• Sunday, October 11, 2020


    Maggie chegou no QG da Team Plasma localizada em uma área afastada e escondida de Nacrene City carregando consigo uma informação importante que podia ter a capacidade de mudar o rumo dos planos e até mesmo da região de Unova. Antes de entrar no prédio, ela parou e refletiu se valia a pena tudo aquilo.

    Tinha ouvido de seus superiores que a Dark Stone havia sido encontrada e roubada, esfera essa que há até dias atrás, era considerada apenas uma lenda boba, mas que em questão de horas, estava nas mãos dos “vilões”. A Dark Stone carregava a o lendário dragão dos ideais, Zekrom, e que nas mãos erradas, causaria um estrago, assim como nas páginas dos livros que lera. Agora, ouvira do sobrinho da Lenora, a líder do ginásio local, que estava em suas mãos, a contraparte, a Light Stone, que carregava o dragão da verdade, Reshiram. Duas partes unidas que iriam conceder a quem tivesse a posse, um poder inimaginável.

    E tudo estava em suas mãos. Uma garota de quinze anos rebelde, filha de um dos melhores líderes de ginásios da região e uma aspirante a treinadora. Era esse o grande ato que queria provar ao seu pai?

    — Maggie? Vai ficar parada aí na porta? – Peter, seu companheiro de equipe, apareceu e arqueou a sobrancelha, observando-a.

    — Preciso falar com o senhor Kogsu – respondeu a ruiva, sem muitos rodeios. – É urgente.

    — Vish, aí vem encrenca.

    Kogsu, apesar de soar como um nome de uma pessoa com mais idade, na verdade era um rapaz que se aproximava dos seus trinta anos, com um charme que invejava qualquer homem de sua faixa etária. Usando sempre roupas sociais e o cabelo azul petróleo preso e um rabo de cavalo, ele brincava com uma caneta quando Maggie entrou na sala.

    — S-Senhor... Eu descobri algo que possa lhe interessar. Tem haver com... a Light Stone.

    O sorriso sádico preencheu o rosto do líder.

    — Sente-se, e me conte tudo. 

    Hilda acordou de bom humor. Era a segunda noite seguida que tivera a oportunidade de dormir em uma cama confortável, ainda que a cama fosse um colchão velho oferecido por Jackson e tivesse que dividir ele com Hilbert (que não era uma das melhores companhias para isso). Empurrou levemente seu companheiro para o lado que quase caiu no chão, mas sem acordar, e se levantou, indo para o banheiro.

    Jackson foi o próximo a despertar, vestindo uma camiseta preta e calças da mesma cor. Se aproximou do local onde seu Darmanitan e Cleffa repousavam e os acariciou levemente.

    — Bom dia – sorriu ele. – Dormiram bem?

    Bijou, a menor, grunhiu animada, ainda que estivesse muito sonolenta, e Winston, mais sério, apenas gesticulou positivamente com a cabeça.

    — Hoje vou acompanhar o Hilbert e a Hilda na batalha de ginásio dele. Deixarei vocês sozinhos, ok? – explicou o arqueólogo, atencioso. – Winston, se você achar que vai perder o controle, tente relaxar. Bijou está aqui com você – completou, dando leves tapas na cabeça do Pokémon de fogo.

    O jovem então se dirigiu até o outro cômodo e riu da situação de Hilbert. Foi até a cozinha e refletiu sobre preparar um café da manhã mais decente do que estava costumado a tomar, foi quando Hilda, usando suas vestes de jornada apareceu.

    — Bom dia, Jackson – cumprimentou. – Posso ajudar no café?

    — Bom dia – ele retribuiu. – Ah, seria uma boa, ando acostumado a tomar aqueles cafés prontos que nem faço ideia do que fazer para vocês.

    A menina riu.

    — Olha, eu sou uma menina da cidade grande, quando eu falo em ajudar, eu falo de no máximo fritar ovos e bacon e servir com torradas. Café só em cápsula – confessou. – Castelia rules.

    O moreno retribuiu a risada.

