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- Capítulo 33
— O jantar está na mesa!
A voz feminina ecoou pela casa. Não foi preciso
que o volume da voz fosse alto, já que o lar era dividido em três cômodos
minúsculos, sendo um deles, a própria cozinha e sala de onde a voz havia saído.
Do quarto ao lado, duas crianças apareceram agitadas, disputando uma corrida
imaginária.
O mais velho era um garoto de pelo menos dez
anos com lindos cabelos violeta. Sua pele morena era lisa e macia e seu rosto
carregava uma vontade absurda de viver, apesar de alto, era bem magro. Ele logo
se sentou a mesa e esperou que sua irmã mais nova fizesse o mesmo.
A menininha de quatro anos era praticamente uma
cópia do seu irmão. Só que com cabelos longos e bagunçados que ela
constantemente usava suas mãos para afastar os fios rebeldes da frente do
rosto.
— Porque não prende o cabelo logo de uma vez? –
questionou o irmão da menina.
— Princesas sempre andam com o cabelo solto –
respondeu a mais nova, com o nariz empinado.
— Estamos muito longe de ser da realeza – riu o
outro, observando suas próprias vestes surradas. – Você nem tem uma tiara.
— Bem, um dia eu vou ter. E um vestido rosa! –
sorriu a garotinha, sonhando alto enquanto balançava em sua cadeira.
— O jantar da princesa está servido – a mãe dos
dois se aproximou e depositou sobre a mesa uma refratário com simples, porém,
apetitosas carnes de Torchic empanadas.
Uma refeição feita com carinho que compensava
qualquer dinheiro. A mais nova fungou e deixou o aroma salgado penetrar suas
narinas, quase salivando.
— Íris? – uma voz, dessa vez, masculina e velha
despertou a garota de suas memórias.
Íris olhou em volta para se situar, estava no backstage
de um estádio e já era possível ouvir gritos eufóricos de algumas pessoas.
Era o dia mais importante de sua vida.
A garota prodígio finalmente alcançara o topo
do mundo e faltava apenas mais um degrau extra: Se tornar a nova cabeça da
Elite dos 4 de Unova. Olhou para suas mãos e até mesmo para o seu look: Um
bufante vestido rosa de dois tons com mangas largas e uma abertura em V na saia
com direito a laços. Na cabeça, uma singela tiara de ouro com duas esmeraldas,
elas enfeitavam o longo cabelo violeta preso num rabo de cavalo.
Aos 14 anos, Íris havia realizado seu sonho:
Havia se tornado princesa. Mas não aquelas dos contos de fadas que era
sequestrada e mantida presa por dragões numa masmorra. Aqui, ela era a princesa
que comandava os dragões.
Drayden pigarreou e estranhou quão avoada e
distraída estava a garota.
— Você está esquisita hoje – comentou o líder
de Opelucid. – Hoje é um dia muito importante pra você ficar estranha.
— Só estava refletindo – Íris acariciou os
ombros. – Mas estou pronta desde os meus oito anos para esse momento, não tem
como dar errado.
— Gosto da confiança – o homem bateu de leve
nos ombros dela, depositando a mesma empolgação e muita ansiedade. – Não se
preocupe com as câmeras ou com a plateia. A maioria só veio aqui para fazer
fotos e status. Respira fundo, você consegue.
Íris refletiu por alguns minutos. Sua memória
viajou longe novamente como se um filme da sua vida passasse na sua frente,
aquele famoso clichê quando algo importante está para acontecer. Suas narinas
expandiram e ela jurou sentir cheiro de algo que há anos não sentia. Soltou um
leve sorriso e se virou para o senhor:
— Quando essa batalha acabar, podemos comer
carne de Torchic empanados?
Nem o campeão de Unova estava acostumado com
tantos olhares. Anos e anos de invencibilidade e ele ainda tremia para dar
entrevistas ou falar sobre sua carreira. Mas ninguém podia negar que Alder era
um dos mais admiráveis campeões que Unova já tivera.
Enquanto terminava de se aquecer e se preparava
para ser chamado, notou que não estava sozinho nos bastidores. Um garoto de
aproximadamente catorze anos e cabelos rebeldes estava encostado contra a
parede.
— Eu paguei o camarote mais caro do estádio e
você prefere assistir daqui? - questionou Alder, rindo.
— Não tem graça assistir de tão longe –
respondeu Benga.
