• Thursday, July 1, 2021

    Aquela noite castigaria qualquer um que não estivesse acostumado com um frio tão intenso. Por mais que o inverso se aproximasse do seu fim, volta e meia ele voltava para assolar os corações das pessoas.

    Hilda tremia tanto que ela mal sabia qual parte do corpo esquentar primeiro. Fora criada em apartamento, as grossas paredes e o aquecedor não se comparavam com a sensação de dormir sobre um futon – que mesmo quente – não conseguiam trazer calor suficiente. Tudo estava fechado, mas o vento era assustador, fazendo sons e invadindo o território alheio pronto para cumprir seu papel.

    Hilbert, que compartilhava a cama com a amiga, percebeu como a menina tremia de frio. Virou-se de frente pra ela e a chamou, baixinho. Ainda era madrugada.

    — Ei, Hilda…

    Hilda acordou e olhou para o amigo, envergonhada por acordá-lo.

    — Desculpe, Hilbert. Não queria te acordar.

    Ele se ajeitou, se aproximando um pouco mais, não parecia irritado, apenas preocupado.

    — Está com frio?

    A garota ajeitou o cabelo solto, tímida com a aproximação. Assentiu, puxando o cobertor mais pra cima.

    — Depois de dias na estrada, eu deveria estar acostumada com esse tipo de coisa, né? Acho que continuo sendo a mimadinha de apartamento.

    — Não seja boba – ele procurou a mão de Hilda por debaixo das cobertas, sentindo como estavam geladas. – Você é uma garota, o frio costuma castigar mais vocês.

    A jovem mal sabia como reagir com aquele toque e a forma carinhosa que ele tentava falar. A mão do meio Pokémon era do tamanho da dela, mas parecia ser mais forte, provavelmente pela genética e pelo espírito aventureiro.

    Hilbert usou um dos braços pra levantar o cobertor perto dele.

    — Vem cá.

    Hilda olhou confusa, sentindo sua nuca arrepiar. Ele não a esperou se aproximar para envolvê-la num abraço quentinho igual um casulo de Metapod. A cabeça da garota encontrou o peitoral de Hilbert e se admirou como ela se encaixou perfeitamente ali. Ouvi as batidas aceleradas e cheias de vida do menino e corou tanto que imaginou ser um sonho.

    — Quentinha? – a voz dele soou como um doce.

    — V-Você não precisava se incomodar – respondeu, como se tivesse se desculpando.

    — A minha mãe fazia isso comigo – contou Hilbert, ajeitando seu queixo contra o topo da cabeça da menina. – Sempre funcionava. Me sentia seguro e acolhido, como se o mundo nunca pudesse me machucar.

    — Nunca pensou em ligar pra ela?

    — Eu mando algumas cartas quando posso, espero que estejam chegando.

    — Conta o quê pra ela?

    — Sobre tudo. Todas as minhas aventuras.

    — Ela deve estar orgulhosa – se reconfortando, Hilda sentiu sua voz pesar de sono.

    — Espero que sim – a conversa acabou por ali mesmo.

    E os dois passaram o resto da noite com as mãos entrelaçadas. Frio nenhum conseguiria atingir eles novamente.

    Fonte: Na Imagem



    Inari acordou cedinho.

    Ouviu os Pidgeys piando e abriu a porta de correr que dava para o jardim dos fundos, não havia nevado, mas existiam picos de neve que resistiam à tentação em derreter. Apesar do sol ainda estar tímido, ela cogitou que a noite seria perfeita para o festival.

    Respirou fundo e sua mente a levou para a noite anterior e para as palavras de Jackson. O que ela queria de verdade? Sua insegurança sempre lhe pregava pegadinhas, muitas das vezes fazia planos que eram adiados porque sua mente lhe impedia. Uma vez, leu em um livro de psicologia que o cérebro humano possuía conexões que eram ativadas por pensamentos que influenciavam nas nossas ações. Era como se toda vez que pensasse em sair, a imagem da sua vó dizendo que era perigoso viesse e sua ação era desistir. Isso acabou moldando uma espécie de estrada que era asfaltada e confortável, o que tornava aquilo o caminho mais fácil de trilhar. Como faria para começar a construir uma nova estrada do zero que a fizesse mudar de rumo?

    De toda forma, tinha outra coisa para se preparar: O grande festival.

    Naquela hora, provavelmente alguns trabalhadores e fieis começavam a preparar as barracas para uma noite de homenagens a Ho-Oh. O Templo Hanazawa era o palco da festa, lar de uma antiga família da cidade e cuidado pelas famosas Kimono Girls, que eram de uma classe de mulheres escolhidas a dedo para manter viva a tradição de adorar e servir a Ho-oh, a majestosa fênix dourada que simbolizava a vida.

    Teria o dia inteiro para se preparar, mas sua mente estava cada vez mais distraída que nem notou Cami se reconfortando do seu lado. A Furret só recebeu atenção ao grunhir com o frio.

    — O que eu faço, Cami? – questionou a sacerdotisa. – Qual das vozes estão certas? OH, SANTO HO-OH, O QUE ESSA HUMILDE SERVA DEVE FAZER?

    Sem surpresas, ninguém respondeu.

