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- Capítulo 31
Aquela noite castigaria qualquer um que não estivesse
acostumado com um frio tão intenso. Por mais que o inverso se aproximasse do
seu fim, volta e meia ele voltava para assolar os corações das pessoas.
Hilda tremia tanto que ela mal sabia qual parte do
corpo esquentar primeiro. Fora criada em apartamento, as grossas paredes e o
aquecedor não se comparavam com a sensação de dormir sobre um futon – que mesmo
quente – não conseguiam trazer calor suficiente. Tudo estava fechado, mas o
vento era assustador, fazendo sons e invadindo o território alheio pronto para
cumprir seu papel.
Hilbert, que compartilhava a cama com a amiga,
percebeu como a menina tremia de frio. Virou-se de frente pra ela e a chamou,
baixinho. Ainda era madrugada.
— Ei, Hilda…
Hilda acordou e olhou para o amigo, envergonhada por
acordá-lo.
— Desculpe, Hilbert. Não queria te acordar.
Ele se ajeitou, se aproximando um pouco mais, não
parecia irritado, apenas preocupado.
— Está com frio?
A garota ajeitou o cabelo solto, tímida com a
aproximação. Assentiu, puxando o cobertor mais pra cima.
— Depois de dias na estrada, eu deveria estar acostumada
com esse tipo de coisa, né? Acho que continuo sendo a mimadinha de apartamento.
— Não seja boba – ele procurou a mão de Hilda por
debaixo das cobertas, sentindo como estavam geladas. – Você é uma garota, o
frio costuma castigar mais vocês.
A jovem mal sabia como reagir com aquele toque e a
forma carinhosa que ele tentava falar. A mão do meio Pokémon era do tamanho da
dela, mas parecia ser mais forte, provavelmente pela genética e pelo espírito
aventureiro.
Hilbert usou um dos braços pra levantar o cobertor
perto dele.
— Vem cá.
Hilda olhou confusa, sentindo sua nuca arrepiar. Ele
não a esperou se aproximar para envolvê-la num abraço quentinho igual um casulo
de Metapod. A cabeça da garota encontrou o peitoral de Hilbert e se admirou
como ela se encaixou perfeitamente ali. Ouvi as batidas aceleradas e cheias de
vida do menino e corou tanto que imaginou ser um sonho.
— Quentinha? – a voz dele soou como um doce.
— V-Você não precisava se incomodar – respondeu, como
se tivesse se desculpando.
— A minha mãe fazia isso comigo – contou Hilbert,
ajeitando seu queixo contra o topo da cabeça da menina. – Sempre funcionava. Me
sentia seguro e acolhido, como se o mundo nunca pudesse me machucar.
— Nunca pensou em ligar pra ela?
— Eu mando algumas cartas quando posso, espero que estejam
chegando.
— Conta o quê pra ela?
— Sobre tudo. Todas as minhas aventuras.
— Ela deve estar orgulhosa – se reconfortando, Hilda
sentiu sua voz pesar de sono.
— Espero que sim – a conversa acabou por ali mesmo.
E os dois passaram o resto da noite com as mãos entrelaçadas.
Frio nenhum conseguiria atingir eles novamente.
Fonte: Na Imagem |
Inari acordou cedinho.
Ouviu os Pidgeys piando e abriu a porta de correr que
dava para o jardim dos fundos, não havia nevado, mas existiam picos de neve que
resistiam à tentação em derreter. Apesar do sol ainda estar tímido, ela cogitou
que a noite seria perfeita para o festival.
Respirou fundo e sua mente a levou para a noite
anterior e para as palavras de Jackson. O que ela queria de verdade? Sua
insegurança sempre lhe pregava pegadinhas, muitas das vezes fazia planos que
eram adiados porque sua mente lhe impedia. Uma vez, leu em um livro de
psicologia que o cérebro humano possuía conexões que eram ativadas por
pensamentos que influenciavam nas nossas ações. Era como se toda vez que
pensasse em sair, a imagem da sua vó dizendo que era perigoso viesse e sua ação
era desistir. Isso acabou moldando uma espécie de estrada que era asfaltada e
confortável, o que tornava aquilo o caminho mais fácil de trilhar. Como faria
para começar a construir uma nova estrada do zero que a fizesse mudar de rumo?
De toda forma, tinha outra coisa para se preparar: O
grande festival.
Naquela hora, provavelmente alguns trabalhadores e
fieis começavam a preparar as barracas para uma noite de homenagens a Ho-Oh. O
Templo Hanazawa era o palco da festa, lar de uma antiga família da cidade e
cuidado pelas famosas Kimono Girls, que eram de uma classe de mulheres
escolhidas a dedo para manter viva a tradição de adorar e servir a Ho-oh, a
majestosa fênix dourada que simbolizava a vida.
Teria o dia inteiro para se preparar, mas sua mente estava
cada vez mais distraída que nem notou Cami se reconfortando do seu lado. A
Furret só recebeu atenção ao grunhir com o frio.
— O que eu faço, Cami? – questionou a sacerdotisa. –
Qual das vozes estão certas? OH, SANTO HO-OH, O QUE ESSA HUMILDE SERVA DEVE
FAZER?
Sem surpresas, ninguém respondeu.