Alder era o avô de Benga. Os dois
compartilhavam um espírito aventureiro e um amor pelo ar livre que poucas
pessoas entendiam. Até os estilos de roupa eram semelhantes, com o campeão
usando sempre sandálias, calças com barras irregulares e um manto que cobria
seu tronco. Ninguém duvidada da relação dos dois quando o se tratava da cor e
do corte do cabelo, com raivosos fios vermelhos e alaranjados compridos e
espetados.
— Tá pronto pra ganhar? – questionou o neto.
— Eu não ligo para o resultado, só quero uma
boa batalha – respondeu Alder, ajeitando suas Pokéball em volta do pescoço.
— Você não tá nem se esforçando pra defender
seu título né? – perguntou o mais novo.
— Não vou entregar a batalha numa bandeja para
ela – defendeu o campeão. – Eu só não acharia ruim de finalmente ter uma
aposentadoria. Estou ficando velho.
— Alder Ackworth dizendo que está velho? – Benga
soltou uma risada escandalosa. – Logo você que pregava que todo mundo tem uma
alma eternamente jovem? Qual é, vovô, você é alpinista, ninguém foi tão alto no
Mt. Coronet. Não pode simplesmente falar que está velho.
Alder sorriu, escandaloso igual.
— Eu sinto falta de acordar de madruga só pra
escalar montanhas por aí – confessou, reflexivo.
— Então vamos fazer uma promessa? – Benga se
levantou. – Quando essa batalha acabar, você vai tirar umas férias e vamos
escalar até o topo do Mt. Coronet!
O campeão riu, concordando.
Era hora do show.
Os protagonistas daquela história finalmente
deram as caras, em lados opostos, quase não se enxergando graças a enorme
distância. O campo de batalha era firme e meio poeirento, era neutro e seria um
problema para quem trouxesse Pokémons aquáticos para aquele duelo.
Pessoas de todos os tipos gritavam eufóricas. Era
um duelo de titãs e muitas pessoas tinham gastado toda sua economia do ano para
ter um lugar naquele estádio. Os mais ricos desfrutavam do local em cabines de
camarotes, sendo servidos com vinhos, champanhes e todo tipo de iguarias. Íris
se posicionou em seu lugar, evitando olhar para os lados, queria evitar ainda
mais a ansiedade. Alder acenou para alguns fãs e foi aclamado. Alguns
levantavam cartazes e outros mostravam bonecos dos Pokémon do time do campeão.
O homem imitou o gesto de Íris e sorriu,
observando com orgulho aquela jovem chegar tão longe. Era um entusiasta e
defendia que o mundo deveria sempre se renovar, onde o velho daria o lugar ao
novo para que esse pense mais no futuro.
De sistemas de som, se pode ouvir a voz do
narrador e apresentador daquela batalha.
— Sejam todos bem-vindos ao duelo do século.
Hoje, a Mestre Pokémon Íris Hewitt irá desafiar o atual Campeão da Elite 4 de
Unova, Alder Ackworth, que irá defender seu atual título.
As câmeras que transmitiam o duelo para toda
Unova eram controladas por profissionais e por Rotoms que sobrevoavam todo o
estádio para capturar cada ângulo daquele embate que mal havia começado.
— As regras da batalha estão disponíveis no
site oficial da Liga Pokémon de Unova – informou o narrador. – Em resumo, em um
acordo das duas partes, a batalha será de 3x3 com o uso permitido de itens.
Treinadores, saquem suas Pokéball, o primeiro golpe é da desafiante.
Íris sacou sua primeira Pokéball, sorriu
confiante, como se o objeto acendesse uma chama nela.
— Druddigon, conto com você – ela arremessou o
objeto e liberou o Pokémon que faria a estreia daquele embate.
O Pokémon da garota era a aparência que definia
o time todo: Um dragão. Apesar de não ser muito alto, conseguia intimidar todos
com sua cara de mal em uma cabeça vermelha cheia de escamas pontudas e furiosas
presas na boca. O corpo era de um azul petróleo, com braços e pernas que sempre terminavam em garras afiadas. Usando
suas asas, ele ganhava o céu enquanto balançava sua cauda para amedrontar seu
adversário.
Alder ficou eufórico em ver um Druddigon
voando, era bem raro ver criaturas daquela espécie realmente usando suas asas,
o que significava que a garota havia treinado aquele Pokémon para que ele alcançasse
o máximo de todas suas habilidades. A garota prodígio era muito mais que um
apelido superficial.