    Passos masculinos passaram pelo corredor próximo ao quarto da moça e ela percebeu que outros, acompanhados de uma bengala vieram ao encontro. Viu também o mesmo objeto atingir a cabeça da sombra mais alta em sinal de reprovação.

    — OUCH! – resmungou Jackson. – Qual é, obaa-san?!

    — Não ande sem camisa por aí! Não vê que esse é um ambiente familiar? – bufou a velha. Como alguém da idade dela tinha tanta força de manhã?

    Inari se aproximou e abriu as portas do quarto e mal teve de reagir com a ousadia Unoviana de Jack em andar com o torso de fora com a calça de moletom quase escorregando para baixo. Virou o rosto e colocou a mão sobre o peito, garantindo que seu coração estivesse batendo.

    — Eu só estava indo no banheiro – argumentou o arqueólogo.

    — Volte para o seu quarto! – ordenou Yukiko. – Não quero que minha neta se acostume com a presença de um pervertido como você!

    — Fala como se ela já não tivesse me visto com menos roupas – provocou Jack, levando outras duas bengaladas na cabeça, deixando a pequena idosa furiosa como um Meowth selvagem.

    — NÃO FALE COM ESSA INTIMIDADE PRA CIMA DE MIM, HENTAI! – continuou a berrar, possessa.

    Jack olhou para Inari, que estava vermelha de tanta vergonha e lhe deu uma piscadinha, pegando o rumo para o seu quarto de volta, não antes de dizer:

    — Eu ainda vou fazer parte da família, obaa-san, me aguarde! – riu, e sumiu na primeira curva.

    — Que abusado! – alegou, em fúria. – Ainda bem que esses desgraçados vão embora amanhã. Não suporto a presença deles.

    — É-é... – concordou Inari, ainda que sua mente queria que ela tivesse corrido atrás de Jackson para fora dali.

     

    O dia passou sem grandes problemas e a noite logo chegou.

    Hilda recebeu ajuda de Yukiko para vestir seu quimono comprado no dia interior. A senhora tinha grande habilidade com tantos panos e não se poupou em fazer um delicado coque com as mechas castanhas da menina. Isso a fez lembrar dos seus avós que moravam em uma ilha distante, próxima de Hoenn, fazendo-a sorrir.

    — Não sei como uma menina tão delicada como você consegue andar com aqueles dois selvagens? – comentou Yukiko, enquanto colocava um grampo delicado para completar o figurino.

    — Não escolhemos nossos amigos, senhora. Mas posso jurar que Jack e Hilbert são pessoas incríveis – respondeu, com educação. – Inari tem muitos amigos?

    — Ela é uma menina tímida e um pouco inocente e desastrada para esse mundo. Não quero correr o risco de machucarem ela – contou a senhora, com sinceridade.

    — Isso não é meio egoísta da sua parte? – questionou, sem querer ser agressiva. – Inari tem os poderes dos Kurosawa e é forte. Eu sei e você sabe – ela se virou na cadeira, olhando diretamente nos olhos dela.

    — Não vou deixá-la reviver uma maldição que nos obrigou a fugir de nosso lar por pura cobiça das pessoas – ela retrucou, ainda mais séria. Mas Hilda não parecia ter medo.

    — Porque carrega as dores dos seus antepassados? – argumentou. – Já parou pra pensar que escondendo Inari pode estar sacrificando toda Unova?

    — Quem está sendo mais egoísta, minha jovem? – a velha bateu sua bengala no chão de leve. – Você se importa com Inari ou só está preocupada com o seu próprio lar?

    Hilda se manteve em silêncio antes de responder:

    — Você acredita em destino?

    — É só uma desculpa pra gente conformada com a própria vida dizendo que a culpa deles estarem em determinada situação é por causa de um tal de destino.

    A garota se sentiu ofendida e abaixou a cabeça. Clara resolveu protestar:

    MANDA ESSA VELHA SE FODER! – berrou, quase criando um eco.

    — Não vamos a lugar nenhum discutindo com ela – sussurrou, para que Yukiko não ouvisse. – Daremos um jeito – se levantou e arrumou o quimono rosa. – Obrigada pela ajuda, senhora Yukiko.

    Hilda deixou a sala com elegância, indo em direção aos seus amigos que a aguardavam do lado de fora, resmungando um pouco com o frio. Hilbert usava sua clássica roupa enquanto Jack largara sua roupa convencional para usar boots, calça jeans e um moletom com touca esverdeado. Ela se aproximou e segurou o braço de Hilbert.

    — Estou me acostumando com esses chinelos ainda – contou, mostrando. – Então me dá uma mãozinha.

    — Devemos esperar as donas da casa? – questionou o arqueólogo.

    — Elas disseram que Inari é uma das últimas a chegar e entra pela porta dos fundos como parte do espetáculo, então elas vão depois. Mas a gente já pode ir.

    — A gente vai se perder, vai por mim – disse Hilbert, bocejando.

    — É só seguir as lanternas – apontou a garota, sorrindo. – Agora vamos.

     

    Podiam jurar que estavam dentro de um anime.

