa tão filosófica e correta saiu da sua boca. Tem certeza que o Grimaud não tá sussurrando isso no seu ouvido? – debochou Hilda.
    — Engraçadinha... – o garoto respondeu mostrando a língua. – O Grimaud nem está aqui mais, deve estar por aí, atrás de alguma garçonete.
    — Ok, ok. Podemos fazer nossos pedidos? Estou começando a ficar com fome – riu Fennel, lendo o cardápio.

    O restaurante aos poucos foi lotando de pessoas, algumas eram cliente assíduos, outros eram turistas e os mais tímidos eram fãs do renomado Érico P. Netto que só entraram na esperança de conseguir uma foto ou um autógrafo. Ao decorrer do tempo, foi-se notando o desespero dos garçons e garçonetes que começavam a retornar alguns pedidos que eram devolvidos pelos clientes com uma certa careta ou reclamação. Hilda e os demais da mesa começaram a estranhar tanta revolta pelos pratos, até que enfim, os pedidos chegaram. A garota analisou o prato raso branco e delicado a sua frente onde repousava uma casquinha de Krabby, decorada com uma... bola de sorvete?.
    — Isso tá meio estranho... – murmurou para si. Mesmo sendo de uma família de classe alta e estando a acostumada a ver os mais exóticos pratos, sorvete não parecia a melhor combinação para o prato.
    — Eu pedi carne de Tauros, mas algo aconteceu e estou vendo assas de Ducklett fritas – disse Fennel. – E o seu, Amanita?
    — O meu parece que veio certo – a garota experimentou o molho do curry que tinha pedido. – Ew, colocaram açúcar no lugar do sal...
    — O meu está igual da Hilda, com uma bizarra bola de sorvete numa casquinha de Krabby – riu Bianca. – Hilbert?
    Hilbert parecia não estar focado na conversa, já estava furiosamente devorando seu prato.
    — O dele veio certo? – questionou Hilda, analisando o prato.
    — Estou vendo morangos e... Aquilo é carne de Bouffalant? – concluiu Fennel, um tanto relutante.
    O garoto parou de se deliciar com sua refeição e arregalou os olhos em direção as garotas na mesa.
    — Carne de Bouffalant? – questionou, temoroso.
    — É o que parece, ela é mais escura que a carne de Tauros – respondeu a morena ao seu lado. – O que achou que fosse?
    — Sei lá, qualquer tipo de carne – ele mostrou a língua. – O quê? Não me julguem, a receita é assim, não é? Tenta saborear as coisas separadamente. Morango? Bom. Creme? Bom. Molho? Bom. Carne? Bom.
    Hilda fez uma certa cara de nojo e começou a observar o restaurante, mais especificamente o renomado chef Érico que parecia impaciente e bravo com um prato a sua frente que era muito parecido com o que Hilbert tinha devorado segundos atrás.
    — Eles parecem perdidos – sussurrou Bianca para amiga.
    O grito estridente veio da mesa do ilustre P. Netto.
    — JÁ CHEGA! Isso daqui tá fora de controle! – o rechonchudo se levantou. – Menina, fecha o restaurante! – apontou para uma das garçonetes. – Quero todo mundo fora daqui.
    Desesperada, mas com medo de contrariar as ordens de alguém tão imponente, a funcionária e outros garçons começaram aos poucos a dispensar os clientes do local, educadamente. Um homem ruivo, que estava pálido pelo medo, se aproximou da mesa de Hilda e os outros e gentilmente estendeu a mão para a porta, repetindo várias as vezes as palavras por favor e desculpa.
    — Mas e a minha batalha? – argumentou Hilbert, decepcionado.
    — Faremos isso outro dia – sua companheira de jornada segurou seu braço e o guiou para fora.
    O grupo se encaminhou em direção a saída, dando uma última espiada no salão. Na parte em que dava a cozinha, os três gêmeos, os grandes chefs da região de Unova e provavelmente, grandes líderes de ginásio, observavam, com tristeza, cada cliente sair. O treinador que estava ansioso para conquistar insígnia se perguntara se a sua futura e incerta batalha seria um desastre igual o prato que lhe fora servido.