— Você quer brigar nos céus, então? –
questionou o campeão, tirando uma esfera do seu colar de Pokéball e liberando
seu primeiro Pokémon
Um Braviary. A águia símbolo Unoviana era tão
majestosa quanto seu nome. Suas penas azuladas e avermelhadas brilhavam
conforme o sol refletia. O bico amarelado e as garras pontudas mostravam todo
seu poder como predadora.
Quando o sinal de start foi soado, um
grito uníssimo da plateia se fez ouvir.
— Vamos começar com Flamethrower! –
ordenou a Mestre Pokémon.
O dragão abriu sua mandíbula e brasas começaram
a se acumular em sua boca que logo foram disparadas como um lança chamas de
longa distância. O Braviary usava sua agilidade para se desviar do fogo,
enquanto analisava o poder de seu adversário. Íris sabia que não era qualquer
golpe capaz de atingir um treinador de alto patamar, mas sabia que uma hora ou
outra, toda aquela agilidade se esgotaria.
— Aerial Ace! – ordenou Alder.
A águia alcançou mais os céus, a ponto de fazer
o dragão de Íris olhar para cima, usando uma de suas patas para bloquear o sol.
O céu estava pintado com um azul tão lindo que Braviary parecia comandar aquele
ambiente. Uma aura metálica rodeou o corpo da ave que mergulhou em direção ao
inimigo.
Íris ordenou que Druddigon não desviasse, e
sim, que usasse seus longos e fortes braços para interromper o ataque do
Braviary. Ele logo agarrou as duas asas do adversário e a plateia gritou,
animada.
— Focus Blast! – gritou a treinadora.
O dragão arremessou a ave e logo lhe acertou uma
esfera azulada contra a barriga de Braviary, que caiu no chão. Foram preciso
alguns minutos até que a águia voltasse a voar, levemente impactada com um
golpe que surtiu grande efeito em seu lado Normal-type, mas que não era
tão efetivo contra seu Flying-type.
— Gosto como você gosta de exibir o armamento
poderoso dos seus Pokémon. Foram dois golpes incrível. Rock Slide! –
ordenou Alder.
Íris sorriu.
— Leu a minha mente. Rock Slide!
Uma chuva de pedras foi ordenada e nenhum dos
Pokémon sabiam se desviava ou se continuava a atacar. No final, Braviary usava
suas enormes asas para arremessar as rochas contra o Druddigon, que se
aproveitava de suas mãos livres para fazer o mesmo. A colisão das pedras quase
fazia o estádio tremer.
Os Rotoms que filmavam tinham que desviar
várias vezes para não serem atingidos. O dragão de Íris conseguiu atingir a ave
e voou em sua direção para uma investida, mas o Braviary era astuto e não deixaria
barato. Usou suas garras com um golpe conhecido como Crush Claw para
voar por cima do adversário e agarrar a nuca dele. Se Druddigon não tivesse
escamas grossas, aquelas unhas com certeza teriam perfurado mais a sua pele.
Com maestria, o Braviary usou o peso do corpo para arremessar o dragão ao solo,
fazendo uma grande cratera funda onde ele caíra.
— DRUDDIGON! – Íris gritou, preocupada.
O Pokémon logo saiu do buraco, mas percebeu que
havia grandes ferimentos em suas asas e costas. Isso dificultaria um pouco, já
que não poderia alçar voo novamente. Alder encarava sua adversária eufórico.
Desde que ela tinha o enfrentado pela primeira
vez para conseguir o título de Mestre Pokémon, ele conseguia enxergar nela um
talento natural para ler o jogo. Mas sabia também que ela continuara a treinar
todos os dias para subir mais um degrau.
Íris invocou outro Rock Slide na
tentativa de derrubar o Braviary. A ave apenas se desviava ágil. Outro Aerial
Ace foi ordenado e ave mergulhou como um foguete em direção ao Druddigon. A
cada metro que se aproximava, o público gritava eufórico.
— DRAGON TAIL! – o comando de Íris fora
tão alto e forte que era como se tivesse convocado todos os dragões do passado
só para aquele golpe.
A cauda de seu Pokémon assumiu um tom púrpura
que brilhou como um farol. Braviary não se intimidou e o choque dos golpes
gerou uma onda de energia e vento que os treinadores tiveram que cobrir o rosto
e se protegerem com os braços.
