- Home>
- capitulos , fanfic , verdade branca >
- Capítulo 16
Original: luoqin |
Quando
Hilbert e Hilda atravessaram o limite da Route 3 e entraram em Nacrene City
naquela manhã, não conseguiram segurar o encanto e nem de ficarem boquiabertos.
Considerada
a capital da arte, a cidade, que tinha uma dimensão parecida com a de Striaton,
se destacava pelas artes do estilo grafite nas laterais dos prédios, estes, não
era casas convencionais, e sim, armazéns antigos que se tornaram uma marca
cultural e histórica de Nacrene, fazendo com que moradores mantivessem a
arquitetura, apenas adaptando para que se tornassem casas. Falando em história,
a antiga linha de trem abandonada deixava a impressão das milhares de viagens e
pessoas que haviam passado pelo local no passado.
Não
só isso, Nacrene era palco do maior museu da região de Unova, com seus
artefatos e tesouros históricos em exposição, prontos para receber visitantes
em busca de conhecimento. No mesmo local, Lenora, a líder e dona do local, comandava
seu ginásio, especializada em Normal-type. E era esse lugar que
interessava Hilbert no momento.
Após
a estadia no dia anterior no Day Care, o treinador tivera tempo para treinar e
se preparar para uma batalha de ginásio oficial e séria. Brianna, Mirsthy e o
recém-chegado Wooby estavam prontos para o que viesse.
— Tá
nervoso? – questionou Hilda para o amigo, enquanto pegava informações sobre em
qual direção seguir em direção ao ginásio. – Sua primeira batalha de verdade –
riu ela.
— Nervoso?
Nem um pouco – disse ele, ainda que o movimento ansioso de suas mãos
denunciasse o contrário. – Você não quer dar uma volta, não? Sei lá, conhecer a
cidade?
—
Hm? – a menina refletiu. – Acho que tô com vontade de te ver batalhando mais do
que qualquer outra coisa.
—
Você tem certeza? – voltou a questionar o garoto, entrelaçando o braço da
menina com o dele. – Talvez você queira dar uma volta – ele apontou para um
cartaz pregado em um poste de energia. – Olha, eles têm um café temático! Scratch
Café, talvez devêssemos ir lá antes e-
— Tá
com medo, não tá? – a pergunta que interrompeu Hilbert o fez abaixar a cabeça
de vergonha.
—
Apavorado.
— Hilbert,
você tá preparado, passou o dia de ontem treinando – confortou a menina,
desvencilhando os braços e pegando a mão do companheiro. – Cadê o menino que
fazia tudo sem pensar? Precisamos dele agora para dar a cara `s tapa e entrar
naquele museu e desafiar a líder de lá.
O
menino soltou um sorriso animado e confiante.
—
Tem razão! Vamos fazer as coisas no estilo Hilbert. Vamos lá!
Agitado,
ele correu em direção ao ginásio, seguido de sua amiga, que ria com a mudança
de humor repentina.
A
estrutura externa do ambiente possuía um arco estilo romano em sua entrada, as
paredes indicavam dois andares com vitrais simples que traziam luz para o
interno, colunas decoravam partes específicas e o telhado era de um tom de
verde escuro.
— “An
Archeologist with backbone” – leu Hilda na placa do local. – Que título
interessante. Parece que você terá problemas – riu.
A
dupla entrou no local, sentindo a majestade do ambiente atravessarem suas
almas, e novamente, não puderam conter o fato de ficarem impressionados.
Um
carpete azul decorava o caminho pelo qual os visitantes deveriam caminhar
sobre, a iluminação não era tão forte, mas clara o suficiente para se ver por
onde cada coisa estavam, coisas essas que variavam desde de fósseis de
criaturas pré-históricas, artefatos de um mundo muito antigo até mesmo um
esqueleto de um Dragonite, um legendário dragão de Kanto, estava exposto.
Sob
as boas-vindas da recepcionista, os dois começaram a caminhar por entre os
corredores, observando curiosos todos aqueles objetos, tentando decifrar toda a
história por trás deles.
— Eu
adorava ir nas excursões escolares para museus, mas isso daqui é coisa de outro
mundo – comentou Hilda.