Passos masculinos passaram pelo corredor próximo ao
quarto da moça e ela percebeu que outros, acompanhados de uma bengala vieram ao
encontro. Viu também o mesmo objeto atingir a cabeça da sombra mais alta em sinal
de reprovação.
— OUCH! – resmungou Jackson. – Qual é, obaa-san?!
— Não ande sem camisa por aí! Não vê que esse é um
ambiente familiar? – bufou a velha. Como alguém da idade dela tinha tanta força
de manhã?
Inari se aproximou e abriu as portas do quarto e mal
teve de reagir com a ousadia Unoviana de Jack em andar com o torso de fora com
a calça de moletom quase escorregando para baixo. Virou o rosto e colocou a mão
sobre o peito, garantindo que seu coração estivesse batendo.
— Eu só estava indo no banheiro – argumentou o
arqueólogo.
— Volte para o seu quarto! – ordenou Yukiko. – Não
quero que minha neta se acostume com a presença de um pervertido como você!
— Fala como se ela já não tivesse me visto com menos
roupas – provocou Jack, levando outras duas bengaladas na cabeça, deixando a
pequena idosa furiosa como um Meowth selvagem.
— NÃO FALE COM ESSA INTIMIDADE PRA CIMA DE MIM, HENTAI!
– continuou a berrar, possessa.
Jack olhou para Inari, que estava vermelha de tanta
vergonha e lhe deu uma piscadinha, pegando o rumo para o seu quarto de volta,
não antes de dizer:
— Eu ainda vou fazer parte da família, obaa-san,
me aguarde! – riu, e sumiu na primeira curva.
— Que abusado! – alegou, em fúria. – Ainda bem que
esses desgraçados vão embora amanhã. Não suporto a presença deles.
— É-é... – concordou Inari, ainda que sua mente queria
que ela tivesse corrido atrás de Jackson para fora dali.
O dia passou sem grandes problemas e a noite logo
chegou.
Hilda recebeu ajuda de Yukiko para vestir seu quimono
comprado no dia interior. A senhora tinha grande habilidade com tantos panos e
não se poupou em fazer um delicado coque com as mechas castanhas da menina.
Isso a fez lembrar dos seus avós que moravam em uma ilha distante, próxima de
Hoenn, fazendo-a sorrir.
— Não sei como uma menina tão delicada como você
consegue andar com aqueles dois selvagens? – comentou Yukiko, enquanto colocava
um grampo delicado para completar o figurino.
— Não escolhemos nossos amigos, senhora. Mas posso
jurar que Jack e Hilbert são pessoas incríveis – respondeu, com educação. –
Inari tem muitos amigos?
— Ela é uma menina tímida e um pouco inocente e
desastrada para esse mundo. Não quero correr o risco de machucarem ela – contou
a senhora, com sinceridade.
— Isso não é meio egoísta da sua parte? – questionou,
sem querer ser agressiva. – Inari tem os poderes dos Kurosawa e é forte. Eu sei
e você sabe – ela se virou na cadeira, olhando diretamente nos olhos dela.
— Não vou deixá-la reviver uma maldição que nos
obrigou a fugir de nosso lar por pura cobiça das pessoas – ela retrucou, ainda
mais séria. Mas Hilda não parecia ter medo.
— Porque carrega as dores dos seus antepassados? –
argumentou. – Já parou pra pensar que escondendo Inari pode estar sacrificando
toda Unova?
— Quem está sendo mais egoísta, minha jovem? – a velha
bateu sua bengala no chão de leve. – Você se importa com Inari ou só está
preocupada com o seu próprio lar?
Hilda se manteve em silêncio antes de responder:
— Você acredita em destino?
— É só uma desculpa pra gente conformada com a própria
vida dizendo que a culpa deles estarem em determinada situação é por causa de
um tal de destino.
A garota se sentiu ofendida e abaixou a cabeça. Clara
resolveu protestar:
— MANDA ESSA VELHA SE FODER! – berrou, quase
criando um eco.
— Não vamos a lugar nenhum discutindo com ela –
sussurrou, para que Yukiko não ouvisse. – Daremos um jeito – se levantou e
arrumou o quimono rosa. – Obrigada pela ajuda, senhora Yukiko.
Hilda deixou a sala com elegância, indo em direção aos
seus amigos que a aguardavam do lado de fora, resmungando um pouco com o frio. Hilbert
usava sua clássica roupa enquanto Jack largara sua roupa convencional para usar
boots, calça jeans e um moletom com touca esverdeado. Ela se aproximou e
segurou o braço de Hilbert.
— Estou me acostumando com esses chinelos ainda –
contou, mostrando. – Então me dá uma mãozinha.
— Devemos esperar as donas da casa? – questionou o
arqueólogo.
— Elas disseram que Inari é uma das últimas a chegar e
entra pela porta dos fundos como parte do espetáculo, então elas vão depois.
Mas a gente já pode ir.
— A gente vai se perder, vai por mim – disse Hilbert,
bocejando.
— É só seguir as lanternas – apontou a garota,
sorrindo. – Agora vamos.
Podiam jurar que estavam dentro de um anime.