    Era incrível que tudo retratado nas famosas animações estava na frente deles fisicamente alcançável. Um longo corredor iluminado com delicadas e artesanais lanternas recebia diversas pessoas, as duas laterais estavam lotadas das barracas tradicionais com comidas locais e algumas prendas para os afortunados que queriam testar a sorte. Cheiro de todos os tipos invadiram a narina dos três e suas bocas salivaram. Por onde começar?

    Conforme andavam, o corredor se revelava cada vez maior, quase infinito. Aproveitaram os primeiros minutos no local para se familiarizarem com nomes e posições das barracas. Hilbert decorou a maioria das de comida enquanto Jack se preocupava com as barraquinhas de jogos com prêmios diversos. Uma dessas despertou a atenção de Hilda.

    Era uma de tiro ao alvo, mas a menina estava admirada com o prêmio. Um enorme Mareep de pelúcia estava exposto para trazer tentação aos visitantes.

    — H-Hilbert! E-eu quero! – disse, puxando o braço do amigo.

    — E-Espera aí! – protestou, sendo levado.

    — Jack, a gente já volta! – disse Hilda para o que permaneceu parado, meio desinteressado em pelúcias. Ele apenas acenou enquanto viu seus amigos sumirem na multidão.

    Procurou o celular em seu bolso e conferiu as horas. Imaginou que tipo de roupa Inari usaria. Ela seria a atração central do evento, então provavelmente estaria tão formosa quanto o normal. Resolveu que iria acha-la para desejar uma ‘boa sorte’ na apresentação.

    Voltou a caminhar com as mãos no bolso antes de perceber que nas áreas mais escuras do evento, um carro estacionara, trazendo dentro a família Kurosawa. Yukiko e seu marido desembarcaram usando quimonos tradicionais e ajudaram Inari descer também. Com a falta de iluminação, era meio difícil de dar detalhes da roupa que a mulher usava, mas era uma quantidade enorme de tecido que a sacerdotisa parecia lidar muito bem.

    Jackson resolveu se aproximar e até levantou a mão para chamar a atenção, mas alguém, que tinha a mesma intenção, o fez primeiro.

    — Inari!

    Da direção oposta de Jack, um homem de cabelos louros e expressão serena se aproximou da mulher, que o reconheceu. Seus olhos púrpuros brilharam ao admirar tamanha beleza. Ele usava uma blusa de lã preta e calça branca. O arqueólogo sentiu seu corpo arrepiar ao ver aquela intimidade.


    — Morty-san – sorriu Inari, dispensando seus avós por alguns minutos. – Que bom que veio.

    — Eu não perderia essa oportunidade por nada – respondeu, com a voz grossa. Provavelmente passava dos 30 anos. – Ficou linda no quimono, como sempre é.

    Inari riu e corou.

    — Espero não errar nenhum passo. Sou o desastre em pessoa.

    — É por isso que eu vim aqui desejar boa sorte de um jeito especial.

    Jackson abriu a boca para expressar uma reação, mas travou quando viu as mãos de Morty segurarem a nuca de Inari, fazendo os rostos se aproximarem e o beijo ser selado. A sacerdotisa não sabia se retribuía ou ficava em choque, então sua única reação foi segurar um dos braços do homem e mexer a cabeça, deixando que Morty aprofundasse o gesto.

    Jack não soube explicar o motivo da desolação e só virou de costas, fechando a cara e se negando a ver a cena. Voltou para a multidão, em busca de Hilbert e Hilda.

     

    A dupla, por sua vez, parecia composta por duas crianças em um parque de diversão.

    Com um pouco de esforço por causa da língua, conseguiriam comprar três chances para acertar o alvo – o Mareep gigante – e ganharem. Hilbert ajeitou a rolha no bico da arma de brinquedo e analisou as possibilidades. Vic, em sua bolsa, comentou:

    Se não der certo, a gente rouba.

    — Tá duvidando da minha capacidade? – questionou Hilbert.

    Tô. Tu só tá fazendo essa pose de machão pra impressionar tua garota.

    — Comecei a me arrepender de ter te trazido.

    O treinador se apoiou no balcão da barraca e usou seu olho dominante para mirar no prêmio desejado por Hilda, que estava quase roendo as unhas de tanta ansiedade.

    O primeiro foi disparado e atingiu a ovelha amarelada de pelúcia que ficou próxima de cair. Provavelmente, era um objeto cobiçado e muita gente vinha tentando derrubá-la, mas para a sorte do garoto, o trabalho de empurrar até a borda da estante havia sido feito por outros e ele só apareceu no final para ficar com o prêmio.

    Carregou novamente sua arma e mirou, mas um leve descuido o fez errar. Restava apenas uma chance.

    — Ah, meu Arceus – disse Hilda, apreensiva.

    Hilbert sentiu sua mão falhar ao recarregar pela terceira vez a arma. Não queria perder e deixar sua amiga triste, ela confiava nele e ele tinha a obrigação de conseguir aquele prêmio. Mirou e atirou, mas claramente iria errar. Foi quando o projétil mudou seu trajeto e acertou com força o Mareep, que caiu no chão.

    Hilda arregalou os olhos e sorriu, pulando nos braços do amigo para abraçá-lo:

    — VOCÊ CONSEGUIU! OBRIGADA!

    Hilbert ainda continuava sem entender até ouvir de dentro de sua bolsa:

    De nada, cabeção.