— Eu
ia também, mas sempre me perdia e acabava chorando pra algum funcionário –
confessou o menino, rindo de leve, recebendo uma risada gentil da amiga como
resposta.
Um
pouco distraídos com os objetos em exposição, a dupla acabou por esquecer um
pouco do motivo que os trouxeram até ali.
O rapaz
bocejou pela terceira vez em menos de dez minutos, coçou os curtos e bagunçados
fios de cabelo negros como a noite, estava entediado de ficar ali. Como sua tia
conseguia? O escritório de Lenora era o reflexo de tudo que ela conquistara,
diplomas expostos nas paredes, troféus da comunidade cientifica e arqueológica
decoravam as prateleiras de madeira claramente nobre, tudo era limpo, sério e
organizado. Jackson se levantou da cadeira de couro vermelho e caminhou até um
dos troféus em forma de um Omanyte e o pegou com cuidado.
— É
uma honra que eu, Jackson Petrie, receba um prêmio tão importante para a
comunidade. Agradeço a confiança de todos os meus colegas – ele ensaiou um
discurso de um prêmio imaginário e logo devolveu o objeto para o seu lugar. –
É, seria legal ganhar um prêmio.
Ainda
entediado, ele caminhou pela sala novamente e olhou para a tela do computador
que jazia na mesa central, navegou por algumas abas do sistema, sem muito
interesse até chegar nas câmeras de segurança e notar dois jovens passeando
pelo museu, completamente interessados nos objetos expostos.
— Um
treinador e uma treinadora? – sorriu ele e refletiu por alguns segundos. – Hmm,
ser um líder de ginásio não deve ser tão ruim assim.
Jackson
subiu as escadas da saída do escritório de sua tia e surgiu na biblioteca
grande e majestosa que ficava nos fundos do museu, se dirigiu para a parte da
frente do local e entrou por fim, onde os garotos se encontravam e ajeitou a
camisa social que apesar da peça, não tinha nem um ar de formal. Uma escada
enorme e decorada com carpete vermelho separava ele de seu alvo, sorriu
majestoso e anunciou em voz alta:
—
Vejo que temos treinadores novos por aqui!
Hilda
e Hilbert olharam curiosos para a figura nova, mas franziram a testa, não
reconhecendo ele. O moreno desceu os degraus rapidamente e se aproximou todo
receptivo, mas com certo ar de superioridade que ele não tinha.
—
Bom dia, meus jovens, não pude deixar de notar suas vestimentas e o ar
impressionado de vocês. Primeira vez aqui?
—
Ah, sim senhor – respondeu a menina, sorrindo de leve. – É um lugar incrível
exatamente como dizem – ela completou, sincera.
—
Jackson Petrie – apresentou-se. – E acredito que vocês vieram para conseguir a
insígnia – sorriu ele, todo interessado.
— É
isso aí! – exclamou o treinador, tomando a frente. – Meu nome é Hilbert e eu
vim desafiar a Lenora, líder desse ginásio.
—
Vejo que anda meio desinformado – informou Jackson. – Lenora não está
disponível, mas ela me deixou como seu substituto, visto que a mesma confia
muito em mim.
A
dupla pareceu curiosa e olharam inocentes para o jovem de 20 anos que apesar da
camisa social e calça jeans, não tinha aura de um líder de ginásio autêntico,
muito menos um que pudesse substituir Lenora, que de acordo com a placa no lado
de fora, era uma arqueóloga firme e determinada.
— Então, o que me dizem? Podemos fazer uma batalha
agora – ele sorriu novamente, esperançoso.
Passos leves, mas determinados de uma quarta pessoa
foram ouvidos se aproximando, os três olharam em direção dela e se depararam
com a figura majestosa de Lenora, com seus cabelos verdes volumosos presos por
uma faixa, a pele escura contrastava com seus lindos olhos de mesmo tom de sua
mechas, usava uma camisa branca com um pequeno detalhe de laço no pescoço e nas
partes inferiores, uma calça boca de sino verde água escura e uma sapatilha
mule de um tom salmão. Ela encarou Jackson.
