• Notas da Autora (Capítulo 1 e 2 + Saudações)


    "Take a deep breath. Now, let's achieve our objectives"
    - Ziegler, Angela (Mercy) - Overwatch[Blizzard]

    [Atenção! Essa área pode conter spoilers. Recomendo a leitura dos capítulos primeiro]

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  • Capítulo 2

    Arte Original


    — Hilbert, essas insígnias são falsas. 

    O silêncio prevaleceu. Hilbert e Hilda ficaram por alguns minutos se encarando como se estivessem processando aquela chocante descoberta. Como poderia existir insígnias falsas? Como alguém seria tão bobo de acreditar e ainda coletar oito dos objetos sem nem sequer desconfiar? Quem teria oferecido? 

    — Você sabia disso? – a garota quebrou o silêncio, se aproximando. – Olha só, são broches normais com um adesivo que imita a insígnia por cima – ela demonstrou, tirando o adesivo frouxo de uma. – Te enganaram? Sabe quem foi? Isso pode dar cadeia, eu posso ir com você na polícia e denunciar. 

    — Eu sei que são falsas... F-Fui eu quem fiz... – revelou o garoto com sinceridade, respirando fundo, um tanto desanimado e envergonhado. 

    V-você? – a menina ao seu lado custava a acreditar no que tinha acabado de ouvir. – Por quê?  

    — Eu só queria entrar na Liga Pokémon. Mas não é tão fácil e barato conseguir uma licença para treinador. Aí eu forjei essas insígnias falsas – explicou, cruzando os braços. 

    — Mas na cara que são falsas! Você não passaria nem do primeiro portão que já notariam! – exclamou Hilda, incrédula com a história. 

    — Eu daria um jeito. Eu sempre dou – retrucou Hilbert. 

    — Você nem tem Pokémon fortes. Até agora eu só vi um Victini que você mesmo disse que não luta e uma Minccino. Como pretendia lutar com os melhores treinadores da região?  

    — Eu confio no potencial dos meus Pokémon, ok? Eu ia dar um jeito, eu só precisava chegar até lá! 

    — VOCÊ MENTIU! E EU CONFIEI EM VOCÊ! Qual o seu problema, hein?! Achou que iria conseguir fazer algo sem planejar nada? – a garota sentiu seus olhos encherem de lágrimas e por pouco as pernas falharem pelo nervosismo. Odiava mentiras. 

    — Vem cá, eu não pedi sua confiança! – o garoto tirou com força a case com a insígnias da mão da menina. – E não me julgue, você nem me conhece direito. Para você tudo pode parecer fácil, mas nem todos são como você! O dia que tiver um sonho de verdade, vai entender o sentimento de lutar com todas as suas forças.  

    Ele deu de costas e começou a caminhar, Victini entrou em sua bolsa novamente, calado. Hilda estava surpresa, inconformada e impactada com as palavras e segurando o choro. Ficou alguns minutos em silêncio e quando pensou em voltar para casa ouviu na esquina:  

    — OBRIGADO PELO JANTAR! 

    Ela sorriu de leve e retornou o seu caminho. 


     ──── ✧《✩》✧ ──── 


    Uma semana se passara desde o ocorrido e Hilda não teve mais notícias de Hilbert. Ficou imaginando se o garoto simplesmente desistira de tudo ou se estava dando um jeito de arrumar novas insígnias mais convincentes e correndo atrás dos objetivos. A segunda opção era a mais viável a julgar pelo jeito do garoto. Estava viajando em seus pensamentos quando ouviu alguém chamar. 

    — Alô? Planeta terra chamando – uma garota de cabelos loiros curtos continuava mexendo a mão na frente de seu rosto. – Hilda? Tudo bem? 

    — Ah, estou bem, Bianca – riu a garota. 

    Bianca tinha chegado em Castelia City com a Professora Juniper há alguns dias e implorara para a amiga da cidade levá-la para comer alguns dos doces e bebidas típicas. As duas se conheciam desde a infância onde passaram uma temporada estudando na mesma sala em Striaton City, no interior de Unova. Além disso, mesmo após mudar de escola, a garota de Castelia continuava a visitar Bianca que morava em Nuvema Town para passar as férias. 

    A loira era tímida na infância, raramente conversava com alguém e por isso, Hilda era uma de seus poucos amigos. Felizmente a garota estava superando a timidez graças aos cuidados da Professora Juniper e seu laboratório. Positiva, determinada e um pouco desastrada eram outras de suas características. Com catorze anos, Bianca vestia sempre o mesmo estilo de roupa, uma saia branca comprida e de cintura alta combinando com uma blusa também branca com uma espécie de colete laranja por cima, na cabeça, os cabelos curtos eram enfeitados com um chapéu verde com listra branca, meia-calça laranja e um par de sapatilhas amarelas completavam o look. 