    Cilan encostou-se na parede da enorme cozinha e olhou para seus irmãos. Chili tirou a touca protetora e encarou sério os dois irmãos.
    — Eu disse que isso não daria certo – resmungou, em tom ríspido.
    — Foi só uma pequena falha, Chili – argumentou Cress, paciente e calmo.
    — Pequena?! – o irmão de cabelos vermelhos riu alto, debochado. – Cara, aquilo foi um desastre. E o Cilan achando que a gente tava pronto para enfrentar um chef daqueles. Cara, a gente é péssimo, admita.
    — Prometemos para a mamãe – murmurou o jovem.
    — Prometemos a mamãe que cuidaríamos bem do restaurante dela, não que bancaríamos os Masterchefs! – retrucou Chili, com o rosto mais vermelho do que seus cabelos.
    — Vocês concordaram comigo! – o de verde elevou o tom de voz. – Eu não sou dono desse lugar sozinho, se eu tive culpa, vocês tiveram também!
    — Pessoal... – Cress tentou interferir.
    — Eu concordei em lutarmos para fazer a casquinha de Krabby da mamãe continuar sendo um dos melhores pratos da região de Unova. Você quis extravasar e enfiar um chef renomado para avaliar o prato bem no momento em que estamos lidando com a morte da nossa mãe e a conciliar o restaurante e o ginásio! Perdemos cinco batalhas seguidas por conta da nossa falta de preparo!
    — Não venha me dizer como lidar com a morte da mamãe, você ao menos foi no funeral dela! – gritou Cilan, cerrando os punhos.
    — Ok, ok, vamos parar os dois! – mesmo relutante, o irmão de cabelos azuis levantou os braços na tentativa de acalmar os ânimos.
    — Agora entendo de onde veio tanta confusão no preparo dos pratos – Érico adentrou a cozinha com toda a elegância possível. – The triple trouble, faz sentindo quando você ouve três irmãos discutindo. Discussão tripla, problema triplo, confusão tripla.
    — D-desculpe, sr. P. Netto... – suspirou Cilan. – Não era pra ser daquele jeito. Faz uma semana que nossa mãe faleceu, ela carregava esse lugar nas costas, a gente só cuidava da parte do ginásio.
    — O primeiro passo para um bom restaurante é aprender a separar o pessoal do ambiente da cozinha – o chef começou a caminhar pela cozinha. – Vocês têm tudo na mão, mas ainda agem como amadores.
    — Cozinhamos há mais de dez anos – retrucou Chili, cruzando os braços.
    — Eu cozinho há vinte e cinco anos, mas eu nunca disse que sou o melhor por aí. Eu tenho muito a aprender ainda.
    — Desculpe... – suspirou o de vermelho. – Peço perdão se desapontamos o senhor, a ideia não foi minha e do Cress, foi do Cilan que queria dar uma de durão e provar logo de cara que somos melhores cozinheiros que nossa própria mãe. Talvez se o senhor pudesse voltar no futuro...
    — Amanhã! – Cilan disse de prontidão – Amanhã é outro dia, senhor, passaremos a noite treinando esses pratos se precisar, mas por favor, não desista da gente. Lhe daremos a melhor casquinha de Krabby que o senhor já provou e lhe mostraremos que aquele Triple Trouble na porta é para mostrar aos outros restaurantes que somos os melhores. 
    — Me sinto desafiado – sorriu Érico. – Pois bem, me mostrem. Mostrem-me que vocês têm o melhor restaurante de Unova e eu elogiarei vocês nos quatro cantos da região.
    — C-combinado – tenso, o de cabelo verde estendeu a mão e fechou o acordo com um aperto leve. O grande chef saiu em passos largos e silenciosos.
    Chili encarou o irmão, furioso.
    — Que merda você acabou de fazer?! – exclamou.
    — Vamos conseguir, Chili – respondeu. – Nós somos bons, só não estávamos em um dia bom.
    — A nossa mãe era boa! Nós não somos 1% dela! Você tem que a aprender a abaixar a bola e ser mais humilde, Cilan! – batendo o pé, terminou: - Eu não vou ajudar nessa palhaçada.
    — Chili!
    — Chili... Por favor – Cress colocou a mão sobre o ombro do irmão. – Eu entendo de verdade que você está frustrado por hoje. Eu admito que nós três falhamos. Por favor, faça isso pela promessa a nossa mãe. Ela sofreu tanto para nos criar e levantar esse lugar, seria horrível assumir e ficar brigando à toa.
    — Farei isso por você, Cress... E pela mamãe – em seguida, encarou Cilan. – E quanto a você, aprenda a controlar a sua boca enorme. Se isso não der certo, é o fim desse lugar – o jovem tirou o avental, pendurou-o sobre um cabideiro e saiu.
    Cilan suspirou e olhou para o irmão de cabelos azuis.
    — O que a mamãe faria essas horas?
    — Sinceramente? Ela puxaria nossas orelhas e daria um sermão sobre como sermos mais unidos – riu.
    — Sinto falta dela... – respondeu, melancólico.
    — Todos sentimos – o outro suspirou de volta.


    Quando a noite caiu, as luzes da cidade começaram a se acender, postes iluminavam as calçadas e vias e as luzes dos prédios clareavam apartamentos e outros ambientes. Hilbert estava na casa de Fennel, caminhando impaciente pela pequena sala.
    — Dá pra você sentar um pouco? – resmungou Hilda, com as pernas encolhidas no sofá, penteando os pelos de Zorua.
    — Eu não acredito que aquele velho gordo metido atrapalhou minha primeira batalha de ginásio – protestou o garoto, cruzando os braços.
    — A culpa não é dele – respondeu Fennel, sentada sobre uma banqueta alta. – Eu nunca vi aquele restaurante falhar daquele jeito. Deve ser por conta do falecimento da dona, a mãe de Cilan, Cress e Chili. Não deve estar sendo fácil lidar com a falta da presença de uma pessoa importante. Eu e a Amanita, por exemplo, ainda não conseguimos lidar direito.
    — Deve ser muito triste – comentou Bianca, juntando as mãos.
    Hilda e Hilbert pararam seus afazeres e pareciam pensativos. Ambos não conheciam os pais e sabiam muito bem a falta que fazia não ter para quem perguntar sobre coisas que mais ninguém – até mesmo uma mãe – não conseguiam responder. O garoto ajeitou o boné e pegou sua jaqueta, era hora de agir.
    — Eu vou treinar um pouco.
    Agora? Está tão tarde – Victini bocejou, levantando-se do sofá, seguindo o amigo.
    — Não precisa vir se quiser.
    Só vou te seguir para garantir que não vai se perder. E também pra comprar algo para que eu possa comer – confessou o Pokémon, entrando na bolsa do garoto.
    Hilda levantou-se e vestiu seu boné.
    — Onde vai?
    — Com você, ué.
    — Pra quê?
    — Pra te acompanhar, precisa de motivo?
    Bianca foi a próxima a se manifestar.
    — Eu quero te ver treinar também.
    O garoto seguiu seu sangue subir, queria agir sozinho, e agora tinha três pessoas na sua cola prontas para atrapalhar seu suposto plano. Ele tentou negociar, mas os seus indesejados acompanhantes não paravam de falar no seu ouvido.
    — AAAAH! EU VOU SOZINHO! – jogou sua bolsa com Vic no colo de Hilda e saiu apressadamente, deixando os que ficaram perplexos e curiosos.
    — O que deu nele? – questionou a loira.
    Coisas de Hilbert... – suspirou o Pokémon anjo.