— Jack, eu pedi para que você ficasse responsável em
avisar todos os treinadores que eu estava viajando e que as batalhas teriam que
ser remarcadas – ela começou, com a mão na cintura. – Não para desafiá-los no
meu lugar.
O rapaz suspirou.
— Desculpa, tia. Eu só queria me divertir um pouco.
A negra olhou para Hilda e Hilbert.
— Peço perdão por eles. Você veio me desafiar,
rapazinho? – questionou, analisando seu oponente.
— Isso aí, meu nome é Hilbert e eu vim batalhar pela
sua insígnia – apesar de um pouco confuso, o treinador não se deixou abalar,
estava admirado em conhecer a líder de Nacrene.
— Gostei da sua determinação – ela sorriu. – Mas tenho
péssimas notícias. Acabei de chegar de viagem e preciso me inteirar de tudo que
está acontecendo aqui, então sem desafios por hoje.
Hilbert suspirou, desanimado.
— Mas amanhã pode voltar que eu estarei pronta para
uma batalha daquelas – concluiu. – E como pedido de desculpas, acho que não
seria uma má ideia se o Jackson levasse vocês para conhecerem a cidade, não é,
meu querido?
Jackson bufou e cruzou os braços.
— Tudo bem, tudo bem – ele pegou o celular em seu
bolso e checou a hora. – Acho que dá tempo de tomar um café da manhã no Scratch
Café, eu levo vocês lá – deu de ombros. Não era os planos dele, mas pelo
menos sairia do tédio que era ficar naquele escritório. – Como foi em
Driftveil, tia Lenora? – questionou o rapaz para a mulher mais velha, olhando
para a mesma.
— Foi conturbada, mas falamos sobre isso depois. Vão
se divertir – a líder brincou com os cabelos de seu sobrinho e se dirigiu para
os fundos do museu.
Cheio de perguntas sobre o que tinham acabado de
presenciar, a dupla de companheiros resolvera seguir o curioso Jackson, que
apesar da postura adulta e séria, parece ser uma figura bem descontraída. Ele
caminhava na frente nas movimentadas ruas de Nacrene como um exímio morador da
cidade, não se preocupando muito se Hilbert e Hilda estavam ficando para trás
ou não. Depois de longos minutos de uma viagem de ônibus, eles desembarcaram em
um ponto próximo a um estabelecimento que chamava a atenção pelo letreiro e a
figura gentil de um Purrloin estampada em uma madeira. A estrutura era a mesma
da maioria das casas, um galpão reformado pintado de um vermelho escuro quase
vinho com telhados verdes onde repousavam exaustores que giravam uniformemente.
— AH! Um café temático! – Hilda não pode esconder a
empolgação, mesmo tendo visto no cartaz mais cedo, pessoalmente a experiência
era muito melhor. – É aqueles cheios de Purrloins?
— Mais ou menos, tem uns três que ficam roçando na sua
perna quando você tá tomando café. O mais legal daqui são as belas moças que
usam uniformes fofos com tiaras de orelhas e gargantilhas com sininho –
novamente, era meio difícil acreditar que Jack era um rapaz de vinte anos e
parente de uma líder de ginásio tão séria.
Grimaud não pode conter a empolgação ao ouvir sobre
mulheres, mas Vic o repreendeu, querendo evitar confusão.
O trio entrou no famoso Scratch Café, uma
franquia fundada por dois irmãos que estava presente em todas as regiões, desde
Kanto até Galar, até as mais afastadas Decolore. O interior tinha um estilo clean,
com paredes brancas e chão de madeira, possuía dois níveis que eram separados
por duas escadas, o inferior era composto por mesas espalhadas pelo local com
toalhas brancas bem organizadas, enquanto o superior ficava a cozinha e um
balcão onde alguns solitários clientes sentavam para tomar seus cafés. Não
estava tão movimentado, mas a agitação das garçonetes – que usavam uniformes inspirados
em Purrloin – indicava que em breve a paz acabaria.
Jackson guiou os mais novos para uma mesa de quatro
lugares, eles mal tiveram tempo de puxar assunto com o mais velho quando uma
garçonete se aproximou prontamente, toda atenciosa e sorriu:
— Bem-vindos ao Scratch Café – começou. – Em
que posso serví-los hoje?