    — No que estava pensando? Não vai me dizer que é em um garoto – brincou a loira, toda interessada. 

    Hilda riu, mas sentiu seu rosto corar de vergonha. 

    — Talvez... – insinuou. 

    — Você tá namorando? Conta tudo!  

    N-não! Não! – a outra negou rapidamente, sentindo suas bochechas corarem mais. – É só um garoto que eu conheci semana passada. Mas ele é cabeça dura e meio teimoso. 

    — Seu rosto denuncia outra coisa.  

    — Ele é estranho. Ele tem uma determinação que eu nunca vi antes numa pessoa. É meio difícil de esquecer ele, eu diria – riu. – Acredita que ele ia tentar entrar na Liga Pokémon com insígnias falsas? 

    — Tá brincando, né? Isso é novidade até pra mim que vejo a Professora Juniper lidar com vários treinadores todos os dias – riu Bianca, meio pensativa. – Ela vai adorar essa história. 

    — E como anda as coisas no laboratório? Seu pai reagiu bem? – questionou Hilda, bebendo um gole do seu suco. 

    — Ele ainda resmunga pelos cantos sobre isso, mas está começando a aceitar – a loira se ajeitou na cadeira. – E no laboratório, estamos indo bem. Tem muita coisa pra fazer, mas eu costumo cuidar dos Pokémon iniciais que damos para os novos treinadores. Um é mais fofinho que o outro. 

    — Eu lembro de ver nos livros e na TV, mas deve ser mais fofo pessoalmente e- 

    Hilda olhou para trás rapidamente como se seguisse algum instinto. Embora não visse nada além de Pidoves que estavam procurando farelo de comida no chão, teve a sensação de estar sendo observada. 

    — Hilda, você muito estranha. Tem certeza de que está tudo bem? – Bianca questionou preocupada, observando a amiga com seus olhos verdes. 

    T-tá sim, d-deve ter sido... impressão minha – a morena se recompôs em seu lugar e deu uma risada sem graça. – Do que estávamos falando? 

    — De quão fofos são os iniciais de Unova – riu a outra. 


     ──── ✧《✩》✧ ────


    Era madrugada, Castelia dormia em sua maioria, o céu estava limpo e a luz da lua e das estrelas se misturavam com a iluminação dos postes e dos prédios. No apartamento que Hilda morava, todos estavam dormindo. A garota estava em sua confortável cama coberta pelo seu edredom rosa bebê desfrutando de seu sono.  

    Seu descanso pareceu ser interrompido por um barulho que se destacava dos sons noturnos da cidade que vinham de carros e pessoas. Ela deu um pulo na cama quando ouviu que o barulho novo estava perto da janela de seu quarto, parecia som de alguém pulando entre as varandas. Um ladrão?  

    A morena acendeu seu abajur e agarrou seu travesseiro e se levantou da cama, andando com cuidado até a janela com a ponta dos pés. Ouviu os pulos se aproximarem e uma sombra humana tomar forma através da cortina de seu quarto. Era um ladrão e estava tentando entrar no seu quarto. Juntou toda sua coragem e preparou o travesseiro, se o acertasse, com certeza o derrubaria e teria tempo de fugir para pedir socorro. Em alguns minutos, a trava da janela se abriu, Hilda deu uma espécie de grito de guerra e partiu para cima do invasor, mas parou quando o vento levantou a cortina e revelou curiosamente ser um conhecido. 

    — HILBERT?! – ela exclamou, abaixando seu travesseiro e sua posição de ataque. – O que fazendo aqui? Como subiu aqui?! 

    — Você ia me derrubar com um travesseiro? – retrucou o garoto, meio indignado. 

    — Você tava tentando invadir minha casa! – exclamou a garota, assustada, mas levemente aliviada. – Tá fugindo da polícia de novo? 

    — Engraçadinha – ironizou. – Não vai me convidar pra entrar?  

    — Você já está praticamente dentro. O que quer?  

    — Eu quero que você me faça um favor... – Hilbert olhou para a garota, entrando no quarto. 

    — Você não está em posição de pedir favores... 

     Fiquei sabendo que você tem contato com a assistente bonitinha da Professora Juniper. 

    Bonitinha? Tá falando da Bianca? começou Hilda. – Pera aí, como você sabe? ERA VOCÊ QUE TAVA ME SEGUINDO?! – a garota demonstrou grande irritação.  