    — Bom, café de máquina com torrada, bacon e ovos para o café da manhã?

    — Eu não pediria coisa melhor.

    Não demorou muito para que Hilbert e Vic acordassem com o cheiro da comida e fossem atraídos pelo aroma divino, segundo eles mesmos. Os três trocaram algumas palavras sobre a aproximação do desafio do ginásio e do nervosismo do treinador.

     

    Não passava das dez da manhã quando o trio adentrou o museu, dessa vez, sendo recepcionado pela própria Lenora, que usava a mesma roupa do dia anterior, só que dessa vez, esbanjando um sorriso mais confiante.

    — Você chegou cedo, meu jovem – disse a negra. – Pronto para uma das batalhas mais emocionantes da sua vida?

    — Estou ansioso e bem preparado – respondeu o mais jovem, agitado.

    A líder passou os olhos para os outros companheiros dele até pousar o olhar em seu sobrinho.

    — Ah, estavam com o Jack? Ele recepcionou vocês bem? – questionou a mais velhas para as duas crianças, que assentiram logo em seguida. Com uma risada, ela continuou: - Eu preciso falar com você depois, querido. É sobre Driftveil.

    — Oh, o que aconteceu?

    Com certa de discrição, ela apenas meneou a cabeça levemente negativamente.

    — Falaremos disso depois. Por ora, vamos focar na nossa batalha. Por aqui.

    Guiando novamente os jovens pelo museu, Lenora foi até os fundos, onde uma enorme biblioteca ficava, Hilda e Hilbert mal tiveram tempo de admirar o local quando a mulher puxou um dispositivo que fez movimentar uma das prateleiras, revelando um lance de escadas que levavam para o subsolo.

    — Uau! – exclamou o treinador. – Seu ginásio é aí embaixo?

    — Exatamente, meu escritório e meu campo de batalha ficam aqui embaixo – respondeu a líder, orgulhosa. – Eu sei que eu podia fazer algo mais simples, mas eu quis imitar um pouco da arquitetura interna das pirâmides, onde o melhor, fica lá dentro – ela apontou e começou a descer.

    Luzes automáticas se acenderam revelando o enorme espaço construído para recepcionar os desafiantes, além da área onde exibia os pertences de Lenora, uma estrutura com marcações de campo estava organizada para a tão esperada batalha.

    — E chegamos – ela ergueu os braços. – Bem-vindo ao ginásio de Nacrene City, Hilbert. Precisa de algum tempinho para se preparar?

    — Eu vim preparado! – agitou Hilbert, já procurando uma das Pokéball em sua mochila.

    A arqueóloga riu e apontou para uma das extremidades do campo.

    — Você fica lá. Jack, mocinha, vocês podem se sentar ali – indicou a mulher, sendo obedecida logo em seguida. – Hm, cadê o meu juiz?

    Mais do que depressa, um jovem usando óculos fundo de garrafa apareceu, nervoso, aparentava ser novato na profissão, ele se dirigiu até um pequeno palanque em uma das laterais do local.

    — D-desculpe a demora.

    — Tudo bem, meu querido – Lenora sorriu e também assumiu sua posição. – Hilbert, mais uma vez, bem-vindo, você vai disputar sua segunda insígnia. Meu nome é Lenora Petrie, líder desse ginásio e especialista em Normal-type. E eu sou osso duro de roer – ela sacou uma Pokéball.

    O jovem juiz começou a ditar as regras:

    — Será uma batalha livre, a treinadora da casa se limitará ao uso de 2 Pokémon enquanto o desafiante tem o direito de usar quantos Pokémon quiser, se limitando em 6, de acordo com a regras de própria liga. As trocas são livres entre os turnos. O primeiro que tiver seu último Pokémon fora de combate, perde – ele levantou os dois braços. – O desafiante tem a prioridade do primeiro golpe – abaixou as mãos rapidamente. – Comecem.

    — Brianna, eu escolho você! –  Hilbert arremessou a esfera com confiança, liberando sua Snivy, que parecia compartilhar da mesma determinação.