— Hã, vamos querer ver o cardápio antes – respondeu
Hilda, pegando um dos menus disposto na mesa. - É nossa primeira vez aqui –
sorriu ela.
— Sendo assim, vou sugerir para vocês o Brownie e o
Milkshake de Mago Berry – a garçonete mostrou no cardápio para os dois novatos,
que assentiram com a cabeça, confirmando o pedido. – Ok então, dois de cada –
ela se virou para o moreno – E você, Jack? – a moça sorriu, conhecendo a
figura, que parecia frequentar bastante o local.
— Ah, minha querida, o de sempre – ele sorriu
elegantemente.
— Um frapuccino de Pecha Berry e um cheesecake de
Cheri Berry saindo – anotando na comanda, a mulher deixou a mesa em direção a
cozinha.
— Como era o nome dela mesmo? – questionou Jackson
para si mesmo, dando de ombros.
— Hã... Senhor Petrie? – Hilda chamou a atenção do
mais velho. Tanto ela quanto Hilbert estavam cheio de dúvidas sobre quem era o
rapaz.
— Por favor, não me chame de senhor, não sou tão velho
assim – ele olhou para a dupla.
— Desculpe. É que... porque você mentiu?
Jack pigarreou com uma pergunta tão direta.
— Eu só queria brincar, ok? Estava chato ficar
cuidando do escritório da minha tia, não é como se uma caneta fosse sair do
lugar e destruir o universo – o negro ironizou. – Mas deve ser legal ser um
líder de ginásio – ele refletiu, como se conversasse consigo mesmo.
— É o seu sonho? – Hilbert questionou, interessado.
— Sonho? Nhá – ele agitou as mãos negativamente. – Eu
só queria saber a sensação de agir como um. Curiosidade. Nunca pensaram em ser
tipo QUALQUER COISA? Sem nessa bajulação de “eu vou ser isso e ponto final”?
Os dois companheiros se entreolharam.
— Nunca pensei por esse lado – respondeu o menino. –
Eu gosto de ser treinador.
— Eu ainda não sei o que dizer, eu nem sei do que eu
gosto exatamente. Por isso eu saí junto com o Hilbert.
— Uma jornada de autoconhecimento? Que profundo –
Jackson balançou com a cabeça, compreensivo. – Vocês são namorados?
— CLARO QUE NÃO! – Hilda bateu as mãos na mesa no
mesmo instante, corada, assuntado os presentes. – D-Digo... – ela se recompôs.
– Somos apenas amigos.
— Ok, ok – o moreno riu. – Começamos um pouco
perdidos. Vocês sabem meu nome, mas eu ainda não sei os seus.
— Hilbert Autevielle – informou subitamente o
treinador.
— Sou Hilda Foley – sorriu a menina. – Deve ser
incrível ser o sobrinho da Lenora. Ouvi que ela é uma excelente líder de
ginásio.
— Ela dá dor de cabeça para alguns despreparados. Mas
os treinadores já manjaram de capturar Timburr, Throh ou Sawk na rota perto da
Pinwheel Forest e acabar rapidinho com ela – contou Jackson, despertando a
atenção de Hilbert, que logo começou a pesquisar em sua Pokédex. – E sobre ser
sobrinha dela, é legal sim, mas dela eu só puxei a paixão pela arqueologia.
— Então você vive naqueles sítios de escavação? –
questionou a garota, notando a aproximação da garçonete que tinha atendido
eles.
— Mais ou menos – o negro notou também e interrompeu a
conversa enquanto ela servia o trio com seus respectivos pedidos.
— Tenham um bom apetite – disse a mulher.
— Muito obrigada, hã... – Jack pensou um pouco. –
Mary?
— É Stella – a funcionária bufou, decepcionada e
irritada. – Vocês são todos iguais – ela saiu com o nariz empinado.
— Sou péssimo com nomes – o rapaz suspirou. – Mas
voltando ao assunto. Eu adoraria que minha profissão fosse só isso, mas tem
toda aquele lance de responsabilidade envolvendo os itens que você acha.