    — Por que é que você grita toda hora? Vai acordar a sua família – suspirou o garoto de boné. – Sim, eu segui. Eu só não queria te abordar no meio da rua e correr o perigo de você gritar comigo de novo. Eu quero me desculpar por mentir pra você. É que, quando se trata de sonhos, eu perco um pouco a cabeça. Estou lutando por isso para provar para as pessoas da minha cidade que eu sou mais forte do que eles pensam.  

    Hilda ficou impressionada pelo garoto abrir seu coração daquele jeito. Mesmo parecendo tão teimoso, o garoto possuía seus motivos para acreditar tanto em seus sonhos, e isso chegava a ser um pouco contagioso. 

    — Entendi, acho que posso te ajudar. Mas do que você precisa exatamente? – questionou a menina. 

    — De uma licença de treinador, e pelo que eu sei, a Professora Juniper é uma das únicas que pode fazer isso. Se eu tiver uma, posso oficialmente disputar pelas insígnias e dessa vez conseguir as verdadeiras. 

    — É, acho que consigo fazer isso. Só preciso conversar com Bianca e ver o que ela pode fazer – respondeu a garota, sentando-se na cama. – Ei, como é ter um sonho? 

    — Nunca teve um? – questionou Hilbert, sentando-se no chão do quarto, libertando o Victini em sua bolsa. Vic deu uma espreguiçada e se sentou em seu colo. 

    — Não um a ponto de querer desbravar o mundo para isso. Acho que a maioria dos meus sonhos envolviam brinquedos que eu queria ter quando mais nova – pensou a morena, cruzando as pernas em cima da cama. 

    — Eu acho que sonhos são relativos. Nenhum é maior ou menor que o outro, o importante é você acreditar neles – o menino brincou com o Pokémon em seu colo. 

    — Faz sentido – sorriu. – Talvez um dia eu arrume um sonho como o seu e comece a fazer loucuras também – ria. 

    Hilbert riu de volta. 

    — Então... Você acha a Bianca bonitinha? – brincou a garota, o menino corou. 

    F-Foi só modo de dizer – explicou-se, mesmo que as palavras não convencessem graças ao rosto ruborizado dele.  

    — Posso fazer uma boa propaganda sua pra ela – riu a outra.  

    Boba – riu – Bem, eu já vou indo. Não tenho tempo pra ficar relaxando – ele escalou a janela de novo. – Eu te procuro em breve para ver se você conseguiu algo.  

    — Espera! – Hilda se aproximou e continuou quando o garoto olhou para ela. – Sai pela porta, é mais seguro. 

    — E qual é a graça? – com uma agilidade sobre humana ele começou a pular de varanda em varanda, procurando um lugar para descer, deixando a garota em seu quarto boquiaberta e pensativa. 

     

    De manhã, um tanto reflexiva com a conversa durante a madrugada, Hilda vestiu sua regata branca e um short jeans rasgado e foi para a sala de estar. Apesar do ocorrido ter sido algo impactante, hoje era um dia especial. Havana, sua mãe, e ela combinavam de sempre ligarem uma para a outra no mesmo dia todo mês para mantarem o contato de mãe e filha.  

    De frente para o notebook emprestado por seu tio, a garota se ajeitou meio ansiosa e iniciou a videochamada. 

    — Oi mãe!  

    — Oi, minha querida! – Havana soltou um sorriso materno. Mesmo com a idade avançada, sua pele era bem cuidada, seus olhos verdes refletiam a maturidade e seus cabelos curtos e loiros estavam bem penteados. – Como está? 

    Muito bem. Como está aí em Nimbasa? Muitas apresentações? – sorriu a menina. 

    — Agenda lotada todo dia – riu a mãe. – Como está sua tia, seu tio e seu primo?  

    — Eles saíram cedo hoje para resolver algumas coisas no colégio do Oliver, mas estão muito bem. Ah, mãe, eu conheci um garoto!  

    — Um namoradinho? Você é meio nova, filha – riu Havana ao ver as bochechas de sua filha ficarem rosadas. 

    N-não é isso – Hilda colocou a mão no rosto, toda envergonhada, soltando uma risadinha. – Ele apareceu do nada, dizendo que tava fugindo da polícia porque roubou Casteliacones, então ele falou que era um treinador pronto para a Liga Pokémon, mas acabou perdendo as insígnias, nós dois fomos procurá-las e aí eu descobri que eram falsas. Ele me contou que tinha forjado porque não tinha condições de ter uma licença de treinador, então brigamos e ele sumiu por uma semana. Aí essa madrugada ele escalou o prédio até a janela no meu quarto de maneira bizarra e entrou falando que queria que eu arrumasse uma licença de treinador com a Bianca já que ela conhece a Professora Juniper. Incrível, não é? 