    Hilbert correu até alcançar uma certa distância do prédio e verificou se não estava sendo seguido. Recuperou o fôlego e direcionou o olhar para o restaurante-ginásio, ainda havia luzes acesas, mas eram fracas, provavelmente eram da cozinha. Ele começou a rodear o prédio, procurando um jeito de pode falar com os líderes, mas não precisou se esforçar muito quando Cilan saiu de uma porta a esquerda, retirando o avental e suspirando, sentando-se na pequena escada, o garoto de boné então, se aproximou.
    — Ei – cumprimentou.
    O líder de cabelos verdes olhou para o garoto e demorou uns minutos para reconhecê-lo.
    — Ah, você – riu quando se lembrou. – Desculpe pela experiência catastrófica de hoje. Espero que não tenha vindo reclamar.
    — Eu não achei a comida ruim – ele sentou-se ao lado do outro. – Eu estava lá para desafiar vocês. Meu sonho é ganhar a Liga Pokémon.
    — Acho que você se desapontaria com a batalha que teria contra a gente. Estamos tão perdidos com o falecimento de nossa mãe que o mundo...
    — ...parece estar de cabeça pra baixo e você não tem a quem recorrer – completou Hilbert, olhando para Cilan. – Eu entendo esse sentimento, eu nunca tive um pai... presente. Então muitas coisas eu ainda fico confuso em fazer. Não é como se minha mãe fosse entender todas as minhas perguntas.
    — Exatamente. Não é como se todo mundo soubesse fazer a casquinha de Krabby que só minha mãe sabia fazer – riu o líder.
    —  Você foi a primeira pessoa que me fez comer carne de Bouffalant – confessou o treinador. – Tudo bem que ela veio com morango e creme e isso foi estranho, mas mesmo assim, estava bom. Eu não sou um crítico gas... gastrô... gras... - ele pareceu perdido na palavra.
    — Gastronômico?
    — Isso! Mas enfim, não acho que sua comida seja um problema, nem que você seja um péssimo líder... Vocês... só estão perdidos. Se nada der certo, improvise e faça do seu jeito, nem que se for pra colocar morangos e todo mundo achar estranho. Surpreenda eles.
    Cilan sorriu calorosamente. Há alguns dias precisava de palavras reconfortantes, só não achava que elas viriam de um treinador que tinha achado plausível a combinação de morangos e carne.
    — Porque eu acho que essas palavras valem para você também?
    — Estou tentando te ajudar aqui. Foi difícil pra mim pensar em tantas palavras bonitas, mas eu senti que devia, eu tive alguém incrível que me levantou num momento difícil, eu meio que estou retribuindo – Hilbert sorriu. – Então saiba que eu estou aqui para o que precisar.
    — Isso é que um amigo diz – argumentou o jovem de cabelos verdes.
    — Então eu sou seu amigo – riu.
    — O P. Netto vai voltar aqui amanhã, eu fiz a besteira de dizer que estava pronto para impressionar ele amanhã, mas tô morrendo de medo – confessou.
    — É como eu disse, é só improvisar. E me chama se precisar de ajuda que eu ensino aquele gordão como é que se come direito – riu Hilbert, sendo respondido com uma risada calorosa e amiga do companheiro.
    Depois daquela conversa, Cilan sentiu que estava pronto para fazer o prato mais delicioso de sua vida, e o ingrediente tinha vindo da pessoa que ele menos esperava: Determinação. 

       

    16 comentários

  • Notas da Autora (Capítulo 8)


    Finalmente chegamos no ginásio de Striaton, que particularmente, deve ser bem detestado pelos fãs por ser... simples? Digo, se comparar o Brock, o trio de líderes é fichinha rs Mas eles são injustiçados, é a primeira vez que vemos um líder rotacionar de acordo com o seu inicial, e ver um ginásio dentro de um restaurante é um coisa que é de explodir miolos.
    E quando falamos de restaurante, pensamos em comida!
    Foi o que me norteou para escrever os dois capítulos desse mini arco do ginásio.
    E a grande pergunta é: Conseguiram pegar todas as referências?
    Eu juro que se o Capitão América lesse esse episódio ele ia ter um treco de tantas referências, mas se você não pegou todas, vamos lá.


    Começando pelo título, Pesadelo na Cozinha, se você é um bom frequentador da internet e amante da TV aberta brasileira, vai reconhecer logo de cara que estamos falando do programa da Band de mesmo nome, onde um renomado chefe francês visita restaurantes que estão com problemas e os ajuda a se reerguerem. O programa ficou popular graças a seu apresentador e alguns participantes e suas frases e momentos memoráveis. 


    E por falar no programa, eis que o próprio Chef Érico P. Netto é uma homenagem ao próprio Erick Jacquin, e eu, não satisfeita, quis homenagear uma segunda figura. O sobrenome P. Netto nada mais é que uma analogia a Panetto. E quem é Panetto? Ora, o Gastrodon do Lukas no Aventuras em Sinnoh. Sempre achei os dois parecidos demais rs 


    Dentre os momentos chaves do capítulo 8, o mais interessante é o Hilbert devorando um bife de Bouffalant com creme e morango (isso não deve ser muito bom rs), ele fala algo sobre apreciar as coisas separadamente nada mais é que uma referência a um episódio de Friends, onde o personagem Joey se delicia com a sobremesa preparada pela personagem Rachel, que sem querer misturou duas receitas, uma doce e uma com carne, dentre o rebuliço e confusão envolvendo isso, o personagem solta a frase "Custard? Good! Jam? Good! Beef? Good!".


    Dentre humor e referências, eu quis trabalhar com Chili, Cilan e Cress de uma maneira mais livre, mesmo que o plot de superação e perda de um parente seja um pouco clichê e frequente aqui em Neo Unova, acho que acabei criando 3 personagens mais... simpáticos para os leitores, quem sabe assim, conseguimos criar mais empatia.
    Aliás, sou só eu, ou Cilan e Hilbert é shippável? rs

    Um beijo e um abraço
    StarChan

    0 comentários

  • Galeria do Burgh - Fanart #05 (Anan - Autor de NPS)


    » COMENTÁRIO DO ARTISTA
    Fiz este desenho para ilustrar os Pokémon dos protagonistas e ressaltar um pouco da interação deles baseado em suas personalidades.
    Sombra está apenas descansando, Mirsthy está limpando os pelos de Zorua, Vic está tomando um Casteliacone, Brianna está sendo esnobe e revelando sua cicatriz.
    Por último o tepig, ele é o uniy que no desenho não encosta em nenhum pokémon, uma analogia para falar que ele é o mais novo membro e ainda não foi integrado ao grupo. 