Principalmente se o objeto é raro.
O jovem olhou para a dupla, que pareciam não entender
os problemas envolvendo a profissão dele.
— Resumidamente, mesmo a profissão dos seus sonhos tem
seus lados ruins – explicou ele com um bom humor. – Mas eu vou mudar isso.
Jackson não queria perder a oportunidade de se exibir
para os outros.
— Olha – ele se aproximou mais, insinuando que o
assunto era extremamente confidencial. – Tem um objeto que eu achei na minha
última escavação que estou estudando e se tudo der certo, vou finalmente fazer
meu nome aparecer em destaque nas revistas, jornais e artigos científicos.
— Que tipo de objeto? – questionou Hilbert, curioso.
— É uma esfera branca, não é muito grande, mas também
não dá pra carregar numa bolsa sem chamar a atenção. Pode parecer bobo, mas ela
emanava uma energia estranha, e era quente, como se tivesse pegado fogo
recentemente – explicou ele. – É algo que vocês têm que ver para ficarem
impressionados.
— E o que
acontece se você descobre o que é essa esfera? – perguntou a menina.
— Além de ficar famoso, posso finalmente sair da
sombra de outros arqueólogos famosos e ganhar um destaque merecido – Jackson se
convencia de sua situação, e seu ego só inflava mais conforme via que seus
ouvintes estavam realmente impressionados.
Apesar de toda confidencialidade, as paredes possuíam
ouvidos.
De uma mesa não muito longe, Maggie ouvia toda a
conversa. Usando roupas comuns, uma calça jeans azul e uma blusa preta
confortável, a garota tomava um lanche da manhã já que estava hospedada por
perto e tivera a sorte de ouvir algo tão importante e que com certeza seria de
interesse para a Team Plasma. Mais que rapidamente, mas se levantar alardes,
ela pagou sua conta e saiu do estabelecimento, em direção ao QG instalado ali
perto da cidade.
Jack, animado, convenceu Hilda e Hilbert o
acompanharem até sua casa para que pudesse mostrar o dito cujo objeto que
traria glória para si, e por sorte, o local não era muito longe. Ele morava em
um dos poucos tipos de prédios diferente dos galpões, era um apartamento no
segundo andar que era perfeito para um solteiro jovem adulto. A decoração era
normal, chamava a atenção a quantidade de livros sobre a área em que o dono
fazia parte. Na sala que contava com um sofá e uma TV, dois Pokémon despertaram
o interesse logo de cara das duas crianças.
A primeira tinha um pouco mais de um metro e remetia a
um primata pela forma de andar, a cabeça era seu corpo, todo vermelho, ele
tinha uma expressão brava, porém divertida, com enormes sobrancelhas que
lembravam labaredas de fogo e um sorriso que mostrava dentes pontiagudos.
Hilbert conferiu em sua Pokédex, e aquele era um Darmanitan, do tipo Fire.
A segunda, porém, não conseguiu ser identificada pelo
objeto, o que revelava que ela não pertencia a região de Unova. Bem menor que o
primeiro Pokémon, a fofa criatura rosa clara parecia uma espécie de estrela
gorda com curtos bracinhos e um rabo enrolado, a julgar pelos olhos inocentes e
a forma que o grandalhão cuidava dela, ela parecia ser um bebê. Jack revelou
ser uma Cleffa, um Pokémon do tipo Fairy, original de Kanto e Johto.
O arqueólogo pegou a criatura menor no colo e ajeitou
com cuidado em seus braços, atencioso.
— Oi, Bijou – ele brincou com ela. – O Winston cuidou
bem de você hoje?
Cleffa grunhiu positivamente e Jackson acariciou o
Darmanitan.
— Bom trabalho, big boy – ele olhou para os
dois jovens. – Hoje temos visitas, ok? Então seja receptivo – entregou a
Pokémon de volta para ele e acenou para que os outros o seguisse, e assim
fizeram.
Ignorando completamente a bagunça, o mais velho se
dirigiu até uma escrivaninha lotada de papéis e coisas para escritório e por
fim, repousada sobre uma almofada macia, a famigerada esfera branca que foi
apresentada na cafeteria.