    Havana piscou diversas vezes tentando compreender a história que sua filha lhe contara tão freneticamente que ela estava recuperando fôlego lentamente, esperando uma resposta de sua mãe. A mais velha riu. 

    — É uma história incrível. Que bom que você está tendo uma rotina agitada como a minha – a loira sorriu. – Desculpe não participar dessas coisas. 

    — Ah, não se preocupe com isso, mamãe. Eu fico com saudade as vezes, mas você sempre ligando para conversar – a morena sorriu. – Mamãe, você demorou muito para descobrir seu sonho? 

    A matriarca pareceu um pouco nostálgica ao pensar. 

    — Na verdade, eu achava que tinha um sonho, mas aí descobri que aquele sonho não era bem o meu grande sonho – refletiu. – Eu acho que a gente tem que descobrir nossos sonhos explorando tudo que conseguirmos. Vai chegar uma hora que você vai encontrá-lo lá longe, ou dentro de casa, assim como eu – riu a mulher. Ter o mundo era meu sonho de vida, depois eu descobri que queria apenas estar em paz com as pessoas que eu amo. Me tornei uma dançarina pois eu sempre amei isso e tento estar sempre em contato com vocês. 

    — É que... – Hilda abriu seu coração. – Eu não tenho um sonho. Mas queria ter um só para sentir qual a sensação de que é correr atrás de um igual ao Hilbert, o garoto que eu conheci. 

    — E porque você não o segue” 

    H-hã? 

    — Do jeito que você me contou, parece que se dão bem. Deveria seguir o garoto. 

    — Você fala em seguir em uma jornada junto com ele? Daquelas que treinadores fazem quando completam dez anos com um Pokémon inicial e tudo mais? – questionou a menina, um pouco interessada.  

    — Talvez não precise necessariamente fazer todos os passos, mas só o fato de sair de casa e conhecer o mundo já ajuda a respirar novos ares e ter outros pontos de vista. E quem sabe em uma dessas, você não vem pra Nimbasa e me faz uma visita? – riu Havana.  

    E-eu acho que você tem razão. 

    Apesar de possuir uma vida confortável que lhe dava a sensação de liberdade, Hilda nunca se sentira com tal sensação, principalmente por ouvir sempre dos tios que o fato deles possuírem dinheiro muita das vezes a obrigar a se esconder. De repente, Hilbert surge, e mesmo limitado financeiramente, mostrava que liberdade e sonhos não se compravam. Era como uma rua movimentada, de dentro do carro você está seguro e confortável, mas é como pedestre que você encontra a adrenalina e o perigo de atingir seu objetivo e sonho de atravessar a rua. E ela estava pronta e determinada a descer do carro.  

    Não sou a Professora Juniper, mas eu quero te dar um Pokémon. Eu ia te dar de qualquer jeito, mas ele fará mais sentido agora. Tá com o dispositivo de transferência ligado?  

    sim. É só mandar – sorriu a garota. 

    Dispositivos de transferências de Pokémon e objetos eram comuns em Centros Pokémon e grandes laboratórios, mas por algum motivo – talvez até fútil – Benjamin resolvera que queria um desses em tamanho reduzido em casa. Eram raras as vezes que o dispositivo, acoplado ao notebook, era usado.  

    Uma Pokéball diferente começou a surgiu sob o aparelho, ela não era vermelha e branca como a maioria, era preta, com uma listra vermelha no topo e no meio uma faixa de cor dourada que brilhava conforme a luz passava sobre ela. 

    — É uma Luxury Ball? O tio Ben adora usar essas – Hilda analisou cuidadosamente o objeto esférico antes de pegá-lo. – Posso descobrir o que tem aqui dentro? 

    — Com toda certeza – sorriu Havana. 

    Pressionando o botão que acionava o mecanismo que abria a Luxury Ball, a garota libertou o que estava lá dentro. A pequena criatura se remexeu para arrumar os pelos sob as quatro patas, o Pokémon se assemelhava uma raposa de pelagem preta. Seu rosto contava com um par de olhos azuis e suas pálpebras eram vermelhas como se usasse maquiagem, tinha um focinho comprido com um minúsculo nariz preto e uma boca que na maioria das vezes parecia se esconder, mas quando era revelada, exibia um enorme par de presas pontiagudas. No topo da cabeça, havia um admirável par de orelhas com uma espécie de topete com detalhes em vermelho. Em volta do pescoço, uma pelagem fofinha com um tom mais preto servia como uma espécie de cachecol, o corpo magro e pequeno terminava e uma cauda peluda e nas quatro patas, detalhes em vermelho que lembravam botas. Era conhecido como Zorua. 