    A garota caminhava de volta pelo corredor lotado de pessoas com uma cara de satisfação, abraçada com o Mareep gigante igual uma criança abraçada com seu ursinho de pelúcia favorito para dormir. Hilbert andava ao seu lado com as mãos no bolso, observando de relance a felicidade da menina.

    — Agora não vou precisar dormir abraçada com você quando sentir frio – provocou ela.

    — Eu fui trocado por um Mareep?

    Entregou tua garota pro inimigo que você mesmo criou – riu Vic da bolsa.

    Descontraídos, mal perceberam quando uma figura baixinha se aproximou e segurou gentilmente o braço de Hilbert. O menino gelou e encarou sua amiga com a feição assustada e a pele quase pálida.

    — O que houve, Hilbert? – questionou ela, confusa.

    — Eu acho que um fantasma segurou meu braço – o treinador começou a tremer, se recusando a olhar para trás.

    Hilda franziu a testa e espiou por cima do ombro do garoto, notando a figura arrumada e bem trajada de Yukiko e seus cabelos platinados.

    — Não é um fantasma! É a senhora Yukiko!

    Hilbert sentiu seu coração aliviar e olhou para ela, com um sorriso sem graça.

    — E aí, vovó? – cumprimentou, fingindo que nada tivesse acontecido. – E-Está maravilhosa nesse quimono.

    — Eu tento ter paciência com vocês, mas toda hora vocês abusam dela – respondeu, mal humorada. – Agora fique comigo, não tenho idade para ficar sozinha. Meu marido não aguentou nem cinco minutos e já quis voltar pra casa.

    — Eu vou ter que ser a sua babá? – questionou o treinador. – Olha a sua idade, vovó, é você que deveria cuidar de mim!

    Contrariando o que dissera anteriormente, Yukiko usou sua bengala para atingir a costa do menino, que se curvou pra frente.

    — Não me chame de velha! Precisamos ir – ela usou o objeto para apontar para um palco logo a frente. – Inari logo vai se apresentar.

    Hilda começou a caminhar em seu ritmo normal, apressada como uma boa jovem que era, e seu companheiro resolveu acompanhar na mesma intensidade, mas foi puxado por Yukiko, que resmungou:

    — Está com pressa do quê? Não se esqueça que está acompanhando uma senhora.

    — Vamos chegar atrasados.

    — Você vive em ritmo acelerado, garoto, precisa aprender a ter paciência.

    Hilbert suspirou e aceitou seu destino.

    — O-Onde é a banheiro? – questionou Hilda, andando um pouco na frente com sua pelúcia.

    Yukiko apontou para cabines próximas e deu a entender que ficariam ali, esperando por ela. A garota se distanciou em direção aos banheiros e entrou lá, ficando por alguns minutos.

    Hilbert analisava o chão como quem não quer nada, aguardando o retorno da amiga, não queria puxar assunto com Yukiko com medo de apanhar no final. Sua visão sobre avós se resumia nos gentis lanches servidos por sua vó adotiva e pelas histórias de motivação contadas pelo seu avô e não de uma idosa de alta idade tão violenta.

    Ele nem percebeu que alguns longos minutos tinham se passado antes de receber um cutucão da mulher.

    — A-Ai! – ele resmungou, olhando pra ela: - Eu não fiz nada dessa vez!

    — Não acha que a jovem está demorando demais? – a pergunta deixou o garoto sem chão e com um enorme alerta.

    — Vovó, não sai daqui. Eu já volto! – disse o garoto, logo em seguida pegando o rumo em direção aos banheiros.

    Abriu espaço entre algumas pessoas que aos poucos se aglomeravam para a apresentação que logo se iniciaria. Quando chegou há alguns metros, conseguiu localizar Hilda com seu quimono delicado, mas a expressão dela não era das melhores. Na verdade, era uma expressão que o próprio Hilbert não conhecia. Uma expressão de medo, mas ao mesmo tempo, seus olhos pareciam implorar.

    Só depois notou que toda aquela expressão era causada por um grupo de três adolescentes, mais altos que ela que conversavam em japonês enquanto estendiam a mão pra ela, como se a convidassem para algo. A garota abraçava seu Mareep cada vez mais.

    Hilbert sentiu seu sangue ferver ao ver aquela cena. Se aproximou batendo os pés e não se importou se os engraçadinhos eram bem maiores que ele. Atingiu um tapa na mão de um que insistia em tocar sua amiga e se posicionou na frente de Hilda, sério.

    Os três, que só tinham pose de valentão, recuaram ao olharem para o menino. Podiam jurar que o garoto tinha olhos dourados, em fúria. Segurou a mão de Hilda com convicção e a levou para um lugar seguro. A garota corava aliviada e mal teve tempo de agradecer o garoto quando chegaram de volta a Yukiko.

    A velha deu um sorriso ligeiro, admirada com a atitude do garoto.  

     

    Inari respirou fundo mais uma vez. Estava puxando tanto ar para se acalmar que seus pulmões já começavam a doer com tanto oxigênio. Estava na parte de trás do palco esperando sua vez para fazer a apresentação da famosa dança. Olhou um pouco em volta, na esperança de encontrar três turistas que estavam hospedados em sua casa por alguns dias. Iriam embora no dia seguinte e sua vida voltaria a ter a mesma rotina.