Ela brilhava com a luz do sol, sinal de que fora bem cuidada, parecia ser maciça e o mais impressionante era ver que pequenas chamas laranjas saindo dela, e mais ainda, não queimavam nada. Hilda olhou admirada para o objeto, bem mais que Hilbert, algo atraia a garota para aquela bola curiosa, tanto que num gesto involuntário, se aproximou para tocar nela e logo sua visão se tornou turva e ela enxergou algo que com certeza não esqueceria tão fácil.
A figura de uma espécie de dragão encarava ela, bípede,
seu corpo era esbelto, composto por pelos. A cabeça era pequena e era decorada
pelo que parecia ser cabelos que brincavam com o vento, ainda que não houvesse
nenhum ali, suas patas superiores eram asas com pequenas garras nas pontas. As
pernas eram fortes e intimidadoras, principalmente pelas unhas afiadas, no
rabo, uma espécie de motor estranho. A morena encarou os olhos azuis da
criatura que não parecia surpresa em vê-la, mas a menina sentiu suas pernas
tremerem quando o Pokémon se rodeou por chamas, soltando um grunhindo
ensurdecedor.
— HILDA! – seu amigo a despertou quase que num susto,
segurando seu braço. Ela olhou para Hilbert, os olhos anis dela estavam
arregalados indicando medo.
— Menina, não faz mais isso de novo, não – alertou
Jackson, ainda incrédulo com a reação da menina ao tocar o objeto. – S-suas
mãos não queimaram? Eu tive que pedir pro meu Darmanitan carregar isso pra mim
de tão quente.
— Eu vi... Eu vi uma criatura. Um Pokémon! – ela
começou a assimilar a figura que tinha visto, tentando procurar em sua memória
de onde já tinha visto aquela criatura. – Reshiram... – a palavra, que quase
saiu como um sussurro, trouxe um clima tenso para o pequeno quarto.
— Espera. O quê? – Jack correu até sua sala e voltou
com um livro em mãos, folheando-o. – Não pode ser verdade – em uma página
específica, ele mostrou para Hilda a figura do dragão. – É esse?
A garota segurou o livro e assentiu.
— É exatamente esse. Eu lembro de ler esse livro uma
vez. Verdade Branca e Ideal Negro – comentou ela, tão atônita quanto o
negro.
— Esse é um livro popular porque conta a história de
Unova usando da fantasia dos dragões lendários – explicou. – Mas você ouviu, é
uma FANTASIA. Tirando alguns acontecimentos, a história com Reshiram e Zekrom é
lenda!
— E-eu sei, mas eu juro que vi aquela criatura, o
Reshiram – exclamou Hilda, olhando para Hilbert na esperança de que o amigo
acreditasse nela.
— C-Calma... Acredito em você – confortou o treinador,
meio confuso. – Eu só... Não sei do que vocês estão falando, na verdade – o
menino riu. – Eu já ouvi sobre a história desse livro, mas nunca o li, no
máximo, vi ela adaptada numa HQ.
— Putz, pode crer! – extravasou o moreno, nostálgico.
– Eu lia esse. Comprava junto com As Aventuras do Dragão Guerreiro.
Por um segundo, os dois jovens pareceram esquecer o
assunto anterior.
— Ah, eu nunca li esse! Era muito caro! Mas eu adorava
ver aquele Garchomp na capa – riu Hilbert, animado.
— Ok, queridos, eu aprecio o momento infância de vocês,
mas eu sinto que não tô sendo levada a séria aqui – interrompeu Hilda, batendo
o pé de leve. – Eu vi um Pokémon que era pra ser de mentira, mas ele parecia
ser muito real pra mim.
— Basicamente, Hilbert, conta-se que Unova foi criada
quando povos em guerra se uniram liderados por irmãos gêmeos e assim, a região
prosperou – começou Jackson, sentando-se em sua cama. – Acontece que os irmãos
tinham crenças diferentes, a Princesa Branca, como era conhecida, acreditava
que se devia seguir a Verdade, enquanto o Príncipe Negro dizia que devia-se
seguir o Ideal. E assim, os dois irmãos que se uniram pela paz um dia,
trouxeram guerras e caos por toda a Unova – o rapaz suspirou, recuperando o
fôlego depois de terminar.