    COMENTÁRIO DA AUTORA «
    E olha só quem que veio nos prestigiar com uma fanart. O Anan sempre aparece com as melhores artes randômicas no server da Neo Aliança no Discord (que se vc, leitor, tiver interesse, está livre para entrar, é só procurar o menu Discord na barra lateral aqui do blog), e na noite de ontem, ele estava inspirado e desenhou várias fanarts geniais, e eis que ele me aparece com essa fofíssima fanart dos Pokémon protagonistas <3 Até o Tepig entrou no desenho.
    Acho legal como você pegou todas as personalidades e retratou super bem, eu particularmente adorei a Brianna e a cicatriz dela.
    MUITO OBRIGADA, ANAN <3

    0 comentários

  • Galeria do Burgh - Fanart #04 (Leucro #01 - Autor de NPJ)



    » COMENTÁRIO DO ARTISTA
    [O artista não deixou nenhum comentário]

     COMENTÁRIO DA AUTORA«
    Eu admito que me surpreendi quando o Leucro mandou um desenho, tá cheio de artistas a Neo Aliança rs
    Daqui uns dias eu vou criar uma categoria exclusiva para o Bertinho em questão de fanarts, ele tá dominando a galeria
    Obrigada pela fanart, Leucro <3

    0 comentários

  • Galeria do Burgh - Arte Oficial: StarChan #01


    "LONGE OU PERTO. MÃE É MÃE"

    Numa época em que o distanciamento social é comum devido a pandemia do Covid-19, um dos feriados mais afetados é o do dia das mães. Em Neo Unova, Hilbert está longe de sua mãe, Alina, por causa de sua jornada, mas sempre está enviando a ela cartas para dizer que está tudo bem.
    Enquanto isso, Hilda foi criada longe de sua mãe, Havana, graças a rotina agitada da figura materna, mas isso não as impede de usar a internet para se comunicarem e assim aliviar a distância e a saudade.
    Os dois, mesmo longe, encontraram maneiras de manter o contato e o amor <3
    UM FELIZ DIA DAS MÃES PARA TODAS AS MAMÃES DO MUNDO POKÉMON OU REAL 


    2 comentários

  • Galeria do Burgh - Fanart #03 (Subversivo #02)


    » COMENTÁRIO DO ARTISTA

    Cara, acho que todos nós precisamos de uma Hilda por perto nos momentos difíceis da vida kkkk Que dupla incrível que está sendo formada com a jornada, estou curtindo muito. Que capitulo incrível, tem dezenas de possibilidades de representá-lo com arte e isso tudo se deve a forma como foi escrito e ao ciclo natural de acontecimentos, a impressão que tive é que nada foi em vão nos últimos dois capítulos, onde até o N (mesmo que sem a intenção) lembrou os garotos do passado de Hilbert. Ficou show.
    Sobre o desenho, eu pensei em diversas formas de fazer, porém escolhi uma cena onde Hilda apareça pra também mostrar que, por mais que o ep tenha girando em torno do Hilbert, ela também teve um papel fundamental no decorrer do capitulo. Então esta ai, os dois batendo um papo sobre a luz da lua, ainda com a luz da fogueira funcionando ali em baixo. Achei muito bom fazer esse desenho.
    COMENTÁRIO DA AUTORA «

    E mais uma vez o Subversivo surpreende com uma fanart rs
    Eu realmente fico sem palavras em saber como as pessoas transmitem tão bem as mensagens que eu quis passar com um capítulo. Melhor ainda é ver que estão curtindo a relação de Hilbert e Hilda, apesar de eu sempre focar ele as vezes, a garotinha de Castelia acaba sendo super importante <3
    Eu agradeço de coração cada um dos elogios, comentários e os desenhos, Subversivo!
    É muito importante pra mie ;)

    3 comentários

  • Capítulo 7



      
    — A Musharna foi sequestrada! – Fennel agarrou o cabelo em desespero.
    Aquela manhã começara agitada graças aos gritos da cientista. Hilbert se levantou num pulo e tentou acalmar a mulher.
    — T-Tem certeza? – questionou ele, ainda tentando raciocinar o acontecido por conta do sono.
    — Quando eu acordei, a janela estava aberta e o trinco quebrado – explicou a mulher, mostrando o interior de seu quarto.
    Bianca e Hilda, juntamente com o garoto, começaram a investigar e pensar nas possibilidades do que realmente teria acontecido. O treinador soltou sua Minccino para que ela pudesse encontrar rastros do ladrão graças a sua mania de limpeza, Sombra começou acompanhar a criatura usando um pouco do seu faro de recém-nascido, Victini saiu da bolsa de Hilbert para ajudar, surpreendendo Fennel e Amanita, que tinha acabado de chegar no quarto.
    Mirsthy e Zorua encontraram um ponto em comum perto da cama, a criatura cinza passou seu rabo sobre o local e exibiu a sujeira para seu mestre, soltando alguns grunhidos.
    Patas de Watchog – disse Vic, traduzindo os sons da criatura.
    — W-Watchog? – Hilda olhou para o Pokémon anjo, um tanto confusa.
    — Porque um Watchog sequestraria uma Musharna? – refletiu Bianca com a mão no queixo.
    — Mas ele não agiu sozinho – Amanita apontou para a janela, mostrando uma corda que jazia pendurada.
    Hilbert se aproximou e apoiou-se sobre o parapeito e colocou cabeça para fora, procurando a origem de tal objetivo, virou a visão para cima e viu que ela estava presa no telhado. Quem quer que fosse o ladrão, era bem descuidado em deixar uma prova no local do crime.
    — Um humano veio com esse Watchog – concluiu o garoto. – Mas eu não entendo qual o motivo de alguém querer raptar uma Musharna.
    Fennel refletiu, olhou para os presentes no quarto, e subitamente, correu até a sala, espiando pela outra janela. Suas teorias estavam corretas, seus olhos se direcionaram para aquele lugar.
    — Senhorita Fennel? – Bianca pareceu preocupada, se aproximando da mulher junto com os demais.
    — Dreamyard... – sussurrou.