    — Vai, Herdier! – anunciou Lenora, liberando seu Pokémon.

    Herdier era a evolução de Lillipup. Era incomparavelmente um cachorro de porte médio com pelagem marrom, as orelhas estavam sempre alertas assim como seus olhos, no rosto, uma espécie de bigode de cor creme cobria a boca e o tronco era coberto por uma espécie de capa também feita de pelos de cor azul escuro. Checando sua Pokédex, o desafiante descobriu que a espécie costuma ser fiel a seu dono. Ele soltou um latido, que pareceu intimidar um pouco sua oponente.


    — Vamos começar com tudo, use Vine Whip! – ordenou o garoto.

    A inicial de grama liberou vinhas perto de seu pescoço e direcionou elas ao Herdier inimigo, com intenção de chicotear ele, apesar de acertar o golpe, o adversário não pareceu sofrer graves danos. Graças a sua habilidade Intimidate, os ataques da Snivy tinham um dano menor.

    — Isso fez cócegas – riu a líder. – Use Leer.

    O cachorro encarou o outro Pokémon e seu olhos tomaram um leve brilho avermelhado, a cobra de grama sentiu sua espinha gelar, atenta ao olhar dele, totalmente desconexa das ordens de seu treinador.

    — Ataque com Bite – ordenou Lenora logo em seguida, vendo seu Herdier avançar em direção a adversária e acertá-la com uma mordida dolorida, que fez ela grunhir de dor.

    — Brianna! – tentando manter a calma, Hilbert ordenou outro Vine Whip, mas a criatura de grama não conseguia se livrar das presas do cachorro, que a mordia como um caçador devorando sua presa.

    Em um ato de desespero, Brianna usou suas vinhas para envolver o pescoço do adversário e fazer certa pressão, como se o enforcasse. Herdier, sentindo a falta de ar, recuou rapidamente, mas o Pokémon inimigo, apesar de frouxar, não o libertou, mantendo-o em seu controle. Wrap era o nome do golpe, já utilizado anteriormente pela criatura numa batalha contra Cheren.

    — Bom trabalho, Brianna. Vamos atacar com Vine Whip novamente.

    — Contra-ataque com Take Down – disse a líder de Nacrene, demonstrando tranquilidade.

    Snivy fez aparecer outras duas vinhas, prontas para atacar o cachorro inimigo, porém, o golpe mal teve tempo de ser concluído, quando o adversário, em um golpe surpreendente correu de encontro a cobra e lhe atingiu uma investida em uma proporção maior, cancelando o Wrap e o Vine Whip de Brianna que foi arremessada a certa distância, nocauteada. O Herdier grunhiu levemente, se sacudindo, como se o impacto do golpe tivesse o machucado também.

    Hilbert retornou seu Pokémon e engoliu seco, aquilo tinha sido uma derrota rápida. Era hora do próximo round, colocaria seu treino em ação definitivamente.

    — Vamos lá, Mirsthy! – o menino liberou a Minccino, que também se intimidou com a presença do Herdier, mas demonstrou confiança em batalhar.

    — Um Normal-type também? Agora sim vai ser interessante.

    — Se prepare para ver o poder da minha Mirsthy. Comece com Baby-Doll Eyes – ordenou o de boné.

    A chinchila grunhiu e sua encarada com seus olhos brilhantes e meigos fez com que o Herdier ficasse com a guarda baixa, completamente perdido no olhar da pequena.

    — Agora use Swift!

    A Pokémon usou sua cauda felpuda e fofinha para liberar pequenas estrelas que explodiram ao atingir o corpo do paralisado Herdier, que grunhiu de dor. O nível da batalha tinha evoluído, era uma briga de iguais agora.

    — Parece que você escondeu alguns truques, Hilbert – Lenora retirou a Pokéball de seu Pokémon em campo e o retornou. – Mas você não é o único que sabe brincar com os status de um Pokémon. Vai Watchog!