    Cantarolou a mesma canção que cantara na noite anterior quando conversou com Jackson nas fontes termais, mas dessa vez, parando para prestar atenção na letra, tentando usá-la como um conselho.

    Você deveria seguir seu destino – uma minúscula voz velha sussurrou e ela quase pulou. Era a voz da sua mente?

    Uma pequena aranha amarelada surgiu de dentro do quimono e pousou em seu ombro. Inari gelou, querendo procurar algo para matar aquele inseto.

    — O-oi, amiguinho – ela disse, com a voz falha. – P-Pode sair daqui?

    Você tem um grande destino na sua frente, minha jovem ­– começou Grimaud, ignorando o pedido da jovem. – Vivo tempo o suficiente pra dizer que o destino sempre vai te colocar no caminho dele, mas tem uma hora que até ele se cansa de tentar.

    — Eu tenho medo – respondeu a sacerdotisa.

    Medo é uma emoção natural de todos, minha jovem ­– respondeu, esperando uma argumentação contra, mas ela nada respondeu. Então resolveu continuar: - Eu tenho dois mestres. O mais velho aprendeu a não desperdiçar oportunidades quando lhe eram oferecidas. O mais novo cria oportunidades todos os dias.

    — Qual dos mestres eu devo seguir? – questionou, como se esperasse a solução dos seus problemas.

    Os dois ­– respondeu, com simplicidade. – Não há lado que te garanta uma vida plena e vitoriosa.

    — Quando Hilda me mostrou os fragmentos, eu ouvi os dragões clamando por ajuda, como se só quisessem um descanso – revelou, olhando para o Joltik em seu ombro. – Eu tenho tantas vozes que me pedem pra ir, mas a que me manda ficar é grossa e autoritária.

    As vozes em maior número, quando unidas, conseguem derrotar qualquer gigante – explicou. – Aja como um Ho-Oh, Inari, dance como uma despedida para essa vida, derrote o gigante, e renasça das cinzas para uma nova vida, para o seu destino. Seja grande e salve Unova junto das pessoas que você estava destinada a encontrar.

    Inari levantou o queixo, confiante. Podia jurar ouvir as vozes de seus pais lhe dizendo “confiamos em você”. Com um sorriso, ela encarou Grimaud, perdendo o medo daquela asquerosa criatura:

    — Obrigada, senhor voz-da-minha-mente.

    Me chame de Grimaud, minha jovem. E seja bem-vinda a sua nova vida. Que a antiga Inari possa descansar em paz.

    Subiu as escadas e se posicionou até o centro do palco. Tambores chamaram a atenção do público para aquela cena e lá estava a sacerdotisa, parada com as mãos juntas utilizando um enorme quimono com diversas camadas de tecido, era quase impossível ver seus membros, mas eles se faziam presentes conforme ela se movimentava. O cabelo estava solto com um exuberante pingente e o rosto estava maquiado com cores fortes, destacando os lábios avermelhados. A estampa, assim como a escolha de cores remetiam ao motivo de todo aquele evento: Ho-Oh. Era como se a própria ave tivesse descido para a terra para abençoar os humanos.

    Fonte: Mashu89

    Apesar da garota ser a estrela principal, ela dividia o palco com os outras oito mulheres, as famosas Kimono Girls, que usavam roupas de tons de cor semelhante. E assim, iniciaram a coreografia com passos leves e sincronizados.

    Inari deu alguns rodopios antes de notar que Jackson a assistia próxima do palco com uma expressão séria, mas de admiração. Do outro lado, notou sua avó orgulhosa e Hilbert e Hilda com sorrisos bobos. Viu também Morty e um monte de pessoas assistindo o último espetáculo da antiga Inari. No dia seguinte, teria certeza que uma nova Inari nasceria.

    Quando terminou, se curvou e recebeu uma chuva de aplausos. Sorriu satisfeita e logo, a multidão se dispersou, voltando para aproveitar mais um pouco do evento antes da tão aguardada queima de fogos que ocorreria logo mais tarde. Desceu do palco pelos fundos, tirando alguns panos de seu quimono, deixando-o mais leve para caminhar e aproveitar o festival. Resolveu primeiro procurar seus amigos Unovianos e lhes contar a decisão que tivera.

    A primeira pessoa a encontrar foi Jackson, que ainda tinha uma postura séria e sombria. Com um sorriso, Inari se aproximou.

    — Olá! – cumprimentou. – Gostou da apresentação?

    Antes que Jack pudesse responder, Morty surgiu logo atrás da sacerdotisa, correndo em sua direção. O arqueólogo agarrou o ombro da mulher e a colocou mais perto dele, lançando um olhar intimidador para o loiro, que travou.

    — J-Jackson? – questionou Inari, surpresa. – O que foi?

    — Quem é esse maluco? Ele te beijou do nada. Ele é teu namorado? – perguntou, se envergonhando da própria atitude.

    — Quem? O Morty? – a garota olhou para trás e viu que o loiro também encarava Jackson. – Ele é só um...amigo. Ele é líder de ginásio aqui da cidade, especializado em Ghost-type.

    — E quem é esse, Inari? Ele tá te incomodando? – Morty agiu na defensiva.