— E onde entra o dragão que a Hilda viu?
— No livro é contado que dois dragões acompanhavam
cada um dos irmãos. Reshiram acompanhavam a Princesa, e Zekrom, o Príncipe.
Antigamente, eles eram um só, mas as intrigas fizeram com que os dois se
separassem, nascendo assim, da casca vazia, Kyurem – continuou. – Mas isso era
só metáfora para tornar o livro mais impactante e trazer mais vendas, tanto que
muitos ilustradores fizeram desenhos de como deveriam ser os tais dragões, mas
sem nenhuma prova, eles só ficaram como... lenda popular – refletiu o moreno,
olhando para a garota a sua frente. – Mas o fato de a Hilda ter visto o
Reshiram deve significar que esse objeto pode provar... a existência desse
conto.
O silêncio tomou o local novamente, dessa vez, os três
começaram a pensar no peso que era provar para o mundo que as histórias nos
livros eram na verdade reais. O que fazer agora?
Abruptamente, a pacificidade foi interrompida por um
longo e sonoro ronco na barriga de Hilbert, que sorriu sem graça.
— Hilbert, você acabou de comer! – exclamou Hilda,
desviando totalmente de toda a tensão.
— Foi mal! Aquele negócio de chocolate não encheu
minha barriga.
— E você nem dividiu comigo! – Vic saiu da
bolsa do amigo e entrou na discussão, irritado.
— EITA, PORRA! UM VICTINI! – gritou Jack, surpreso.
— E aí, mano – cumprimentou o Pokémon. – Seguinte,
você nunca me viu e eu nunca te vi, ok? Agora arranja um daqueles doces que
vocês comeram naquele lugar que eu tô morrendo de fome.
— Cara, como eu fiquei focado em falar de coisas
sérias? – riu o moreno. – Vocês são cheios de surpresas e isso é muito melhor
que um bando de livros velhos. Acho que achei uma mina de ouro.
— Hilda, o cara vai vender a gente!
— É uma metáfora, Vic – riu a menina. – Significa que
ele gostou da gente.
— Exato, até porque a Hilda não valeria muita grana –
disse Hilbert, levando um puxão de orelha logo em seguida da amiga.
— COMO É QUE É?!
— Ai, ai! – resmungou o outro.
Jack não conseguia conter a risada.
— Acho que esse dia só ficará mais perfeito com pizza.
— EU TOPO!
E o grupo riu como talvez nunca tivessem rido antes na
vida. Eram pequenos momentos que com certeza ficaram guardados nas memórias
daquela jornada, um momento sem as reponsabilidades do dia a dia. Um momento
que marcaria apenas o começo de uma grande amizade.
Meu deus mas que capítulo lindo, PQP, Star, agora temos a introdução de um personagem que de imediato já me cativou, o Jackson, que é louco por história e arqueologia, simplesmente perfeito! E a Lenora, a amo muito, uma personagem com bastante potencial e que pode ser um osso duro de roer pro Bertinho se ele não vacilar e treinar muito. Amei o Jack explicando a história dos dragões e da Hilda tocando a Pedra Branca e não queimando, a conexão dela com Reshiram e meu deus do céu, simplesmente incrível de maravilhoso isso. Esses três vão dar muito o que falar nos próximos capítulos, meu deus do céu, amei muito.
ReplyDeleteE also teve Café Scratch, esse capítulo entrou no meu conceito. 10/10!