    A evolução do Patrat surgiu no campo com seus enormes olhos expressivos e um corpo esticado, sempre mantendo a pose. Suas bochechas eram rechonchudas, como se sempre carregasse comida dentro dela. Os seus pelos variavam entre tons de marrom, amarelo, vermelho e branco. A sua cauda comprida e fina, balançava, como se identificasse o local. A Pokédex informava que aquele era um Pokémon observador, e provavelmente, não deixaria nada passar sem que ele notasse.

    — Vamos de Charm agora! – ordenou o treinador da Minccino.

    A criatura soltou uma piscadela para seu novo adversário, que mesmo se distraindo um pouco, não deixou de dar atenção as ordens de sua mestra.

    — Watchog, bota ela pra dormir, Hypnosis!

    O furão saltou em direção a menor e com rostos próximos, ele liberou ondas psíquicas de seus olhos, aquele efeito era cativante que Mirsthy não conseguia desviar o olhar, como um pêndulo que balança de um lado para o outro, o golpe fez a criatura dormir profundamente.

    — Droga... – murmurou Hilbert, como se tivesse esquecido desse pequeno detalhe.

    Pokémon Normal-type geralmente eram menosprezados pela maioria dos seus ataques serem físicos ou pouco efetivos na maioria dos outros tipos, mas não era difícil de se admitir que flexibilidade e resistência definiam essas criaturas. Eles têm a habilidade de mudar todo o rumo de uma batalha com apenas um golpe. Pokémon duros na queda, combinava perfeitamente com a personalidade e o título de Lenora. Ela observava seu desafiante enquanto o mesmo tentava refletir sobre o que fazer.

    Não querendo arriscar sua Minccino, que não conseguiria atacar, Hilbert a recolheu de volta para sua devida esfera e sacou seu último Pokémon disponível, seria a primeira batalha deles e estava com medo de não ter a mesma sintonia que tivera com Brianna e Mirsthy, mas desde a sua conversa e treinos no Day Care, sentiu que deveria confiar no potencial dos dois.

    — Vai, Wooby!

    O morcego peludo ganhou o ar voando ao redor do campo de batalha e se adversário, que apesar de ter certa desvantagem por enfrentar um Pokémon no ar, não parecia preocupado com isso, demonstrando grande experiência.

    — Eu gostei da sua variedade de Pokémon, Hilbert. Não trouxe nenhum Fighting-type para me derrubar. Você gosta de complicar as coisas – observou Lenora, empolgada.

    — Digamos que eu já tentei facilitar as coisas e não funcionou muito – riu Hilbert do outro lado. – A graça de uma batalha é a emoção que ela dá. Use Gust!

    Crunch!

    O golpe utilizado por Watchog era Dark-type, o que o tornava super efetivo para um Pokémon Psychic-type como o Woobat, mas por sorte, a ventaria causada pelo Gust dificultou que a mordida fosse mais intensa, entretanto, isso não anulou a efetividade do golpe, o morcego gemeu de dor e recuou para mais perto de seu treinador.

    — Eu não tinha pensado nesse tipo de coisa – comentou Hilbert para si mesmo, olhando para seu Pokémon, que apesar não ter olhos a mostra, retribuiu o olhar, como se os dois fizessem uma comunicação interna – É hora do plano, fique atento. Use Confusion!

    Ondas psíquicas atingiram o Watchog inimigo, que colocou as mãos na cabeça, sentindo o efeito do golpe quase dentro do seu cérebro. Pokémon psíquicos podiam ser bem perigosos quando querem. Apesar do efeito, pelo nível relativamente maior do furão, não foi algo super efetivo.

    — Ok, isso foi fofo, querido – riu Lenora. – Mas vamos voltar para o assunto sério. Hypnosis!

    O golpe novamente foi direcionado ao novo Pokémon, que não teve muito tempo para raciocinar e cair no sono, deixando o menino em apuros.

    — Ah, droga – resmungou Hilda, nervosa. Nunca tinha visto Hilbert em ação daquele jeito, teve vontade de sacar sua Pokéball para ajudar, mas se conteve e apenas torceu para o amigo.