Era incrível que tudo retratado nas famosas animações
estava na frente deles fisicamente alcançável. Um longo corredor iluminado com
delicadas e artesanais lanternas recebia diversas pessoas, as duas laterais
estavam lotadas das barracas tradicionais com comidas locais e algumas prendas
para os afortunados que queriam testar a sorte. Cheiro de todos os tipos
invadiram a narina dos três e suas bocas salivaram. Por onde começar?
Conforme andavam, o corredor se revelava cada vez
maior, quase infinito. Aproveitaram os primeiros minutos no local para se
familiarizarem com nomes e posições das barracas. Hilbert decorou a maioria das
de comida enquanto Jack se preocupava com as barraquinhas de jogos com prêmios
diversos. Uma dessas despertou a atenção de Hilda.
Era uma de tiro ao alvo, mas a menina estava admirada
com o prêmio. Um enorme Mareep de pelúcia estava exposto para trazer tentação
aos visitantes.
— H-Hilbert! E-eu quero! – disse, puxando o braço do
amigo.
— E-Espera aí! – protestou, sendo levado.
— Jack, a gente já volta! – disse Hilda para o que
permaneceu parado, meio desinteressado em pelúcias. Ele apenas acenou enquanto
viu seus amigos sumirem na multidão.
Procurou o celular em seu bolso e conferiu as horas.
Imaginou que tipo de roupa Inari usaria. Ela seria a atração central do evento,
então provavelmente estaria tão formosa quanto o normal. Resolveu que iria
acha-la para desejar uma ‘boa sorte’ na apresentação.
Voltou a caminhar com as mãos no bolso antes de
perceber que nas áreas mais escuras do evento, um carro estacionara, trazendo
dentro a família Kurosawa. Yukiko e seu marido desembarcaram usando quimonos
tradicionais e ajudaram Inari descer também. Com a falta de iluminação, era
meio difícil de dar detalhes da roupa que a mulher usava, mas era uma
quantidade enorme de tecido que a sacerdotisa parecia lidar muito bem.
Jackson resolveu se aproximar e até levantou a mão
para chamar a atenção, mas alguém, que tinha a mesma intenção, o fez primeiro.
— Inari!
Da direção oposta de Jack, um homem de cabelos louros
e expressão serena se aproximou da mulher, que o reconheceu. Seus olhos púrpuros
brilharam ao admirar tamanha beleza. Ele usava uma blusa de lã preta e calça
branca. O arqueólogo sentiu seu corpo arrepiar ao ver aquela intimidade.
— Morty-san – sorriu Inari, dispensando seus avós por
alguns minutos. – Que bom que veio.
— Eu não perderia essa oportunidade por nada – respondeu,
com a voz grossa. Provavelmente passava dos 30 anos. – Ficou linda no quimono,
como sempre é.
Inari riu e corou.
— Espero não errar nenhum passo. Sou o desastre em
pessoa.
— É por isso que eu vim aqui desejar boa sorte de um
jeito especial.
Jackson abriu a boca para expressar uma reação, mas
travou quando viu as mãos de Morty segurarem a nuca de Inari, fazendo os rostos
se aproximarem e o beijo ser selado. A sacerdotisa não sabia se retribuía ou
ficava em choque, então sua única reação foi segurar um dos braços do homem e
mexer a cabeça, deixando que Morty aprofundasse o gesto.
Jack não soube explicar o motivo da desolação e só
virou de costas, fechando a cara e se negando a ver a cena. Voltou para a
multidão, em busca de Hilbert e Hilda.
A dupla, por sua vez, parecia composta por duas
crianças em um parque de diversão.
Com um pouco de esforço por causa da língua,
conseguiriam comprar três chances para acertar o alvo – o Mareep gigante – e
ganharem. Hilbert ajeitou a rolha no bico da arma de brinquedo e analisou as
possibilidades. Vic, em sua bolsa, comentou:
— Se não der certo, a gente rouba.
— Tá duvidando da minha capacidade? – questionou
Hilbert.
— Tô. Tu só tá fazendo essa pose de machão pra
impressionar tua garota.
— Comecei a me arrepender de ter te trazido.
O treinador se apoiou no balcão da barraca e usou seu
olho dominante para mirar no prêmio desejado por Hilda, que estava quase roendo
as unhas de tanta ansiedade.
O primeiro foi disparado e atingiu a ovelha amarelada
de pelúcia que ficou próxima de cair. Provavelmente, era um objeto cobiçado e
muita gente vinha tentando derrubá-la, mas para a sorte do garoto, o trabalho
de empurrar até a borda da estante havia sido feito por outros e ele só
apareceu no final para ficar com o prêmio.
Carregou novamente sua arma e mirou, mas um leve
descuido o fez errar. Restava apenas uma chance.
— Ah, meu Arceus – disse Hilda, apreensiva.
Hilbert sentiu sua mão falhar ao recarregar pela
terceira vez a arma. Não queria perder e deixar sua amiga triste, ela confiava
nele e ele tinha a obrigação de conseguir aquele prêmio. Mirou e atirou, mas
claramente iria errar. Foi quando o projétil mudou seu trajeto e acertou com força
o Mareep, que caiu no chão.
Hilda arregalou os olhos e sorriu, pulando nos braços
do amigo para abraçá-lo:
— VOCÊ CONSEGUIU! OBRIGADA!