    Tsuyo se espreguiçou várias vezes e riu. Estava contente por realizar um rapto tão bem executado, sentado sobre os escombros, ele encarou os membros da sua equipe que tentavam controlar a fúria da Musharna que atacava os humanos com seus golpes psíquicos. Patrats dos Plasmas tentavam ajudar, mas sempre eram arremessados para longe, em vão.
    — ELA NÃO PARA! – gritou a mulher da equipe, irritada.
    — Vocês são uma decepção... – murmurou Tsuyo que saltou até eles e pousou com maestria, fazendo dois Plasmas recuarem.
     Sacou um objeto esférico de seu cinto que era preto com grandes círculos verdes e uma faixa vermelha, era uma Pokéball conhecida como Dusk Ball e tinha mais efetividade em capturar Pokémon encontrados em cavernas ou durante a noite. Ele liberou a criatura de dentro do objeto, revelando ser sua Liepard. A gatuna contornou seu treinador com a malícia parecida ao do próprio.
    Musharna olhou aterrorizada para os dois, sentindo a ambição maligna do humano que mesmo com a boca coberta por uma máscara ninja, pode-se notar que ela sorria sarcasticamente. A criatura rosa, num ato de puro desespero, direcionou um golpe conhecido como Psybeam a Tsuyo que não se moveu. Quem se jogara na frente do homem fora sua própria Liepard, que não sentiu o efeito do golpe.
    — Inútil – debochou. – Liepard, Night Slash.
    O ambiente pareceu um pouco mais sombrio quando a felina invocou o golpe, e num movimento ágil e preciso, ela usou uma das suas patas dianteiras para criar um rasgo de cor púrpura e atingir em cheio a Musharna que fora jogada em direção em um dos Plamas que foi derrubado junto a criatura.
    Tsuyo riu incontrolavelmente, fazendo até mesmo seus companheiros de equipe se arrepiarem. Acariciou os pelos de seu Pokémon e tirou com certa brutalidade o aparelho que sugava o Dream Mist da mão de um de seus capangas, se aproximou com passos leves até a criatura rosa pisou sobre seu corpo roxo e fraco, fazendo pressão nos pés.
    — Não adianta lutar contra mim – ele aproximou o rosto do Pokémon, que tinha aberto seus olhos vermelhos, com medo. – A escuridão sempre vence – sussurrou, e rindo, ligou a máquina e colocou o cano no nariz de Musharna, sugando a névoa rosa.
    — O-olha, a-a quantidade é maior – apontou um dos membros, um tanto perplexo e assustado com o líder.
    O ninja tirou o pé do Pokémon e caminhou pelo ambiente, como se esperasse algo. Ele interrompeu sua caminhada e olhou em direção de onde antes era o portão principal e sorriu.
    — Temos visitas – disse, escondendo-se nas sombras. Sua Liepard tomou pose de batalhas e os capangas da Team Plasma sacaram suas Pokéballs, prontos para o que viesse.
    Hilbert apareceu primeiro, seguido de Hilda e Bianca, e por último, Fennel e Amanita. A cientista olhou em volta, ignorando todo o ambiente e os presentes e focou sua visão na Musharna que jazia fraca em um canto, tendo todo seu Dream Mist sugado. O mais chocante estava a pilha de Munnas aparentemente mortas jogadas de lado como objetos.
    — Ah meu Arceus! O que vocês fizeram? – exclamou ela, chocada e um pouco frágil ao se deparar com a cena.
    — Vocês mataram Pokémon?! – Hilbert gritou dessa vez, tirando duas Pokéball do bolso.
    — Eles não eram mais úteis – Tsuyo deu de ombros, ainda escondido. – Estamos coletando Dream Mist, mas como vocês podem ver, sete Munnas não foram o suficiente, aí tivemos a ideia de sequestrar essa linda Musharna que tem o dobro da energia.
    — Isso é imperdoável! – Bianca sacou suas duas Pokéball também, se posicionando ao lado do garoto de boné.
    — Estão a fim de uma batalha? Eu estava esperando um pouco de ação, por isso deixei... uma pequena pista para vocês – o ninja riu. – Plasmas, ataquem.
    Os capangas arremessaram suas Pokéball, liberando um casal de Patrats e um Watchog que se posicionaram ao lado da Liepard de Tsuyo.
    — Vamos dar nosso melhor, Bianca – disse Hilbert. – Vamos vingar esses Munnas e salvar a Musharna da senhorita Fennel.
    — Certo! – concordou a loira. – Oshawott! Tranquill!
    O Pokémon lontra posou sobre o chão, encarando seus adversários enquanto o pássaro tomou os céus, observando a cena de cima.
    — Brianna! Mirsthy! Vão!
    Snivy e Minccino uniram-se prontas para a batalha.
    A Zorua de Hilda saiu de sua Luxury Ball mesmo sem o comando da treinadora.
    — S-Sombra! É perigoso.
    A raposinha olhou para a garota com a determinação de alguém que protege seu bando, mesmo receosa, a menina acenou positivamente com a cabeça. Não era uma treinadora como seu companheiro de viagem, mas esperava fazer um bom trabalho e conseguir ajudar seus amigos.
    — Ok. Vamos lá.
    Hilbert sacou sua Pokédex para analisar os Pokemon de seus oponentes.
    Aquela Liepard parece perigosa, senhor Hilbert – murmurou Grimaud sobre o ombro do garoto. – O Watchog não parece estar em um nível alto, mas ele está sempre atento.
    — Obrigado, Grimaud. Vamos eliminar os dois Patrats primeiro. Mirsthy, comece com Tickle no Patrat da esquerda. Brianna, ataque com Tackle o mesmo Pokémon.
    Minccino tomou o primeiro ataque, usando-se das quatro patas para se movimentar mais rápido e se aproximar de sua primeira vítima que mal teve tempo de contra atacar com Tackle e foi alvo de cócegas, que acabou abaixando sua defesa e isso abriu espaço para que Snivy atingisse o pobre Pokemon com uma investida, arremessando-o para longe e quase o nocauteando. A dupla comemorou brevemente o golpe bem sucedido, era a primeira batalha das duas juntas.
    Fury Swipes! – ordendou Tsuyo para sua Liepard.
    A gatuna apareceu subitamente na frente dos Pokémon de Hilbert, fazendo as duas olharem para cima, um tanto apreensivas, a criatura então sorriu maliciosamente.
    — CUIDA-
    O treinador tentou alertar, mas era tarde. A felina desferiu uma série de arranhões nas pobres pequenas que foram arremessadas para perto do garoto, não estavam desmaiadas, mas estavam fracas e debilitadas.
    — Brianna! Mirsthy! – o menino agachou-se na altura de seus Pokémon, conferindo a gravidade do golpe, a criatura cinza soltou um grunhido enquanto a verde respirou fundo. – Maldição.
    Não adianta tentar começar por baixo, senhor Hilbert – sussurrou Grimaud. – Devemos nos focar na Liepard e-
    A explicação do velho Joltik fora interrompida e em vão quando Bianca assumiu a frente da batalha.
    — Oshawott, Tackle naquele Patrat – ordenou, apontando o segundo Patrat que permanecia intacto.
    A lontra disparou em corrida, mas era mais lerdo que os outros e permitiu que seu adversário preparasse um Tackle na mesma proporção e causasse uma colisão de igual para igual, mas a vitória acabou sendo do Pokémon de água, que arremessou o outro para longe.
    — ISSO! – comemorou a treinadora.
    — Isso ainda não acabou – Tsuyo riu. – Agora, Liepard.
    — Você não vai me enganar! Air Cutter, Tranquill! – exclamou a loira.
    O Tranquill que estava nos céus começou a bater as asas com velocidade criando lâminas de vento que foram direcionadas a gatuna roxa.
    — Desvie e use Hone Claws – ordenou o ninja nas sombras.
    Liepard saltou para longe e o golpe do pássaro quase acertou o pequeno Oshawott. O Pokémon roxo pousou um pouco na defensiva e começou a arranhar o chão, exibindo as enormes garras que se afiavam conforme o atrito com o chão aumentavam
    C-Cuidado! Isso aumenta a força dos golpes da Liepard! – alertou o velho Joltik.
    Night Slash!
    — OSHAWOTT, TRANQUILL, CORRAM!
    Oshawott foi a primeiro a bater em retirada, correndo com seus pequenos braços para trás, desesperado, mas a gatuna partiu para cima dele primeiro. Tranquill, notando que seu companheiro de equipe se encontrava em apuros, mergulhou em direção a cena para tentar proteger a lontra, mas acabou sendo em vão, já que um corte púrpura no ar causado pelo Night Slash atingiu em cheio os Pokémon que foram arremessados para um canto longe, caindo nocauteados.
    — NÃO! – Bianca gritou, preocupada, e tentou alcançar seus Pokémon, mas foi segurada por Hilbert que alertou do perigo de ser atacada.
    — Bem, quem é o próximo? – provocou Tsuyo, observando os jovens.
    Zorua tomou a frente, eriçando os pelos do rabo em sinal de ameaça.
    — Por que você não dá as caras? Está com medo? – questionou Hilda, tentando parecer corajosa, mesmo que suas pernas tremessem um pouco. Estava nas mãos dela o dever de ganhar aquela batalha.
    — Eu prefiro a escuridão, madame – respondeu. – Pois é sempre ela que vence. Ataque!
    — Sombra! Use algum ataque! – as ordens da morena seriam engraçadas se não fossem trágicas. Ela não fazia ideia de que tipos de golpes um bebê Zorua poderia ter.
    A raposinha começou a correr em direção a sua enorme adversária e dando um pequeno salto, arranhou a bochecha esquerda – com um golpe conhecido como Scratch - do Pokémon roxo que ficou um tanto chocada pela ousadia daquela criatura patética.
    — Você acertou! – a treinadora comemorou rapidamente. – Vai, use esse golpe de novo!
    Sombra preparou-se pra atacar de novo, mas foi surpreendida com um arranhão mais poderoso que a derrubou rapidamente.
    — Sombra!
    — Isso acaba aqui... – Tsuyo foi dar sua última ordem, mas foi interrompido quando olhou fixamente para a raposa no chão que começa a tomar um brilho no corpo no tom preto.
    — O-o que é isso? – questionou Hilda, intrigada e preocupada.
    O brilho negro tomou proporções maiores e começou a ganhar forma, quando terminado, revelou-se em uma criatura diferente. A pequena criatura agora era um pouco maior que a Liepard e completamente distinta, se assemelhava a um cachorro gigante com pelos laranjas e pretos por todo o corpo, em sua cabeça, rabo e pernas, uma arrepiada pelagem de cor bege se movimentava levemente com o vento. Era da espécie Arcanine.