    — Minha tia consegue ser muito chata com esses golpes de status – comentou Jackson, percebendo o nervosismo da menina.

    — Mas e agora? O que acontece?

    — Ele reza pro Woobat acordar a tempo ou ferrou – riu o moreno. – Ok, não tem tanta graça, mas confia.

    A morena apoiou os cotovelos nas pernas, nervosa.

    — Não sabia que assistir batalhas dava esse frio na barriga. Imagina como o Hilbert está.

    De volta ao campo de batalha, Lenora fazia uma tensão antes de finalmente anunciar seu último golpe.

    Crunch novamente.

    Watchog correu em direção do Pokémon adormecido, pronto e confiante para acertar um golpe super efetivo que com certeza derrubaria seu oponente. Foi quando Hilbert riu e ordenou:

    Air Cutter!

    Num pulo, para a surpresa dos presentes, o Woobat começou a bater asas rapidamente, criando lâminas de vento que atingiram com super efetividade o inimigo que não teve tempo de desviar graças a proximidade, isso arremessou ele para o outro lado do campo e derrubou o Pokémon, nocauteado.

    Lenora encarou seu companheiro caído e olhou para seu desafiante, perplexa.

    — C-Como?

    — O Wooby fingiu dormir, esse era meu golpe surpresa – riu, convencido. – Eu sabia que você usava Hypnosis, então treinei meu Pokémon para que se concentrasse em não ser atingido pelo golpe e enganar vocês encenando que tinha sido efetivo.

    — Você contou com um pouco de sorte, né? – riu a líder.

    — Também – respondeu o treinador. – Mas funcionou, agora lance seu último Pokémon e vamos terminar com isso.

    — Eu ainda não acabei, Hilbert – a negra trouxe seu Herdier de volta para o campo de batalha, a criatura estava um pouco debilitada, mas não parecia exausta ou prestes a desistir.

     — Vamos atacar com Gust, Wooby!

    Retaliate!

    O bater de asas e a leve ventania no Woobat não foram suficientes para parar o cachorro que atacou ferozmente seu adversário mesmo no ar que caiu rapidamente nocauteado, trazendo mais uma surpresa para todos.

    — O-o que foi isso?! – exclamou Hilda, surpresa e boquiaberta. – O Wooby não levou golpe nenhum quase, como ele caiu?

    Senhorita Hilda – dessa vez Grimaud apareceu em seu ombro. Seu tamanho possibilitava que ele aparecesse em momentos aleatórios. – O Retaliate é um movimento que tem o dano dobrado quando um Pokémon do time no round anterior é derrotado. É quase como uma vingança.

    Jack notou a presença do Pokémon falante e apenas franziu a testa:

    — Você e seu amigo são cheios das surpresas, hein? – riu.

    Hilbert retornou Wooby e o agradeceu pelo desempenho, e em seguida, trouxe Mirsthy para o campo de batalha. A chinchila se espreguiçou a acordou, estava livre do efeito da Hypnosis, mas ainda tinha o efeito do Intimidate em seu corpo.

    Ambos os Pokémon estavam debilitados, qualquer um poderia cair em terra se seus respectivos treinadores não tomassem cuidado. O menino poderia arriscar usar um outro golpe para mudar o status de ataque do Herdier, mas corria o risco de Lenora vir sem piedade e finalizar com um último golpe.

    Refletindo, ele resolveu colocar tudo nas mãos da sorte.

    Pound!

    Take Down!

    Líder e desafiante viram seus Pokémon correrem um em direção ao outro, sem receios ou medo, confiantes de que saíram vitoriosos. A Minccino foi a primeira a atingir o cachorro, com um soco em seu focinho, enquanto ele acertou uma investida no estômago da mamífera. A lei de ação e reação fez com que os dois fossem arremessados para perto de seus mestres.