Hilbert ainda continuava sem entender até ouvir de
dentro de sua bolsa:
— De nada, cabeção.
A garota caminhava de volta pelo corredor lotado de
pessoas com uma cara de satisfação, abraçada com o Mareep gigante igual uma
criança abraçada com seu ursinho de pelúcia favorito para dormir. Hilbert
andava ao seu lado com as mãos no bolso, observando de relance a felicidade da
menina.
— Agora não vou precisar dormir abraçada com você
quando sentir frio – provocou ela.
— Eu fui trocado por um Mareep?
— Entregou tua garota pro inimigo que você mesmo
criou – riu Vic da bolsa.
Descontraídos, mal perceberam quando uma figura
baixinha se aproximou e segurou gentilmente o braço de Hilbert. O menino gelou
e encarou sua amiga com a feição assustada e a pele quase pálida.
— O que houve, Hilbert? – questionou ela, confusa.
— Eu acho que um fantasma segurou meu braço – o treinador
começou a tremer, se recusando a olhar para trás.
Hilda franziu a testa e espiou por cima do ombro do
garoto, notando a figura arrumada e bem trajada de Yukiko e seus cabelos
platinados.
— Não é um fantasma! É a senhora Yukiko!
Hilbert sentiu seu coração aliviar e olhou para ela,
com um sorriso sem graça.
— E aí, vovó? – cumprimentou, fingindo que nada
tivesse acontecido. – E-Está maravilhosa nesse quimono.
— Eu tento ter paciência com vocês, mas toda hora
vocês abusam dela – respondeu, mal humorada. – Agora fique comigo, não tenho
idade para ficar sozinha. Meu marido não aguentou nem cinco minutos e já quis
voltar pra casa.
— Eu vou ter que ser a sua babá? – questionou o
treinador. – Olha a sua idade, vovó, é você que deveria cuidar de mim!
Contrariando o que dissera anteriormente, Yukiko usou
sua bengala para atingir a costa do menino, que se curvou pra frente.
— Não me chame de velha! Precisamos ir – ela usou o
objeto para apontar para um palco logo a frente. – Inari logo vai se
apresentar.
Hilda começou a caminhar em seu ritmo normal,
apressada como uma boa jovem que era, e seu companheiro resolveu acompanhar na
mesma intensidade, mas foi puxado por Yukiko, que resmungou:
— Está com pressa do quê? Não se esqueça que está
acompanhando uma senhora.
— Vamos chegar atrasados.
— Você vive em ritmo acelerado, garoto, precisa
aprender a ter paciência.
Hilbert suspirou e aceitou seu destino.
— O-Onde é a banheiro? – questionou Hilda, andando um
pouco na frente com sua pelúcia.
Yukiko apontou para cabines próximas e deu a entender
que ficariam ali, esperando por ela. A garota se distanciou em direção aos
banheiros e entrou lá, ficando por alguns minutos.
Hilbert analisava o chão como quem não quer nada,
aguardando o retorno da amiga, não queria puxar assunto com Yukiko com medo de
apanhar no final. Sua visão sobre avós se resumia nos gentis lanches servidos
por sua vó adotiva e pelas histórias de motivação contadas pelo seu avô e não
de uma idosa de alta idade tão violenta.
Ele nem percebeu que alguns longos minutos tinham se
passado antes de receber um cutucão da mulher.
— A-Ai! – ele resmungou, olhando pra ela: - Eu não fiz
nada dessa vez!
— Não acha que a jovem está demorando demais? – a
pergunta deixou o garoto sem chão e com um enorme alerta.
— Vovó, não sai daqui. Eu já volto! – disse o garoto,
logo em seguida pegando o rumo em direção aos banheiros.
Abriu espaço entre algumas pessoas que aos poucos se
aglomeravam para a apresentação que logo se iniciaria. Quando chegou há alguns
metros, conseguiu localizar Hilda com seu quimono delicado, mas a expressão
dela não era das melhores. Na verdade, era uma expressão que o próprio Hilbert
não conhecia. Uma expressão de medo, mas ao mesmo tempo, seus olhos pareciam
implorar.
Só depois notou que toda aquela expressão era causada
por um grupo de três adolescentes, mais altos que ela que conversavam em
japonês enquanto estendiam a mão pra ela, como se a convidassem para algo. A
garota abraçava seu Mareep cada vez mais.
Hilbert sentiu seu sangue ferver ao ver aquela cena.
Se aproximou batendo os pés e não se importou se os engraçadinhos eram bem
maiores que ele. Atingiu um tapa na mão de um que insistia em tocar sua amiga e
se posicionou na frente de Hilda, sério.
Os três, que só tinham pose de valentão, recuaram ao
olharem para o menino. Podiam jurar que o garoto tinha olhos dourados, em
fúria. Segurou a mão de Hilda com convicção e a levou para um lugar seguro. A
garota corava aliviada e mal teve tempo de agradecer o garoto quando chegaram
de volta a Yukiko.
A velha deu um sorriso ligeiro, admirada com a atitude
do garoto.
Inari respirou fundo mais uma vez. Estava puxando
tanto ar para se acalmar que seus pulmões já começavam a doer com tanto
oxigênio. Estava na parte de trás do palco esperando sua vez para fazer a
apresentação da famosa dança. Olhou um pouco em volta, na esperança de
encontrar três turistas que estavam hospedados em sua casa por alguns dias.