    — Isso foi uma evolução? – Hilbert questionou confuso.
    Não, essa é a habilidade dos Zoruas e Zoroark: Illusion! – exclamou Grimaud, maravilhado. – Ela se transformou em um Pokémon de Kanto, Arcanine. Daria para enganar qualquer um se não fosse os pelos pretos originais se misturam por entre os pelos beges.
    A transformada criatura pareceu mais confiante e soltou um longo uivo que intimidou sua oponente felina. Seria uma briga de cão e gato. Sem qualquer comando de sua treinadora, Zorua começou a trocar mordidas e patadas com a gatuna, que retribuía igualmente com arranhões. A briga parecia sem fim, Tsuyo, de longe, raciocinava tudo, procurando uma saída, percebeu que seu Pokémon estava enfraquecendo e quase não conseguir atacar a enorme criatura laranja. Por fim, com uma mordida certeira no pescoço de Liepard, ela caiu fragilizada ao chão, implorando por redenção.
    — Droga... – murmurou o ninja.
    — Nós vencemos? – Hilda estava perplexa e chocada. Estava surpresa com a habilidade e o poder que sua Zorua tinha alcançado, imaginava o motivo da criatura ter justamente se transformado em um Arcanine.
    O grupo comemorou internamente, Bianca alcançou seus Pokemon, retornando-os em suas devidas Pokéball, Hilbert curou Snivy e Minccino com Potions, enquanto Sombra, ainda na forma do cachorro de Kanto se aproximou de sua mestre, um tanto orgulhosa pelo feito.
    — Isso foi incrível, Sombra! – disse, animada.
    — Tsc... – o ninja riu, retirando outra Dusk Ball do cinto. – Eu também tenho meus truques – ele arremessou a esfera – Faint Attack.
    O Pokémon mal teve tempo de se revelar quando desapareceu como mágica e deixou os adversários atônitos. A raposa transformada tentou prever o golpe mais foi atingida diretamente pelo golpe que acabou cancelando sua nova forma, voltando a ser uma pequena criatura novamente.
    — S-Sombra – sua treinadora alcançou ela e a pegou em seu colo, observando a criatura que tinha atacado finalmente se revelar.
    Se tratava de um Pokémon bípede com corpo magro e pelagem escura, possuía longas garras afiadas nas mãos e nos pés de cor branca. Sua cabeça possuía uma espécie de coroa vermelha, mesma cor do suposto colar em seu pescoço e tipos de penas nas laterais do rosto e no lugar da cauda.