Logo depois, a poeira se levantou. O silêncio
se fez como um todo. Todos então perceberam que aquela batalha seria
eletrizante de início ao fim. Drayden, que se mantinha em arquibancadas
próximas, encarava tudo de braços cruzados e sério, o gesto calmo era replicado
por sua aluna que demonstrava calma, como se confiasse em sua equipe, o que
surpreendia alguns comentaristas que ressaltavam a idade dela. Do outro lado,
Alder tentava manter a pose, mas tanto ele, quanto Benga – que estava por perto
– sentiam um filete de suor escorrer pelo rosto.
A poeira cessou e o resultado foi revelado.
Druddigon estava de pé, ofegante, enquanto o Braviary jazia desfalecido e
nocauteado na mesma cratera em que o dragão fora arremessado. Os fãs de Alder
soltaram uma exclamação de tristeza enquanto a maioria exaltava o Druddigon de
Íris, alguns tiravam fotos e alguns diziam querer começar a treinar um Pokémon
daqueles. Alder retornou o seu Pokémon e a garota fez o mesmo, achando
conveniente que seu dragão tivesse um bom descanso. Era só o primeiro round e
teriam que recuperar o fôlego logo.
De todas as cabines de camarote, uma em
especial assistia aquela batalha com enorme interesse. Os quatro membros da
Elite 4 de Unova ansiavam em saber se Íris seria a nova chefe deles ou se
continuariam com o bom e velho Alder. Marshal, o mais alto deles era uma
montanha humana. Com sua pele negra e vestes largas e esportivas, ele
denunciava o tipo em que era especializado graças a faixa preta em sua cintura:
Fighting-type. O segundo membro masculino era o oposto dele, Grimsley
era alto e esguio – mas não maior que Marshal -, usava roupas de grife e seu
olhar era misterioso e cínico, mas seu cabelo azul petróleo espetado para trás
lhe dava um ar divertido. Era especializado em Dark-type. As outras duas
membras eram mulheres. A primeira parecia que estava num sono eterno, sempre
com uma expressão serena com os longos cabelos louros quase lhe cobrindo o
rosto. Parecia sair de um sonho de criança com um vestido rosado e leve. Seu
nome era Caitlin e ela era a mestre dos Psychic-type. Shauntal era a
última membra e tinha um estilo gótico para as roupas. Seu cabelo roxo era
curto em um corte chanel. Seus óculos fundo de garrafa a fazia parecer uma
pessoa tímida e inteligente. Sua roupa era um vestido curto com meias
compridas. Essa era especializada em Ghost-type.
O grupo dividia a atenção com seus próprios
afazeres, fazendo alguns comentários. Marshal andava de um lado para o outro:
— Ele não pode perder.
Grimsley revirou os olhos, irritado. Bebericou
um gole de seu vinho e olhou para ele.
— Já entendemos que você tá torcendo para o
Alder – respondeu, roubando a atenção do companheiro. – Mas temos que admitir
que o vovô está velho. Ele já está se tornando aquelas pessoas que perde de
propósito só porque gostou da determinação do treinador. Nunca se viu tantos
Mestre Pokémon se formando em Unova.
— Ouvi dos conselheiros de Kanto e Sinnoh que
estamos envergonhando as elites deixando as pessoas ganharem dessa forma –
comentou Caitlin, com a voz tão calma e doce que parecia flutuar no ar.
— EXATO! – Grimsley exclamou. – É horrível
andar nos eventos com os campeões e as elites e ver os outros fofocarem nas
suas costas.
— E você acha que nossa imagem vai ficar melhor
com uma menina de catorze anos no topo? – questionou Marshal.
— É melhor do que deixar qualquer um ter o
título de Mestre Pokémon – argumentou o especialista em tipo noturno.
— Eu não sei não – o lutador sentou-se ao lado
de Caitlin e ela pegou a sua mão. Só ela conseguia acalma-lo da pilha de nervos
que ele era.
Shauntal era a única a não expor sua opinião,
ela se mantinha concentrada fazendo anotações em um caderno vermelho usando uma
caneta incrivelmente fofa para o estilo dela. Grimsley e os outros sabiam
exatamente o que ela estava fazendo. O rapaz se esgueirou e começou a ler as
anotações.