Iriam embora no dia seguinte e sua vida voltaria a ter a mesma rotina.
Cantarolou a mesma canção que cantara na noite
anterior quando conversou com Jackson nas fontes termais, mas dessa vez,
parando para prestar atenção na letra, tentando usá-la como um conselho.
— Você deveria seguir seu destino – uma
minúscula voz velha sussurrou e ela quase pulou. Era a voz da sua mente?
Uma pequena aranha amarelada surgiu de dentro do
quimono e pousou em seu ombro. Inari gelou, querendo procurar algo para matar
aquele inseto.
— O-oi, amiguinho – ela disse, com a voz falha. –
P-Pode sair daqui?
— Você tem um grande destino na sua frente, minha
jovem – começou Grimaud, ignorando o pedido da jovem. – Vivo tempo o
suficiente pra dizer que o destino sempre vai te colocar no caminho dele, mas
tem uma hora que até ele se cansa de tentar.
— Eu tenho medo – respondeu a sacerdotisa.
— Medo é uma emoção natural de todos, minha jovem –
respondeu, esperando uma argumentação contra, mas ela nada respondeu. Então
resolveu continuar: - Eu tenho dois mestres. O mais velho aprendeu a não
desperdiçar oportunidades quando lhe eram oferecidas. O mais novo cria
oportunidades todos os dias.
— Qual dos mestres eu devo seguir? – questionou, como
se esperasse a solução dos seus problemas.
— Os dois – respondeu, com simplicidade. – Não
há lado que te garanta uma vida plena e vitoriosa.
— Quando Hilda me mostrou os fragmentos, eu ouvi os
dragões clamando por ajuda, como se só quisessem um descanso – revelou, olhando
para o Joltik em seu ombro. – Eu tenho tantas vozes que me pedem pra ir, mas a que
me manda ficar é grossa e autoritária.
— As vozes em maior número, quando unidas,
conseguem derrotar qualquer gigante – explicou. – Aja como um Ho-Oh,
Inari, dance como uma despedida para essa vida, derrote o gigante, e renasça
das cinzas para uma nova vida, para o seu destino. Seja grande e salve Unova
junto das pessoas que você estava destinada a encontrar.
Inari levantou o queixo, confiante. Podia jurar ouvir
as vozes de seus pais lhe dizendo “confiamos em você”. Com um sorriso, ela
encarou Grimaud, perdendo o medo daquela asquerosa criatura:
— Obrigada, senhor voz-da-minha-mente.
— Me chame de Grimaud, minha jovem. E seja
bem-vinda a sua nova vida. Que a antiga Inari possa descansar em paz.
Subiu as escadas e se posicionou até o centro do
palco. Tambores chamaram a atenção do público para aquela cena e lá estava a
sacerdotisa, parada com as mãos juntas utilizando um enorme quimono com
diversas camadas de tecido, era quase impossível ver seus membros, mas eles se
faziam presentes conforme ela se movimentava. O cabelo estava solto com um
exuberante pingente e o rosto estava maquiado com cores fortes, destacando os
lábios avermelhados. A estampa, assim como a escolha de cores remetiam ao
motivo de todo aquele evento: Ho-Oh. Era como se a própria ave tivesse descido
para a terra para abençoar os humanos.
Apesar da garota ser a estrela principal, ela dividia
o palco com os outras oito mulheres, as famosas Kimono Girls, que usavam roupas
de tons de cor semelhante. E assim, iniciaram a coreografia com passos leves e
sincronizados.
Inari deu alguns rodopios antes de notar que Jackson a
assistia próxima do palco com uma expressão séria, mas de admiração. Do outro
lado, notou sua avó orgulhosa e Hilbert e Hilda com sorrisos bobos. Viu também
Morty e um monte de pessoas assistindo o último espetáculo da antiga Inari. No
dia seguinte, teria certeza que uma nova Inari nasceria.
Quando terminou, se curvou e recebeu uma chuva de
aplausos. Sorriu satisfeita e logo, a multidão se dispersou, voltando para
aproveitar mais um pouco do evento antes da tão aguardada queima de fogos que
ocorreria logo mais tarde. Desceu do palco pelos fundos, tirando alguns panos
de seu quimono, deixando-o mais leve para caminhar e aproveitar o festival.
Resolveu primeiro procurar seus amigos Unovianos e lhes contar a decisão que
tivera.
A primeira pessoa a encontrar foi Jackson, que ainda
tinha uma postura séria e sombria. Com um sorriso, Inari se aproximou.
— Olá! – cumprimentou. – Gostou da apresentação?
Antes que Jack pudesse responder, Morty surgiu logo
atrás da sacerdotisa, correndo em sua direção. O arqueólogo agarrou o ombro da
mulher e a colocou mais perto dele, lançando um olhar intimidador para o loiro,
que travou.
— J-Jackson? – questionou Inari, surpresa. – O que
foi?
— Quem é esse maluco? Ele te beijou do nada. Ele é teu
namorado? – perguntou, se envergonhando da própria atitude.