    Mirsthy ficou sobre as quatro patas, ofegante, tentando se manter em pé, recuperando seu corpo da dor do golpe, o Herdier também a encarava, mas o impacto e um dos efeitos do Take Down o esgotou completamente, fazendo com que deixasse a gravidade tomar conta total do si e ele caísse, nocauteado. A mamífera deitou-se no chão, aliviada.

    O apito do jovem juiz, que parecia eufórico pela batalha que tinha visto, soou como um sino de vitória para o Hilbert.

    — O último Pokémon de Lenora, a líder do ginásio de Nacrene City está fora de combate – anunciou. – Isso significa que a vitória vai para Hilbert, o desafiante!

    — ELE CONSEGUIU! – Hilda se levantou por impulso, em êxtase.

    O vencedor olhou para a companheira na plateia e riu, ainda meio sem acreditar. Jackson riu da situação, achando interessante a empolgação dos mais novos.

    — Meus parabéns, Hilbert – Lenora retornou seu Pokémon desmaiado e caminhou com passos leves e firmes em direção ao centro do campo, o treinador notou e mais do que depressa repetiu o ato. – Foi uma excelente batalha, seus Pokémon lutaram bem e tem boa sincronia com você, e por isso, você merece isso.

    Ela tirou do bolso uma insígnia com o formato retangular e comprida, com bordas e detalhes dourados, e a cor interna era de um magenta escuro.

    Basic Badge – revelou, entregando para o garoto.

    — M-Minha segunda insígnia – ele pegou com o maior cuidado do mundo, olhando admirado para Lenora. – Muito obrigado, dona Lenora!

    A líder riu e tirou uma espécie de mini CD de outro bolso e ofereceu para ele também.

    — A sua Minccino pode se interessar por isso – explicou. – É um CD contendo um Technical Machine, resumidamente um TM, dentro dele tá gravado um passo a passo de um golpe que você pode ensinar para seu Pokémon. Claro, se ele puder aprender – riu. – Esse aqui é o TM79 – Retaliate. Foi o que eu usei contra você hoje, espero que sua Minccino consiga aprender também.

    — Ah, uau, muito obrigado – Hilbert pegou o novo item e o guardou.

    Hilda e Jack se aproximaram também. A garota abraçou o amigo, animada.

    — Segunda insígnia! – riu a menina, deixando o outro envergonhado.

    — P-Pois é – ele retribuiu com uma risada tímida.

    — Foi uma batalha incrível – disse Jackson, sorrindo. – Acho que deveríamos comemorar.

    — Só se for agora! Vem Hilda, vamos passar no Centro Pokémon, aí a gente vai comer alguma coisa! – o menino agarrou o braço da companheira.

    — É, está quase na hora do almoço mesmo.

    — Vamos lá! – Hilbert puxou a amiga para a saída com tamanha emoção que nem se preocupou em garantir se Jack os seguia.

    O moreno foi interceptado por sua tia quando resolveu ir.

    — Podemos conversar?

    — Agora, tia? – ele respondeu, com uma expressão desinteressada. – Eu queria comemorar com eles. Essa galera é incrível!

    Lenora soltou um suspiro e logo depois completou com um sorriso.

    — Vai se divertir.



    A tarde no Scratch Café foi tão divertida que nem perceberam o tempo passar. Hilda e Hilbert eram tão receptivos que Jackson já se sentia parte do grupo, é como se fossem eles três desde sempre.

    — Fala sério, Hilbert, foi sorte aquele lance com o Hypnosis né? – questionou Jack.

    — Total! – confessou. – Na verdade eu meio que treinei meu Wooby pra ser um bom ator e ele fingir dormir, como a gente não vê os olhos dele, dá pra enganar.

    — Você é todo criativo, Hilbert – continuou a garota, tomando um gole do milkshake de chocolate – seu favorito – e rindo. – Em Striaton você usou saias pra ganhar a insígnia.

    — Como é que é? – riu o negro, olhando para o treinador de boné. – Eu tive uma visão do inferno agora.

    — Não foi bem assim, Hilda! – retrucou Hilbert, meio envergonhado.