    Hilbert sacou sua Pokédex, mas ela não obteve nenhum dado sobre a criatura nova.
    — Q-Quem... é esse? – sussurrou o treinador, um tanto apreensivo.
    Weavile. Um Pokémon do tipo noturno e gelo – informou Grimaud.
    — Um truque das sombra, meu senhores – riu Tsuyo. – Vou finalizar isso antes que eu fique entediado. Weavile, Fury Swipes!
    A criatura do tipo noturno começou a avançar em direção de Hilda e sua fraca Zorua que ficaram paralisadas pelo medo. O garoto de boné gritou pelo nome da companheira, mas ela apenas fechou os olhos, agarrando-se mais ao Pokémon em seus braços, esperando o pior.
    Pequenas patas contra o chão apressadas se fizeram ouvir quando Tepig surgiu e lançou contra o Weavile um golpe conhecido como Ember que atingiu em cheio o rosto do adversário, que recuou, mas não ter sofrido graves danos, a brasa apenas o incomodara por causa da sua desvantagem contra o tipo fogo.
    O porco pousou no chão em frente a garota que salvara, animado por vê-la.
    — Tepig! – exclamou Bianca. – Finalmente você resolveu aparecer!
    O inicial grunhiu e se jogou no colo de Hilda que se surpreendeu.
    — O-Oh. Olá – riu ela. – Você veio atrás de mim? Por isso fugiu do laboratório?
    O Pokemon grunhiu positivamente em resposta.
    — Ok, bem-vindo ao time então – continuou rindo, mas parou assim que notou o Weavile se recuperar e encarar eles.
    — Que comovente- debochou Tsuyo, com sua risada sendo ouvida da escuridão. – Mas isso não vai me parar, We-
    — CHEGA! – uma voz masculina adulta, que não fazia parte dos presentes, se fez ouvir. Como mágica, um homem de cabelos verdes compridos de meia idade e uma espécie de batina com tons de roxo e dourado surgiu.
    — S-Senhor Ghetsis! – os membros da Team Plasma se colocaram de joelhos, como se prestassem reverências ao recém-chegado.
    — O que diabos você está fazendo, Tsuyo? – questionou Ghetsis para o ninja, virando-se para ele. – Eu pedi para que você conseguisse o Dream Mist e não que se envolvesse em batalhas Pokémon! Você se esqueceu o princípio do Team Plasma? Como seu pai reagiria?
    Mesmo sem dizer nada, pode-se notar que Tsuyo deu de ombros.
    — Conseguiram o que foi pedido? – questionou.
    — S-sim, senhor – respondeu um dos Plasmas. – Um tanque cheio.
    — Ótimo, então vamos embora.
    — Embora?! – exclamou Hilbert. – Vão pagar pelo o que fizeram! – ele avançou em direção a eles, mas foi surpreendido pelo ninja jogando uma bomba de fumaça de cobrindo toda sua visão.
    Ficou alguns minutos tossindo e quando a névoa dissipou, não havia sobrado nada além da pilha de Munnas mortas.
    — S-sumiram... – murmurou.
    — MUSHARNA! – o grito de Fennel ecoou pelo Dreamyard quando ela alcançou seu Pokémon, que estava levemente mais pálido. A criatura murmurou gentilmente, fraca.
    — Fique viva! – implorou a cientista, segurando-o em seu colo e se levantando. – Precisamos ir para meu apartamento!
    Bianca mais que depressa retornou seu Pokémon em suas Pokéball e juntamente com a cientista e Amanita, apressaram-se em ir na frente. Hilda começou a seguir elas, mas viu que seu companheiro não fez o mesmo. Ele estava ali, observando o pequeno grupo de Munnas assassinados injustamente.
    — Hilbert? – a menina tocou        o ombro dele e ele despertou de seu devaneio, olhando com certo espanto para trás. – Tudo bem?
    — T-Tô... É só que... – olhou para os Pokémon. – Eu não quero deixar... eles assim. É triste.
    — Podemos... enterrar eles aqui perto... em sinal de respeito – sugeriu.
    O garoto assentiu e os dois se aproximaram, respeitavelmente começaram a carregar os pequenos corpos desacordados das criaturas rosas inocentes para perto da floresta onde começaram a cavar pequenos buracos.

     