— Quem? O Morty? – a garota olhou para trás e viu que
o loiro também encarava Jackson. – Ele é só um...amigo. Ele é líder de ginásio
aqui da cidade, especializado em Ghost-type.
— E quem é esse, Inari? Ele tá te incomodando? – Morty
agiu na defensiva.
Inari recuou e fez uma expressão brava para os dois.
— O que tá acontecendo hein? Eu tô bem. Quem eu beijo
não é do interesse de ninguém – ela colocou as mãos na cintura.
O líder de ginásio mostrou a língua, debochado.
— Aquilo foi um beijo de ‘boa sorte’.
— E ele me deu muita sorte! – a sacerdotisa agarrou o
braço do arqueólogo, toda meiga. – Eu vou com eles pra Unova!
Morty olhou confuso e foi a vez de Jackson soltar um
olhar debochado para o líder.
— Touché – disse, convencido. E os dois
voltaram a se encarar antes do loiro perguntar:
— Do que está falando, Inari?
— Eu vou para Unova atrás do meu destino brilhante ao
lado das pessoas certas. Foi a minha voz interior que disse isso.
Dessa vez, Hilbert, Hilda e Yukiko se aproximaram e a
sacerdotisa não conseguia conter a empolgação. Nunca tivera tanta certeza de
uma decisão, então queria que todos soubessem.
— Eu vou com vocês! – disse, em alto e bom som,
agarrando as mãos dos jovens, que olharam espantados. – Eu vou pra Unova com
vocês, vamos reunir os fragmentos e salvar a região! Eu sinto que vamos
conseguir.
Inari olhou para sua avó, determinada:
— Eu agradeço por tudo que você fez por mim até agora,
Obaa-sama, mas eu preciso desancorar meu navio e zarpar em rumo ao MEU
futuro que eu mesma vou escrever.
Yukiko mantinha-se em silêncio enquanto encarava o
chão. Deu leves batidas nas pedrinhas e suspirou:
— Ok.
— S-Sério?! – ela se agitou.
— Você iria mesmo se eu recusasse – riu a senhora. –
Você está crescendo rápido demais.
Hilbert levantou a mão, curioso:
— Eu tô admirado com essa determinação, de verdade –
começou. – O que aconteceu?
— Eu tive uma consulta importante com um senhor muito
sábio – Inari estendeu as mãos e Grimaud surgiu de uma das mangas do quimono.
— GRIMAUD?! – Hilda e Hilbert gritaram em coro.
— Desde quando você tá aqui? – questionou a morena.
— Desde sempre, senhorita Hilda. Sou pequeno, mas
não invisível – a pequena aranha saltou na bolsa de seu mestre, junto da
companhia de Vic.
— Tem certeza de que foi ele que te deu conselhos? –
questionou o meio Pokémon, perplexo. – Vai por mim, ele só tem aparência, mas é
muito irresponsável.
Inari riu.
— Terei muito tempo para conhecer todos vocês.
Da bolsa, Vic olhava irônico para o Joltik.
— Velhote, tu não engana ninguém. Tu tava atrás de
outra coisa, né?
— Não sei do que está falando, meu jovem –
Grimaud respondeu, disfarçando com uma espécie de assovio.
— Não disfarce, a gente conhece sua laia!
— Pode-se dizer que eu não dou conselhos de graça
para ninguém – disse o Pokémon inseto, mergulhado em suas memórias recentes
com um sorriso satisfeito.
A noite se encerrou com o show de fogos de artifício.
Cada um iluminava o céu estrelado com cores que enchiam os olhos. Inari
assistia tudo agarradinha de seus novos companheiros, que sentiam que a missão
estava completa.
No dia seguinte, todos se preparam para retornarem a
estrada, numa viagem de volta para Unova com uma integrante nova. Hilbert fora
até o Centro Pokémon para buscar Mercuria estava completamente recuperada e
pronta para uma nova vida.
Inari escolheu uma roupa que remetia as origens de sua
região de origem. Um quimono curto com tons de roxo. Meias compridas e púrpuras
terminavam em delicados sapatos pretos. O cabelo alaranjado foi preto num rabo
de cavalo alto com um laço delicado. No rosto, um sorriso que não cessaria tão
fácil.
Antes de partirem, Yukiko convocou todos para uma
reunião final antes.
A senhora os aguardava ao lado de seu marido que
raramente saia de seu quarto. O grupo de jovens se sentou com pernas cruzadas e
prestaram atenção no que ela tinha a dizer.
— Antes que partam, acho que é interessante que saibam
das informações – ela depositou sua xícara de chá verde na mesa e começou a
contar: - Os Kurosawa não tem uma origem precisa, mas seus primeiros registros
são de Unova, apesar do sobrenome. Esses registros retratam há mais de 3000
anos atrás, naquela época, nossa família vivia num vilarejo enorme conhecido
como Shinkou Mura. Eles viviam da caça, pesca e cultivo, mas o que chamava a
atenção era o Poder do Equilíbrio presente em todos que nasciam com aquele
sangue. Junsei Kurosawa, o primeiro a registrar nossa história, dizia que era
uma benção de Arceus.
Hilda parecia focada, mas Hilbert viajava longe.
— Pois bem, devem conhecer a Guerra dos Gêmeos, certo?