    — Temos tempo de sobra, quero ouvir essa história direitinho.

    E a dupla compartilhou as histórias e experiências que tiveram nesse pequeno início de jornada, ocultando o fato sobre o Hilbert ser um meio Pokémon, o moreno se divertiu com cada coisinha contada. Só notaram que era hora de ir quando uma das garçonetes os expulsou indiretamente alegando que haviam clientes esperando do lado de fora.

    Quando voltaram ao apartamento de Jack, o arqueólogo já sentiu que algo estava errado a julgar pela bagunça na sala, o sofá estava virado, livros e documentos jogados no chão e algumas cortinas rasgadas, era como se um furacão tivesse invadido o local. A primeiro momento julgou ser um roubo, mas notou que nenhuma das janelas da sala estava aberta ou quebrada.

    Hilda e Hilbert começaram a investigar o ambiente, mas não conseguiam ajudar por não conhecerem tanto o local, foi quando o negro notou algo.

    — Bijou? – ele chamou por sua Cleffa, como se previsse algo. Começou a andar pela casa quando não ouviu nenhuma resposta. – Rápido, procurem embaixo dos móveis!

    A dupla obedeceu rapidamente, procurando desesperadamente por cada canto do local. Teria a Pokémon sido sequestrada? Quem a roubaria?

    — Ela é boa no esconde-esconde – murmurou Hilbert, mesmo não conseguindo quebrar o clima de tensão no ar.

    — Jackson, o que está acontecendo?

    — BIJOU! – berrou mais uma vez o negro, ignorando a pergunta.

    O grunhido fofo e baixo de resposta foi ouvido do quarto. Os três correram até o cômodo, e perceberam que o epicentro da suposta bagunça era lá, a escrivaninha estava virada, o colchão rasgado como se uma criatura raivosa tivesse descontado toda sua frustração lá. Hilda soltou um grito e escondeu seu rosto no peitoral de Hilbert quando viu algo.

    Marcas de sangue espalhados pelo chão e pelos móveis denunciavam a espécie de violência que tinha acontecido por ali, a dúvida era saber a origem daquele sangue.

    — J-Jack... – começou o menino de boné, passando o braço em volta do ombro da amiga em sinal de conforto.

    O arqueólogo tirou a pequena Cleffa de uma pilha de livros e a abraçou, preocupado. A criatura rosa estava assustada e com medo.

    — Foi o Winston... – disse, se referindo ao seu Darmanitan, enquanto tentava acalmar a pequena bebê.

    — Porque ele faria isso?! – exclamou a menina, incrédula. – Isso é horrível!

    Jackson pensou em responder, mas foi interrompido pelos seus pensamentos quando viu a janela quebrada.

    Sua espinha gelou.

    Só sentiu seu coração disparar quando levantou sua escrivaninha de estudos e pegou a almofada vazia.

    — R-Roubaram a Light Stone.

    Seu olhar se voltou para a vidraça quebrada novamente, sério, ele se virou para os dois jovens:

               — Precisamos procurar o Winston. E rápido. 

        

    { 8 comentários... read them below or Comment }

    1. Que batalha incrível! Não tem como fugir, por mais que eu goste dos momentos descontraídos que são clássicos das fanfics, uma batalha de ginásio faz falta kkkkkk É aquele momento de transição onde vemos o que o protagonista aprendeu, em como seu time vai se coordenar e aprimorar. A Briana pode não ter se destacado dessa vez, mas a Mirsthy e o Wooby brilharam! O fato do Hilbert não ter ido com vantagens para cima da Lenora só fez crescer o respeito dela por ele, foi um detalhe que apreciei.

      Amei que você tenha se lembrado de dar um TM ao término da disputa, faz tanto tempo que não vejo alguém fazendo isso, é sempre aquela correria pra pegar a insígnia e sair gritando kkkkk Já estou imaginando a Mirsthy vigativa usando Retaliate no futuro. Continue preservando detalhes sutis como esse!