    Inari recuou e fez uma expressão brava para os dois.

    — O que tá acontecendo hein? Eu tô bem. Quem eu beijo não é do interesse de ninguém – ela colocou as mãos na cintura.

    O líder de ginásio mostrou a língua, debochado.

    — Aquilo foi um beijo de ‘boa sorte’.

    — E ele me deu muita sorte! – a sacerdotisa agarrou o braço do arqueólogo, toda meiga. – Eu vou com eles pra Unova!

    Morty olhou confuso e foi a vez de Jackson soltar um olhar debochado para o líder.

    Touché – disse, convencido. E os dois voltaram a se encarar antes do loiro perguntar:

    — Do que está falando, Inari?

    — Eu vou para Unova atrás do meu destino brilhante ao lado das pessoas certas. Foi a minha voz interior que disse isso.

    Dessa vez, Hilbert, Hilda e Yukiko se aproximaram e a sacerdotisa não conseguia conter a empolgação. Nunca tivera tanta certeza de uma decisão, então queria que todos soubessem.

    — Eu vou com vocês! – disse, em alto e bom som, agarrando as mãos dos jovens, que olharam espantados. – Eu vou pra Unova com vocês, vamos reunir os fragmentos e salvar a região! Eu sinto que vamos conseguir.

    Inari olhou para sua avó, determinada:

    — Eu agradeço por tudo que você fez por mim até agora, Obaa-sama, mas eu preciso desancorar meu navio e zarpar em rumo ao MEU futuro que eu mesma vou escrever.

    Yukiko mantinha-se em silêncio enquanto encarava o chão. Deu leves batidas nas pedrinhas e suspirou:

    — Ok.

    — S-Sério?! – ela se agitou.

    — Você iria mesmo se eu recusasse – riu a senhora. – Você está crescendo rápido demais.

    Hilbert levantou a mão, curioso:

    — Eu tô admirado com essa determinação, de verdade – começou. – O que aconteceu?

    — Eu tive uma consulta importante com um senhor muito sábio – Inari estendeu as mãos e Grimaud surgiu de uma das mangas do quimono.

    — GRIMAUD?! – Hilda e Hilbert gritaram em coro.

    — Desde quando você tá aqui? – questionou a morena.

    Desde sempre, senhorita Hilda. Sou pequeno, mas não invisível – a pequena aranha saltou na bolsa de seu mestre, junto da companhia de Vic.

    — Tem certeza de que foi ele que te deu conselhos? – questionou o meio Pokémon, perplexo. – Vai por mim, ele só tem aparência, mas é muito irresponsável.

    Inari riu.

    — Terei muito tempo para conhecer todos vocês.

    Da bolsa, Vic olhava irônico para o Joltik.

    Velhote, tu não engana ninguém. Tu tava atrás de outra coisa, né?

    Não sei do que está falando, meu jovem – Grimaud respondeu, disfarçando com uma espécie de assovio.

    Não disfarce, a gente conhece sua laia!

    Pode-se dizer que eu não dou conselhos de graça para ninguém – disse o Pokémon inseto, mergulhado em suas memórias recentes com um sorriso satisfeito.

    A noite se encerrou com o show de fogos de artifício. Cada um iluminava o céu estrelado com cores que enchiam os olhos. Inari assistia tudo agarradinha de seus novos companheiros, que sentiam que a missão estava completa.


     

    No dia seguinte, todos se preparam para retornarem a estrada, numa viagem de volta para Unova com uma integrante nova. Hilbert fora até o Centro Pokémon para buscar Mercuria estava completamente recuperada e pronta para uma nova vida.

    Inari escolheu uma roupa que remetia as origens de sua região de origem. Um quimono curto com tons de roxo. Meias compridas e púrpuras terminavam em delicados sapatos pretos. O cabelo alaranjado foi preto num rabo de cavalo alto com um laço delicado. No rosto, um sorriso que não cessaria tão fácil.

    Antes de partirem, Yukiko convocou todos para uma reunião final antes.

    A senhora os aguardava ao lado de seu marido que raramente saia de seu quarto. O grupo de jovens se sentou com pernas cruzadas e prestaram atenção no que ela tinha a dizer.

    — Antes que partam, acho que é interessante que saibam das informações – ela depositou sua xícara de chá verde na mesa e começou a contar: - Os Kurosawa não tem uma origem precisa, mas seus primeiros registros são de Unova, apesar do sobrenome. Esses registros retratam há mais de 3000 anos atrás, naquela época, nossa família vivia num vilarejo enorme conhecido como Shinkou Mura. Eles viviam da caça, pesca e cultivo, mas o que chamava a atenção era o Poder do Equilíbrio presente em todos que nasciam com aquele sangue. Junsei Kurosawa, o primeiro a registrar nossa história, dizia que era uma benção de Arceus.

    Hilda parecia focada, mas Hilbert viajava longe.

    — Pois bem, devem conhecer a Guerra dos Gêmeos, certo? – questionou. – A Princesa Clara e o Príncipe Eric travaram uma batalha há 5000 anos atrás para decidir qual ideologia dominaria Unova. Obviamente, cegados pelo poder, acabaram por destruir Unova, que precisou de anos para se reerguer. Os gêmeos foram assassinados e os dragões foram presos em esferas.