– questionou. – A Princesa Clara e o Príncipe Eric travaram uma batalha há 5000
anos atrás para decidir qual ideologia dominaria Unova. Obviamente, cegados
pelo poder, acabaram por destruir Unova, que precisou de anos para se reerguer.
Os gêmeos foram assassinados e os dragões foram presos em esferas.
— Como as esferas foram parar nas mãos dos Kurosawa? –
questionou Jack.
— Após 2000 anos, alguém percebeu que as esferas não
conseguiam conter por si só a força e o desejos dos dragões de se libertarem.
Era uma época de constantes guerras, a energia negativa que sondava a região
dava forças para libertar Reshiram e Zekrom a qualquer momento.
— Clara e Eric não eram os únicos a controlarem os
dragões? – perguntou Inari.
— Eles controlam, mas não mandam neles. Reshiram e
Zekrom são uma maldição que ninguém pediu, mas que todo mundo quer. O mundo é
dividido entre o bem e o mal, o amor e o ódio, o ideal e o verdadeiro, entre o
sim e o não. Se você acredita no seu lado e quer ele para o mundo, um dos
dragões vai nascer no seu corpo e vai travar guerra com o outro dragão que
nasceu em outra pessoa – continuou Yukiko, olhando nos olhos de cada um dos
presentes.
Ela ajeitou seus cabelos, mas foi seu marido que
continuou:
— Quando a atual família real percebeu o perigo que
seria deixar a Light Stone e Dark Stone por aí, correram em busca de ajuda. Os
Kurosawa era os únicos capazes de manter as energias dos dois dragões dentro
das esferas. E assim, foi confiado a nossa família essa responsabilidade.
— E como exatamente funciona esse poder? – questionou
Inari. – Eu vejo o mesmo que Hilda ao olhar para os fragmentos, mas como sei
que estou... controlando-os?
— Como sacerdotisa, existe uma pureza dentro de você
que é transformada em equilíbrio. Você só vai conseguir expandir seus poderes
quando seu coração e mente estiverem em sincronia. Isso, você vai descobrir ao
longo da jornada, minha querida – respondeu o avô.
— O que trouxeram os Kurosawa para Johto?
— Ganância dos outros – assumiu Yukiko. – Futuros reis
descobriram o poder das esferas e como não haviam sentido os efeitos de todas
as guerras, acharam conveniente uma busca incansável no território dos Kurosawa
para roubarem as esferas. Cansados de verem sua família sendo assassinada e
mulheres escravizadas, resolveram se livrar da Light Stone e da Dark Stone e
alojaram ela em lugares separados onde ninguém teria acesso fácil. E assim,
zarparam para cá, onde estamos até hoje.
— E agora, milhares de anos depois, um grupo composto
por um ladrão, uma burguesa, um otaku, um alívio cômico e uma desastrada tem a
obrigação de impedir que esses dragões criem vida de novo e destruam nossos
lares – ironizou Jack. – Os antepassados devem estar se revirando no túmulo,
desesperados.
— Eu confio na gente – sorriu Hilda, olhando para o
seu novo grupo. – Se nada der certo, o Hilbert será nosso sacrifício.
Hilbert encarou a menina e protestou:
— Vem não, se não fosse por mim, você nem teria
colocado o pé na estrada!
— SOU EU QUE TÔ PAGANDO SUA VIAGEM! Então sacrifica o
Vic, ele é só um alívio cômico mesmo!
O Victini surgiu:
— AH, VÃO A MERDA, EU SOU O QUE CARREGA ESSE GRUPO
NAS COSTAS! Sacrifica o Jackson, ele é otaku!
— Se eu morrer, vocês não terão o único rostinho
bonito desse grupo. Pensem nas consequências!
Os quatros olharam para Inari e ela levantou as mãos:
— EU ACABEI DE ENTRAR PRA EQUIPE! QUE RECEPÇÃO É
ESSA?!
Yukiko pigarreou e chamou pela atenção de Hilbert, que
se aproximou dela, curioso quando ela colocou um objeto coberto com um pano em
sua frente.
— Você é um menino muito bom, posso ver bondade em seu
coração. Mas você tem muito a aprender, principalmente sobre paciência – sorriu
a velha, gentil. – Isso vai te ajudar, e o resultado dessa jornada vai ser o
que sair de dentro daqui – ela levantou o pano e revelou um ovo com manchas
esverdeadas de aproximadamente trinta centímetros.
— Isso é um ovo de Pokémon? Q-Qual Pokémon? –
questionou o menino, ansioso.
— Vai ter que descobrir sozinho, e isso pode demorar
alguns dias ou meses – sorriu a senhora, ajeitando o boné dele.
— Sabe, vovó, eu achei que você era uma velha
mal-humorada que tinha um hobbie idiota de bater nos outros – disse, sincero,
recebendo olhares surpresos de todos os presentes. – Mas a senhora até que é
legal.
Yukiko respirou fundo para manter a calma e o seu
marido tentou segurar a risada.
Do lado de fora, Inari terminava de se despedir de
seus avós enquanto o resto do grupo a esperava no portão principal. A
sacerdotisa abraçou os dois de uma vez só, quase chorando. Seu avô lhe estendeu
um caderno extremamente antigo.