      E eu poderia jurar que seria só a batalha nesse capítulo, não imaginei que a cena do roubo viria logo na sequência. É tanta tensão que por um instante até nos esquecemos da vitória kkkkkkkk Bijou e Winston, meus queridinhos, quero vê-los mais em cena! É disso que falo sobre deixar ganchos que instiguem o leitor a querer continuar acompanhando, foi um choque tremendo essa virada nos fatos. Ansioso pela continuação, parabéns pelo trabalho em mais um ótimo capítulo! :3

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      1. Yooo Canas

        Muito obrigada aaaaaa Eu fico ansiosa toda vez que vou escrever uma batalha, eu gosto de deixar a tela dividida com os golpes anotados e começar a bolar estratégias.
        Eu acho que a Brianna ficaria frustrada com tanta derrota rs Mas acho que um inicial que fica tão OP só pq foi um dos primeiros não dá uma impressão de evolução. Mirsthy sempre esteve lá e brilhou de uma forma que eu me impressionei.

        Eu gostei tanto do Retaliate que fiz questão de dar pra um dos Pokémon, apesar da Mirsthy não ser uma menina de guerra, acho incrível a capacidade que ela pode ter por ser um normal-type

        Essa quebra de comemoração foi proposital, eu não conseguiria dormir sabendo que o leitor não se sente instigado pra esses próximos capítulos que serão decisivos. E muito obrigada com a ajuda que você deu com esse final <3

        Espero te ver para saber o que aconteceu

        See ya

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      1. MAIS UMA INSIGNIA NÃO ROUBADA PARA A CONTA DO CORNO

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    3. Oieee Star que capítulo daora. Não vou negar que AMO batalhas de ginásio, estão entre as minhas partes favoritas das fics, principalmente por poderem mostrar o quanto um personagem evoluiu. Mirsthy e o Wooby brilharam mto, mas aposto que teremos uma Brianna pistola e com fogo nos olhos nas próximas batalhas. Gosto de como o Hilbert está evoluindo do jeito dele, imagino no ultimo ginásio ou mesmo na Elite dos 4 o quanto o garoto deve ter crescido (não em estatura porque sempre será nosso corninnho rebaixado).
      Mulher, você n nos deu nem tempo de apreciar a vitória e já coloca algo pra acontecer com esses dois bebês que nada mereciam a não ser amor. Já deixa a gente ansiosa pra ler o próximo.
      Ótimo trabalho com a batalha de ginásio, principalmente pq de alguma forma ela ficou a cara do Hilbert haha.
      Abraços e até a próxima! Ficou um capítulo excelente!

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      1. Yoo Carol

        Cara, meu ponto fraco são batalhas, tanto que eu passo horas analisando golpes, inventando estratégias para que a batalha não fique como a dos jogos kkkk Mas fico feliz que estou fazendo um bom trabalho.
        A Brianna TODA HORA TÁ APANHANDO BICHO Huhuashuauhshu Mas fiquei feliz em finalmente usar a Mirsthy numa batalha de verdade, apesar dela ser mais um Pokémon de suporte, eu quis aproveitar esses poucos Pokémon no time pra trazer pelo menos uma boa lembrança dela.
        Hilbert está evoluindo, ele só precisava de um empurrãozinho (e dinheiro)
        NÃO VOU DAR SOSSEGO PROS LEITORES NÃO AHUSAHUSHUAUSUH ACHO QUE IA TER FESTA? ACHOU ERRADO, É HORA DO PAU!

        Obrigada pelo comentário, Carol

        See ya

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    4. Não acredito, foi uma balha de verdade o.o que coisa mais... Estranha, e ele ainda não teve que lutar de saia!?

      A lá, os plasma já malocaram outra pedra, os cara não perdem uma, até o próximo Star!

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      1. Yoo Anan

        Acredite se quiser, Hilbert FEZ UMA BATALHA DE GINÁSIO. E SEM SAIA!
        Saudades das saias

        A LA OS PLASMAS FAZENDO MERDA ENQUANTO AS CRIANÇA BRIGAM DE LUTINHA, PORRA

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