— “O homem alto e forte agarrou as costas nuas
e delicadas do rapaz mais baixo que corou ao imaginar o estrago que aquela mão
faria” – leu, em voz alta, fazendo a moça gelar. – Shauntal, estamos numa
discussão importante e você tá escrevendo pornô?
A moça fechou o livro e ajeitou os óculos.
— Do que estavam falando? – ela questionou,
tentando disfarçar.
— Alder versus Íris. Quem ganha e quem você
quer que ganhe? – perguntou Grimsley. – Perceba que são perguntas diferentes.
— Estou torcendo para o senhor Alder –
respondeu, sem muitos segredos. – Ele é minha maior inspiração para escrever
meus romances.
Marshal massageou as têmporas e Caitlin riu com
a impaciência do namorado.
— Sério agora, Shauntal, todo mundo serve de
inspiração para os seus pornôs – alegou o especialista em Dark-type. –
Quem são os dois desse trecho?
— Você e o Marshal – uma das características
que mais assustava em Shauntal, é que suas respostas eram tão diretas e
sinceras que ninguém estava preparado. Grimsley ficou vermelho de raiva e Marshal
escondeu o rosto.
— ELE TEM NAMORADA! – berrou Grismley. – E eu
não sou gay!
Shauntal abriu seu caderno e começou a fazer
anotações em voz alta:
— “O rapaz mais baixo é tsundere e se
esconde no armário”.
— PARA DE FAZER ANOTAÇÃO! – berrou o outro.
Marshal e Caitlin riram, acostumados com todo
aquele clima. Não eram a melhor Elite 4, mas eram especiais da sua maneira.
De volta ao campo de batalha, Alder refletia sobre
qual seria sua próxima escolha. Havia de se preocupar também com a escolha de
sua adversária. Íris sacou sua segunda Pokéball, determinada, e o campeão
repetiu o processo.
— Vamos lá, Haxorus! – a menina arremessou a
esfera e um Pokémon aclamado por muitos se libertou.
Um segundo dragão alto e bípede grunhiu com
poder quando encontrou o solo. Suas cores predominantes eram dourado escuro e
preto, com placas de escamas por todo o corpo. Suas patas superiores eram
magras enquanto suas pernas eram grossas e fortes. Seu corpo terminava numa cauda
comprida e pontuda, no rosto, os olhos vermelhos pequenos dividiam espaço com
duas lâminas em cada lado da boca.
Alder também libertou seu segundo Pokémon.
Conhecido com Conkeldurr, o Pokémon tinha uma expressão séria, porém, cômica.
Tinha um nariz avermelhado enorme e sua cabeça era inclinada pra frente. Seu
tronco era sua parte mais forte, com uma coloração marrom, ele contava também
com traços róseos que lembravam veias. Os braços grossos terminavam em mãos que
não largavam dos pedaços de pilares de concreto, tudo isso para demonstrar sua
força. Já a parte inferior do seu corpo, se encerrava com duas pernas e pés
pequenos.
Era hora do round 2.
Pelas regras, o perdedor da roda anterior
começaria os ataques.
— Comece com Hammer Arm! – ordenou
Alder.
O Conkeldurr acumulou uma energia física em
seus pilares que liberaram um brilho de cor branca. Apesar de não ter uma
grande velocidade, ele avançou para cima do dragão que aguardou até o momento
que ele levantou uma das estruturas de concreto e usou para atacar o adversário
como um martelo. Haxorus fixou as patas no chão e usou a abertura entre as
lâminas de sua boca e suas patas para segurar o golpe do inimigo.
Dessa vez, o round seria ganho por
aquele que fosse mais forte fisicamente e demonstrasse grande resistência. O
lutador soltou o pilar segurado por Haxorus e usou o que lhe restava para
arremessar contra o corpo do dragão caiu para trás, mas não antes de devolver o
concreto que segurava contra o próprio dono. Ambos caíram para trás, mas logo
se levantaram, com apenas leves arranhões.
O público ovacionou com tamanha força de ambas
as partes.
— Dragon Dance! – Íris comandou seu
primeiro golpe. Dessa vez, um golpe de status.