— Esse é o diário de Junsei Kurosawa, acredito que
será útil você ler para aprender mais sobre seu poder – disse, entregando para
a jovem, que guardou em sua delicada mochila. Ao seu lado, Cami parecia animada
na ideia de andar por aí.
— Obrigada por tudo. Não vou decepcionar vocês –
sorriu a jovem.
— Não diremos um ‘adeus’, só um ‘até logo’ – sorriu
Yukiko.
Inari girou nos calcanhares e encarou o grupo estranho
que iria lhe acompanhar até onde fosse preciso. Sorriu e resolveu correr em
direção a eles.
Um deslize e ela tropeçou no vão entre duas pedras e
quase caiu. Não antes que Jackson lhe segurasse com um sorriso motivador.
Sabia a partir daquele dia que não importasse quantos
passos errados daria, seus amigos nunca a deixaram cair.
Eu esperei tanto por esse festival que não sei nem por onde começar! E teve um pouquinho de tudo que eu queria para fechar a estadia maravilhosa que foi Johto — pelúcias de Mareep gigantes, o Bertinho protegendo sua garota dos marmanjões, uma apresentação impecável da Inari — tudo isso vai deixar marcado... se não fosse a festa de 15 anos da Hilda, a temporada poderia muito bem ter terminado aqui kkkkkkkkk É como receber dois episódios finais da sua série favorita, não estou reclamando!
ReplyDeleteMais uma vez eu adorei a forma como você passou um pouquinho de tudo que nos faz adorar esses episódios nos animes, e até sentir um pouco de saudade dos eventos na vida real. Estar junto com os amigos, e de repente todo mundo se divide pra comer, brincar nas barracas ou só arranjar confusão. Você sempre divide muito bem seus grupos, eu estava sentindo falta do Grimaud e gostei dele ser a vozinha na consciência que representou a decisão final da Inari kkkkkkk
E pra não dizer que o capítulo foi só de festival, toda a explicação da Dona Yukiko serviu como prelúdio para o que veremos na segunda temporada e os perigos que eles verão pela frente. Foi uma ótima explicação e de uma forma leve e divertida para não estragar o momento, adorei a conversa deles no fim kkkkkkkkk E veja só, um ovinho não pode faltar! Agora é hora de todo mundo começar a teorizar o que vai sair dele.
Mal posso acreditar que já estou indo para o capítulo final... Eu ainda nem abri a página, porque queria deixar para ver suas ilustrações na hora que fosse ler. Já vou começar a minha leitura e poupar o coração, chegou o momento de voltar para o ensino médio quando as festas de 15 anos estavam bombando e a maior preocupação de Canas era dançar bem e ser POP kkkkkk See ya!
Yoo Canas
DeleteO festival está entre nós assim como todo um bom final de arco ahsuahushua Eu tentei ao máximo aproveitar todo tipo de característica, uma gotinha de cada pra fechar o arco mais incrível que já escrevi <3
Tudo nesse capítulo funciona como uma sinfonia, eu tentei ao máximo dedicar o capítulo a Inari sempre tentando manter ela próxima do grupo, mas não dependendo deles para brilhar. Por sorte, todos os pensamentos da sacerdotisa era só eu ouvindo minha própria mente, o Grimaud foi só a voz adulta que me faltava.
EU ODEIO EXAGERAR NAS EXPLICAÇÕES, eu torci pra não ter jogado informações demais, então tentei sempre dar algumas dicas desde que eles chegaram, e é claro, coloquei um pouco de humor e reflexões pq eu não sou feita de ferro, espero que tenha ficado claro <3
VOCÊ ESTÁ QUASE LÁ AAAAAAAAAAAAAAA
Obrigada pelo comentário, Canas <3
See ya
Yo Star
ReplyDeleteE a Inari finalmente entra pro bando dos chapéus de palha. A veia no final aceitou. Devo dizer que a Yukiko acabou se tornando a minha personagem favorita nesse mini arco.
O Hilbert e a Hilda realmente dormem juntos. Imagino se a família da Hilda sabe disso.
Morty apareceu. Era um personagem que eu ouvia muito falar mal, mas foi bem de boas. Vamos ver se ele aparece depois para justificar esse hate todo.
Okay, talvez eu tenha esquecido da existência do Grimaud. Quando você para pensar que ele sø apareceu pra colocar mais uma mulher no grupo...
E é isto, até o próximo capítulo, Star
Yooo Alefu
DeleteReta final <3
Inari joined to the party, separa uns itens pra equipar nela aí
Dona Yukiko agradece seu apreço, ela não vai dar bengaladas na sua cabeça hausuashua
Relaxa que o Hilbert é burro, ele nunca tentaria algo, por isso a Hilda dorme com ele haushuashuashu Mas não conte a família Foley hushuasuh
Morty não sofre tanto hate, ele é só um fdp cansado da vida que deve pro agiota, no fundo eu tenho dó dele hasuhuashus
Todo mundo esqueceu do Grimaud, mas essa é a graça, ele sumir e surgir do nada pra fazer comédia. Se bem que ele convocou uma mina a mais pra investir na carreira dele. O cara é um empreendedor
Obrigada pelo comentário, Alefu
See ya
Vic carregando o grupo, qual a chance de dar errado? KKKK
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