    No apartamento, Fennel colocou sua fraca Musharna sob uma cama que ficava ligada a enorme máquina localizada na sala e começou a implantar alguns fios que informavam os sinais vitais e um pequeno tubo em seu nariz, semelhante ao usado para sugar o Dream Mist, mas que fazia o efeito contrário, depositando cada vez mais a névoa rosa para dentro do corpo da criatura, que aos poucos parecia recuperar sua energia vital.
    — I-Imperdoável... – murmurou.
    — Como? – Bianca olhou para a cientista. Amanita pegou a mão da irmã.
    — Não era pra ser assim. O Dreamyard não era pra ser um palco da ambição tóxica, e sim um lugar onde sonhos podem ser realizados sem que ninguém prejudicasse a vida de ninguém – ela sentiu a garganta travar pelo ódio e as lágrimas encherem seus olhos.
    — Eu sinto muito, senhorita Fennel – a garota loira abaixou a cabeça. – E-Eu não sabia que... isso era Dream Mist – ela apontou para o tubo contendo uma considerável quantidade da fumaça cintilante. – Por que você armazena?
    Fennel enxugou as lágrimas e respirou fundo, com um pouco de dificuldades pra responder. Foi Amanita que tomou a palavra:
    — Para estudo. Ela usa o Dream Mist que a nossa Musharna produz. Parte disso é da época que nossos pais estavam vivos ainda.
    — Se você olhar de perto, poderá ver o sonho das pessoas ilustrados – disse a cientista, recuperando as palavras.
    Curiosa, Bianca começou a observar mais atenta aquela curiosa energia que emanava de Musharna, viu algumas imagens de crianças, adultos e idosos sorrindo com seus sonhos realizados, mas foi a figura de dois cientistas, uma adolescente um pequeno bebê que chamou a atenção dela.
    — ... Acho que achei o sonho dos pais de vocês.
    — O quê? – as duas irmãs disseram em uníssimo e se aproximaram, observando com atenção.
    — São eles mesmo... – disse Fennel.
    — Mas porque estamos no sonho deles? – questionou Amanita. – Achei que o sonho deles era conseguir sucesso com o estudo do Dream Mist.
    — Mais do que isso. O sonho deles era formar uma família – sorriu a cientista, acariciando o cabelo da mais nova. – Acima de tudo, eles querem nos ver unidas, e a Musharna veio mostrar isso, certo? – questionou para o Pokémon.
    A criatura rosa, aparentemente melhor, soltou um grunhido animado, recebendo um abraço da irmão mais nova de Fennel.
    — Me pergunto o que aquela tal de Team Plasma queria coletando o Dream Mist – comentou Bianca pouco tempo depois, usando algumas Potions em seu Oshawott e em Tranquill.
    — Considerando o ar sombrio daquele tal de Ghetsis e aquele cara que não mostrava o rosto, coisa boa não é.
    — Seja lá o que for, eu terei que ficar atenta – concluiu a cientista, suspirando.
    A loira assentiu e começou a olhar em volta, um tanto confusa e preocupada.
    — C-Cadê o Hilbert e a Hilda?
    Como se soubessem que estavam falando deles, os jovens apareceram com as roupas levemente empoeiradas e sujas de terras, Tepig e Zorua andavam no encalço da garota, disputando a atenção dela.
    — Estamos aqui – começou a menina, rindo. – Estávamos enterrando aqueles pobres Munnas. A Musharna está melhor?
    — Está sim. Conseguimos a tempo, graças a vocês todos – sorriu Fennel. – Vocês foram incríveis.
    Os três jovens sorriram, um tanto cansados.
    — Mesmo eles fugindo e coisas trágicas acontecendo, ajudou um pouco na minha experiência com a Brianna – comentou Hilbert. – Aparentemente ela aprendeu um novo golpe chamado Vine Whip, de acordo com a Pokédex.
    — É. E eu descobri a habilidade que a Sombra tem – Hilda acariciou sua raposinha. – E achamos o Tepig – riu, brincando com o porquinho.
    — Por falar em Tepig – Bianca ergueu seu pulso em direção ao rosto, mexendo em pequeno relógio cinza e rosa que possuía uma telinha digital – Vou ligar para Professora Juniper e contar que te achei.
    Bianca? – a voz eletrônica de Juniper saiu do aparelho.
    — Professora! Eu achei o Tepig. Digo, ele achou a gente – riu.
    Ah que alívio. Ele está bem? Você está bem? Parece cansada
    — Eles estavam me dando uma mãozinha – Fennel surgiu ao lado da menina loira, rindo.
    — Fenn! – sorriu a professora. – Quanto tempo!
    — Ainda usando esse coque fora de moda, Au? – brincou a cientista.
    É o único que eu sei fazer – respondeu, rindo. – Como encontrou o Tepig?
    — Estávamos numa batalha contra umas pessoas que se diziam da Team Plasma e ele meio que apareceu para salvar a Hilda – explicou a assistente, apontando seu relógio para Hilbert e Hilda para que Aurea pudesse vê-los.
    Olá crianças – cumprimentou a mulher. – Vejo que estão num começo de jornada agitado.
    — Um pouco – riu a garota morena. – Mas está sendo bem divertido. Ei, professora, posso ficar com o Tepig? Ele parece ter gostado de mim.
    Ah, então é por isso que ele fugiu – riu a mais velha. ­­– Bem, se não se incomodar, pode ficar sim. Bianca te entregará a Pokéball dele.
    — Obrigada! – Hilda abraçou o Tepig, que retribuiu o carinho com um alto grunhido de felicidade.
    Cuidem bem um do outro – riu Juniper. – Eu ouvi vocês falando da Team Plasma... Ouvi alguns boatos sobre eles.
    — A gente encontrou eles em Accumula Town – começou Hilbert, recebendo os olhares de todos os presentes. – O cara chamado Ghetsis fez um discurso sobre libertar os Pokémon.
    — Pareciam apenas um grupo pequeno de pessoas que fazem parte de alguma instituição de proteção aos Pokémon – completou sua companheira. – Mas depois do que vimos hoje, temos certo receio.
    De qualquer forma, tomem cuidado com eles – alertou Aurea. – O importante é que estão todos bem. Eu preciso ir agora.
    — Certo, em breve eu vou retornar para Nuvema – despediu-se Bianca. – Até mais.
    Até.
    Com a ligação encerrada, todos ficaram uns minutos em silêncio, raciocinando o acontecido. Hilda começou a refletir sobre sonhos, imaginava se seu sonho teria tanta energia a ponto de mover o mundo e se as Munnas e Musharnas se sentiriam bem ao se alimentarem dele. Prometeu a si mesma que iria pensar em um que fosse bom e puro, bem diferente dos das pessoas que destruíram o Dreamyard ou dos da Team Plasma, que mesmo conhecendo muito poucos deles, não queria ser como eles.
    Fennel então sugeriu um banho para os garotos e ofereceu paras lavar suas roupas, eles então, cansados, concordaram.
    — Como agradecimento vou levar vocês para almoçarem amanhã no restaurante aqui de Striaton – disse a cientista.
    — Aquele que é ginásio? Boa ideia – sorriu Hilbert. – Vou poder finalmente desafiar o líder e conseguir a primeira insígnia.
    A noite caiu e enquanto todos dormiam, o garoto não conseguia conter a emoção de estar tão próximo de conquistar a primeira etapa de seu grande sonho. Do que aquele sonho era feito? Com certeza de muita determinação.

       

    18 comentários

  • Copyright © - Nisekoi - All Right Reserved

    Neo Pokémon Unova Powered by Blogger - Designed by Johanes Djogan