    — Como as esferas foram parar nas mãos dos Kurosawa? – questionou Jack.

    — Após 2000 anos, alguém percebeu que as esferas não conseguiam conter por si só a força e o desejos dos dragões de se libertarem. Era uma época de constantes guerras, a energia negativa que sondava a região dava forças para libertar Reshiram e Zekrom a qualquer momento.

    — Clara e Eric não eram os únicos a controlarem os dragões? – perguntou Inari.

    — Eles controlam, mas não mandam neles. Reshiram e Zekrom são uma maldição que ninguém pediu, mas que todo mundo quer. O mundo é dividido entre o bem e o mal, o amor e o ódio, o ideal e o verdadeiro, entre o sim e o não. Se você acredita no seu lado e quer ele para o mundo, um dos dragões vai nascer no seu corpo e vai travar guerra com o outro dragão que nasceu em outra pessoa – continuou Yukiko, olhando nos olhos de cada um dos presentes.

    Ela ajeitou seus cabelos, mas foi seu marido que continuou:

    — Quando a atual família real percebeu o perigo que seria deixar a Light Stone e Dark Stone por aí, correram em busca de ajuda. Os Kurosawa era os únicos capazes de manter as energias dos dois dragões dentro das esferas. E assim, foi confiado a nossa família essa responsabilidade.

    — E como exatamente funciona esse poder? – questionou Inari. – Eu vejo o mesmo que Hilda ao olhar para os fragmentos, mas como sei que estou... controlando-os?

    — Como sacerdotisa, existe uma pureza dentro de você que é transformada em equilíbrio. Você só vai conseguir expandir seus poderes quando seu coração e mente estiverem em sincronia. Isso, você vai descobrir ao longo da jornada, minha querida – respondeu o avô.

    — O que trouxeram os Kurosawa para Johto?

    — Ganância dos outros – assumiu Yukiko. – Futuros reis descobriram o poder das esferas e como não haviam sentido os efeitos de todas as guerras, acharam conveniente uma busca incansável no território dos Kurosawa para roubarem as esferas. Cansados de verem sua família sendo assassinada e mulheres escravizadas, resolveram se livrar da Light Stone e da Dark Stone e alojaram ela em lugares separados onde ninguém teria acesso fácil. E assim, zarparam para cá, onde estamos até hoje.

    — E agora, milhares de anos depois, um grupo composto por um ladrão, uma burguesa, um otaku, um alívio cômico e uma desastrada tem a obrigação de impedir que esses dragões criem vida de novo e destruam nossos lares – ironizou Jack. – Os antepassados devem estar se revirando no túmulo, desesperados.

    — Eu confio na gente – sorriu Hilda, olhando para o seu novo grupo. – Se nada der certo, o Hilbert será nosso sacrifício.

    Hilbert encarou a menina e protestou:

    — Vem não, se não fosse por mim, você nem teria colocado o pé na estrada!

    — SOU EU QUE TÔ PAGANDO SUA VIAGEM! Então sacrifica o Vic, ele é só um alívio cômico mesmo!

    O Victini surgiu:

    AH, VÃO A MERDA, EU SOU O QUE CARREGA ESSE GRUPO NAS COSTAS! Sacrifica o Jackson, ele é otaku!

    — Se eu morrer, vocês não terão o único rostinho bonito desse grupo. Pensem nas consequências!

    Os quatros olharam para Inari e ela levantou as mãos:

    — EU ACABEI DE ENTRAR PRA EQUIPE! QUE RECEPÇÃO É ESSA?!

    Yukiko pigarreou e chamou pela atenção de Hilbert, que se aproximou dela, curioso quando ela colocou um objeto coberto com um pano em sua frente.

    — Você é um menino muito bom, posso ver bondade em seu coração. Mas você tem muito a aprender, principalmente sobre paciência – sorriu a velha, gentil. – Isso vai te ajudar, e o resultado dessa jornada vai ser o que sair de dentro daqui – ela levantou o pano e revelou um ovo com manchas esverdeadas de aproximadamente trinta centímetros.

    — Isso é um ovo de Pokémon? Q-Qual Pokémon? – questionou o menino, ansioso.

    — Vai ter que descobrir sozinho, e isso pode demorar alguns dias ou meses – sorriu a senhora, ajeitando o boné dele.

    — Sabe, vovó, eu achei que você era uma velha mal-humorada que tinha um hobbie idiota de bater nos outros – disse, sincero, recebendo olhares surpresos de todos os presentes. – Mas a senhora até que é legal.

    Yukiko respirou fundo para manter a calma e o seu marido tentou segurar a risada.

     

    Do lado de fora, Inari terminava de se despedir de seus avós enquanto o resto do grupo a esperava no portão principal. A sacerdotisa abraçou os dois de uma vez só, quase chorando. Seu avô lhe estendeu um caderno extremamente antigo.

    — Esse é o diário de Junsei Kurosawa, acredito que será útil você ler para aprender mais sobre seu poder – disse, entregando para a jovem, que guardou em sua delicada mochila. Ao seu lado, Cami parecia animada na ideia de andar por aí.

    — Obrigada por tudo. Não vou decepcionar vocês – sorriu a jovem.