    — QUE FOFO! – exclamou a menina, assustando um pouco a criatura. – Ah meu Arceus – ela pegou o Pokémon no colo que ainda estava um pouco confuso e abraçou com cuidado. – Eu adorei, mamãe.  

    — É uma fêmea de Zorua que tem a habilidade de se transformar em outros Pokémon e pessoas, como uma espécie de Ditto, só que eles fazem isso por pura diversão – explicou Havana, se ajeitando em seu lugar. – É quase um bebezinho, nasceu há poucos meses e eu estava esperando-a crescer um pouco para poder te dar. 

    — Eu adorei, de verdade. É praticamente minha própria companheira particular – a menina abraçou a criatura carinhosamente que lambeu sua bochecha e fez a garota rir. 

    Essa é a intenção. Se você realmente for seguir jornada com aquele garoto não esquece de conversar com seus tios, ok? E toma cuidado. Passa repelente, leva dinheiro, cuidado com pessoas suspeitas, leva um casaco, um boné para não pegar sol, use calçados confortáveis, dorme bastante e.... – quando percebeu, a mulher começou a rir junto com a filha. 

    — No final de tudo, você ainda é minha mãe, mesmo estando longe – comentou Hilda, recebendo um olhar curioso de sua nova companheira, Zorua. 

     


    A garota contou no mesmo dia para Maisy e Benjamin sobre a conversa com Hilbert na madrugada e com sua mãe, aproveitando para apresentar a Zorua que logo se deu bem com os outros Pokémon da casa. Aproveitou também para contar sobre sua decisão de seguir Hilbert na coleta das insígnias para que, de acordo com o que ela mesmo dissera: Devo encontrar meu próprio sonho. Mesmo hesitantes, os tios concordaram com a decisão, estavam acostumados com a presença da sobrinha, mas não podiam impedir ela de uma decisão importante. Se todas as crianças seguiam esse caminho, por qual motivo ela seria diferente? 

    Hilda conversou também com Bianca que aceitou convencer a Professora Juniper em ceder uma licença de treinador ao jovem Hilbert. A professora e a assistente combinaram de esperar a ida do garoto até Nuvema Town, cidade onde o laboratório se localizava, para que tudo fosse oficializado. Depois, encontrou com o garoto que comemorou e aceitou a ideia da garota em segui-lo. 

    — Você vai pagar as despesas né? Quero dormir em lugares chiques das cidades e comer bem – comentou ele.  

    — Posso pensar no seu caso – ela riu.  

    Depois de alguns dias, era hora da partida. Hilda escolheu optar por roupas leves, vestindo um curto short jeans rasgado com detalhes em branco que dava um ar mais moderno a peça de roupa. Uma regata branca combinava com um colete preto que possuía bolsinhos para praticidades, uma bota de cano médio preta confortável para longas caminhadas com detalhes em rosa e na cabeça, o cabelo preso em rabo de cavalo alto junto de um boné branco e rosa com uma estampa de Pokéball na frente, assim, conseguia se proteger do sol. Para guardar objetos, levava consigo uma pequena bolsa transversal rosa.  



    — Tá pronta, Sombra? – perguntou a garota para a Zorua ao seu lado. A criatura resmungou animada, seguindo sua dona, toda desajeitada. 

    Hilbert estava esperando-a no prédio. Benjamin havia combinado de dar uma carona para os dois até Nuvema. O garoto vestia o mesmo look de sempre, a calça preta jeans, com a camiseta preta, o boné e tênis vermelho, mas agora, possuía uma jaqueta azul com detalhes em branco e azul marinho (um pequeno mimo de Maisy), a peça contava também com uma touca para eventuais acontecimentos envolvendo chuva. 



    Oliver foi o primeiro a abraçar a prima.  

    — Vou sentir sua falta, prima Hilda – disse. – Mas eu vou contar para todos os meus colegas da escola que você saiu em uma grande jornada para capturar um monte de Pokémon! 

    Ela retribuiu o abraço e riu.  

    — Prometo que vou te trazer um Pokémon bem bonito quando eu voltar. 

    Dessa vez, foi Maisy que abraçou a sobrinha.  

    — Você é praticamente uma filha pra mim, sabe disso – começou, com a voz embargada. – Vou sentir falta de uma companhia feminina aqui – riu. – Se cuida,  

    — Pode deixa, tia. 

    — Pronta? – perguntou o menino de boné quando as despedidas terminaram. 

    — Ansiosa, mas mais pronta do que nunca – riu Hilda, animada. 

    — Então vamos atrás dos nossos sonhos! 


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