Com alguns movimentos que pareciam uma dança, o
corpo do Haxorus ficou coberto por uma aura rósea meio avermelhada. Seu corpo
parecia mais rígido e poderoso. As partículas de poder em volta dele indicavam
um aumento considerável de ataque e velocidade. Golpes de status eram
bem conhecidos por serem usados por estrategistas que se preocupavam com
números. Íris, apesar se não se interessar por esse tipo de movimento, sabia da
importância deles graças as suas aulas com Drayden.
Alder, por sua vez, sempre parecia uma criança.
Apelava para golpes bonitos de se falar e com aparência poderosa. Em seu turno,
ordenou que seu Pokémon usasse Poison Jab. Conkeldurr largou suas vigas
de concreto e sua mão assumiu uma cor púrpura brilhante. Apesar de ser do tipo Fighting-type,
era comum ver golpes de outros tipos em Pokémon. Ele avançou e atingiu Haxorus
com um soco, o adversário mal se moveu pois estava concentrado em acumular mais
poder.
Se tivesse sorte, o golpe dando por seu
Pokémon, poderia gerar um status de envenenamento e debilitar a
movimentação e ataques do Haxorus. Íris engoliu seco, receosa, mas logo
percebeu que seu dragão estava bem e pronto para o próximo ataque.
— X-Scissor!
As lâminas do Pokémon da Mestre Pokémon
brilharem em um tom esverdeado. O golpe do tipo inseto era tão mortal e crítico
que fazia alguns treinadores tremerem na base. Como sugeria o nome, as lâminas
atacavam em um formato de X, e graças ao boost do Dragon Dance,
elas tinham uma força maior.
— DEFENDA-SE! – gritou Alder, agitado.
Conkeldurr sorriu com o canto da boca e
bloqueou o ataque do Haxorus, que insistiam em atacar a estrutura de concreto
que o adversário carregava como um estudo. A cada batida, a plateia gritava
eufórica. O dragão golpeava com agilidade, mas o lutador se divertia em observar
seu inimigo sofrendo por cima do pilar. Ele atacou pela última vez e recuou,
Alder e seu Pokémon gelaram o notarem que o objeto havia trincado.
O atual campeão encarou o Haxorus, que arfava
para se recuperar, mas que nunca perdia a pose. Atrás dele, ele viu Íris, que
mantinha uma expressão confiante e séria, aquela aparência só era reconfortante
graças as vestes da garota. Drayden parecia uma sombra protetora. Os três representavam
tudo aquilo que os Dragon-type eram: Poderosos.
Alder sorriu com empolgação. Conseguia enxergar
perfeitamente tudo aquilo como uma herança. O mais velho passando suas
habilidades e conhecimentos para os mais novos, tudo numa renovação automática
para o futuro. Naquele momento, pensou em todos os ensinamentos sobre viver a
vida que passara para sua família, olhou para trás e seus olhos encontraram os
de Benga, que era a prova viva que sua herança estava em boas mãos. Perdendo ou
ganhando, só a emoção daquela batalha havia valido cada segundo na Terra.
— Vamos balançar esse campo de batalha – o
campeão olhou para todos os seus fãs, que reconheciam aquele olhar de longe.
Ele gritou juntamente com a plateia: - EARTHQUAKE!
Conkeldurr agarrou o pilar intacto e com uma
força gigantesca, arremessou contra o chão, não importando quando o objeto se
partiu em vários pedaços. O chão tremeu com força e Íris teve que se controlar
para não sair. O golpe desnivelou o terreno e alguns pedaços de pedra e solo
atingiram Haxorus, que tentava se manter em pé. Os espectadores berravam e
gritavam pelo nome de Alder.
O campeão sentiu seu coração acelerar com tanta
emoção. Até mesmo Íris conseguiu soltar um riso, naquela hora, os dois tinham
esquecido que o preço daquela batalha era um título. Estavam mostrando para
centenas de espectadores e para milhares de pessoas que assistiam pela TV que
toda e qualquer batalha era muito mais que criaturas em campo disputando e
exibindo seu poder, se trava de uma disputa de almas, de coração e de ideais.
Íris ordenou que Haxorus desse um salto. O chão
ainda estava instável e seria perigoso de movimentar por ele. Usando suas
pernas e sua agilidade aumentava, o dragão pulou para cima. Era de se
impressionar o quão alto um daquele espécie conseguia pular.
— DUAL CHOP! – a garota gritou alto o
suficiente para que alcançasse o seu Pokémon e fizesse eco no ginásio.