    — Não diremos um ‘adeus’, só um ‘até logo’ – sorriu Yukiko.

    Inari girou nos calcanhares e encarou o grupo estranho que iria lhe acompanhar até onde fosse preciso. Sorriu e resolveu correr em direção a eles.

    Um deslize e ela tropeçou no vão entre duas pedras e quase caiu. Não antes que Jackson lhe segurasse com um sorriso motivador.

    Sabia a partir daquele dia que não importasse quantos passos errados daria, seus amigos nunca a deixaram cair.

         

    { 5 comentários... read them below or Comment }

    1. Eu esperei tanto por esse festival que não sei nem por onde começar! E teve um pouquinho de tudo que eu queria para fechar a estadia maravilhosa que foi Johto — pelúcias de Mareep gigantes, o Bertinho protegendo sua garota dos marmanjões, uma apresentação impecável da Inari — tudo isso vai deixar marcado... se não fosse a festa de 15 anos da Hilda, a temporada poderia muito bem ter terminado aqui kkkkkkkkk É como receber dois episódios finais da sua série favorita, não estou reclamando!

      Mais uma vez eu adorei a forma como você passou um pouquinho de tudo que nos faz adorar esses episódios nos animes, e até sentir um pouco de saudade dos eventos na vida real. Estar junto com os amigos, e de repente todo mundo se divide pra comer, brincar nas barracas ou só arranjar confusão. Você sempre divide muito bem seus grupos, eu estava sentindo falta do Grimaud e gostei dele ser a vozinha na consciência que representou a decisão final da Inari kkkkkkk

      E pra não dizer que o capítulo foi só de festival, toda a explicação da Dona Yukiko serviu como prelúdio para o que veremos na segunda temporada e os perigos que eles verão pela frente. Foi uma ótima explicação e de uma forma leve e divertida para não estragar o momento, adorei a conversa deles no fim kkkkkkkkk E veja só, um ovinho não pode faltar! Agora é hora de todo mundo começar a teorizar o que vai sair dele.

      Mal posso acreditar que já estou indo para o capítulo final... Eu ainda nem abri a página, porque queria deixar para ver suas ilustrações na hora que fosse ler. Já vou começar a minha leitura e poupar o coração, chegou o momento de voltar para o ensino médio quando as festas de 15 anos estavam bombando e a maior preocupação de Canas era dançar bem e ser POP kkkkkk See ya!

      ReplyDelete
      Replies
      1. Yoo Canas

        O festival está entre nós assim como todo um bom final de arco ahsuahushua Eu tentei ao máximo aproveitar todo tipo de característica, uma gotinha de cada pra fechar o arco mais incrível que já escrevi <3

        Tudo nesse capítulo funciona como uma sinfonia, eu tentei ao máximo dedicar o capítulo a Inari sempre tentando manter ela próxima do grupo, mas não dependendo deles para brilhar. Por sorte, todos os pensamentos da sacerdotisa era só eu ouvindo minha própria mente, o Grimaud foi só a voz adulta que me faltava.

        EU ODEIO EXAGERAR NAS EXPLICAÇÕES, eu torci pra não ter jogado informações demais, então tentei sempre dar algumas dicas desde que eles chegaram, e é claro, coloquei um pouco de humor e reflexões pq eu não sou feita de ferro, espero que tenha ficado claro <3

        VOCÊ ESTÁ QUASE LÁ AAAAAAAAAAAAAAA

        Obrigada pelo comentário, Canas <3

        See ya

        Delete
    2. Yo Star

      E a Inari finalmente entra pro bando dos chapéus de palha. A veia no final aceitou. Devo dizer que a Yukiko acabou se tornando a minha personagem favorita nesse mini arco.
      O Hilbert e a Hilda realmente dormem juntos. Imagino se a família da Hilda sabe disso.
      Morty apareceu. Era um personagem que eu ouvia muito falar mal, mas foi bem de boas. Vamos ver se ele aparece depois para justificar esse hate todo.
      Okay, talvez eu tenha esquecido da existência do Grimaud. Quando você para pensar que ele sø apareceu pra colocar mais uma mulher no grupo...

      E é isto, até o próximo capítulo, Star

      ReplyDelete
      Replies
      1. Yooo Alefu

        Reta final <3
        Inari joined to the party, separa uns itens pra equipar nela aí
        Dona Yukiko agradece seu apreço, ela não vai dar bengaladas na sua cabeça hausuashua

        Relaxa que o Hilbert é burro, ele nunca tentaria algo, por isso a Hilda dorme com ele haushuashuashu Mas não conte a família Foley hushuasuh

        Morty não sofre tanto hate, ele é só um fdp cansado da vida que deve pro agiota, no fundo eu tenho dó dele hasuhuashus

        Todo mundo esqueceu do Grimaud, mas essa é a graça, ele sumir e surgir do nada pra fazer comédia. Se bem que ele convocou uma mina a mais pra investir na carreira dele. O cara é um empreendedor

        Obrigada pelo comentário, Alefu

        See ya

        Delete
    3. Vic carregando o grupo, qual a chance de dar errado? KKKK

      ReplyDelete

  • Copyright © - Nisekoi - All Right Reserved

    Neo Pokémon Unova Powered by Blogger - Designed by Johanes Djogan