Haxorus fechou o punho e mergulhou em direção
ao Conkeldurr, que novamente, usou seu antigo pilar para proteger-se e bloquear
o golpe. O dragão veio mergulhando com um foguete, alguns até diziam que com a
maestria e equilíbrio daquela queda, parecia que o dragão estava voando. O
punho assumiu um incrível brilho púrpura, seu corpo começou a queimar e a
assumir o tom avermelhado novamente, seus olhos encontraram e intimidaram o
lutador.
Novamente, numa briga de gente grande, ondas de
poder e vento ecoaram pelo ginásio. Íris agachou-se, tão impressionada quanto a
plateia. Alder estava confiante, porém, preocupado.
O silêncio no estádio foi ensurdecedor. O
narrador estava tão tenso quanto. Os Rotoms continuavam a filmar loucamente. O
Conkeldurr sentiu o tempo ir devagar ao ouvir seu pilar de concreto trincar
mais e mais, até num ponto que ele se transformasse em apenas pedregulhos
aleatórios pelo chão.
Ninguém soube dizer exatamente o que aconteceu
logo em seguida. O campo de batalha se cobriu em uma enorme nuvem de poeira,
enquanto os treinadores aguardavam angustiados o resultado da batalha. Todos
engoliram seco. Drayden manteve sua pose, Benga quase arrancou os cabelos. Na
cabine da Elite 4, Caitlin mantinha as mãos juntas, preocupada. Marshal estava
de braços cruzados, Grismley encostou mais no vidro para ver melhor e Shauntal
cobriu o rosto.
Alder só conseguia pensar que aquele ainda não
era o embate final.
Primeiro comentário dessa temporada!!!!
ReplyDeleteMano do céu que capítulo foi esse Star, eu AMEI, eu amei a Íris que você apresentou, toda princesinha, mas ao mesmo tempo um prodígio da batalha e acima de tudo: preocupada com seus nuggets de Torchic (eu entendo, Iris, eu entendo).
A batalha ficou épica, nossa, eu estava com saudade de ler suas batalhas, mas essa, nossa, ficou ótima, não tenho nem o que falar sobre as perfomances da Íris e do Alder, apenas que estão ótimas, assim como as descrições dos golpes e dos Pokémon.
A Elite dos Quatro é outro ponto que eu quero destacar. Que Elite marcante, cara, eu amei cada um deles, todos ali preocupados com a batalha entre Iris e Alder e achando que o velho vai perder e a Shauntal tá: eita bixo sexo kkkkkkkkkkjjj. O que dizer se não que amo essa Elite, memoráveis demais.
Finalmente voltamos com Neo Unova e agora temos esse capítulo maravilhoso para abrir a temporada, ansiosíssimo pelos próximos.
Yooo Leucro
DeleteBem-vindo a segunda temporada <3
Íris nossa princesinha Unoviana adoradora de KFC, tem melhor combinação que essa pra ter como um prodígio? E ela domina dragões ainda kkkkk Só sucesso
Que alívio saber que a batalha foi boa kkk Apesar de eu perdido mais tempo com diálogos, eu acho que ela ficou a altura de uma batalha entre duas pessoas especialistas. É um pulo enorme pra quem estava brincando com Tackle alguns episódios atrás.
VOCÊ GOSTOU DO PESSOAL DA ELITE ;-; AAAAAAAA Eu fiquei feliz de ter acertado, apesar de ser minha primeira vez trabalhando com Elite, eu sinto que tirei a sorte com Unova, o pessoal são figuras marcantes e dá pra fanficar bastante. Não é mesmo, dona Shauntal? kkkkkkk
We're back! E iremos até o final dessa vez
Obrigada pelo comentário <3
See ya
This comment has been removed by the author.
ReplyDeleteOiiii Star!
ReplyDeleteE vamos de segunda temporada!
Começamos dando um tempo com nossos protagonistas e vemos a Iris. Já não me recordo se ela havia aparecido antes, mas creio ter sido mencionada pela filha do Drayden.
Vamos ver se você vai seguir o caminho do B2W2 e fazer a Iris ser a Campeã ou vamos continuar com o Alder. Eu torço para a Iris, mas considerando que o Hilbert está chegando aí, não sei, não.
E gostei bastante da inserção da Elite dos 4 com seus comentários. A personalidade e interação entre eles ficou muito divertida. Mal posso esperar para vê-los de novo juntos.
E é isso, até a próxima, Star!