Yoo Leucro
DeleteDesculpe a demora <3
O JACKSON CHEGOU, SEU MARIDO E PATRÃO CHEGOU! É uma honra pra mim trazer um personagem original como protagonista e que vocês ajudaram a construir. Foi dificil montar uma aparência pra ele, mas vocês foram incríveis <3
LENORA É PATROA DE UNOVA, BICHO! Eu adoro, simplesmente, como é fácil trabalhar com ela. Arqueologia era uma das minhas paixões quando criança, então eu tenho um carinho especial por personagens assim <3
Bertinho vai levar um sacode da Lenora se Arceus quiser ahsuahusahus
Aos poucos o rumo dessa fanfic vai mudando e vocês vão perceber que não é só as insígnias que vão guiar essa fic <3
Obrigada pelo comentário bb <3
See ya
E assim começa uma nova fase desta historia com Hilda conhecendo a lendária galinha dragão albina. AAAAAAAAAAA
ReplyDeleteYoo Shii
DeleteÉ IMPOSSÍVEL ESCREVER SOBRE RESHIRAM SEM PENSAR EM VOCÊ! ESPERO QUE GOSTE DA PRESENÇA DA NOSSA GALINHA DRAGÃO <3
Obrigada pelo comentário
SEe ya
Aquele trio destinado a se encontrar <3 É um prazer finalmente conhecer o Jackson, que você vêm se dedicando a criar há tanto tempo. É ótimo que você tenha encontrado um objetivo concreto para ele atuar como arqueólogo, pois as duas pedras são extremamente importantes para o futuro de Unova, sem contar que o jeitão galanteador e o conhecimento serão muito bem vindos.
ReplyDeleteAmo seus diálogos descontraídos, as coisas vão fluindo e quando a gente nota parece que os personagens já conversaram a tarde inteira! Adorei as referências discretas ao Omascar e o Dragão Guerreiro, mesmo que você me conte que preparou algo me divirto muito quando chega a hora e eu noto: "Opa, então era aqui?" kkkkkkkk
Winston e Bijou, são tantos nomes que constroem exatamente quem a Star é :3 Sinto que o Scratch Café tem alguma ligação com a Decolore do Grovy, vou precisar voltar a acompanhar para descobrir! Ah, esses três ainda não fazem ideia de como seus destinos se interligarão no futuro, mas para descobrir se a pessoa é gente boa, basta pedir uma pizza bem recheada de quatro queijos kkkkkkkk Depois de um tempão acho que estou em dia, e sigo ansioso para a batalha de ginásio do capítulo de amanhã! É hora da Lenona, Jackson, e até o Wooby ter seu momento de brilhar, vamos ver como o Hilbert se sai em batalha pra valer.
Yooo Canas
DeleteAQUELES PERSONAGENS QUE SÃO CONECTADOS <3 Obrigada pela recepção ao Jackson, trabalhar um personagem original é sempre uma animação e ansiedade <3 Mas sinto que estou no caminho certo :3
NPU sempre estará cheia de referências de coisas que eu adoro <3
Minha duplinha favorita <3 O Scratch Café é uma rede cafés espalhada por todas as fanfics da Neo, é o nosso jeitinho de conectar todas <3
Esses três não sabem as confusões que lhe aguardam.
Obrigada pelo comentário
See ya
O quarto integrante finalmente chega ao grupo uhuuull seja bem-vindo Jackson. Apesar de que ele ainda não é um integrante oficial, mas fodase, vou usar do meu poder de olhar as páginas de protagonistas. Achei o Jackson um personagem muito simpático e descontraído, que sabe o que quer e tem certa maturidade e conhecimento pra ajudar esses dois no início da jornada deles.
ReplyDeleteMDS, mais um Scratch Café. Agora me sinto na responsabilidade de fazer pessoas vestidas de Zangoose com guizos, simplesmente porque HOENN É A ÚNICA REGIÃO QUE TEM UM GATO QUE NÃO ARRANHA. Mas vendo sua descrição do café, deu até vontade de comer os negócios gostosos que eles servem.
Gostei muito da Lenora, parece ser uma mulher de personalidade forte e decidida que sabe bem o que quer e luta por isso. Independente do resultado da batalha do dia seguinte, sei que ela terá bastante o que passar ao Hilbert para ensiná-lo a ser um treinador melhor.
Mds, a esquizofrenia da Hilda começou, todo protagonista tem um surto de ver um lendário de vez em quanto rs. Suspeito de quem será o ideal negro e imagino como esses dois vão se confrontar, ainda mais a menina Hilda que até então tem tido um papel um pouco mais secundário na história.
O capítulo ficou muito bem escrito, Star. Todas as conversas e cenas fluiram de maneira muito natural. Em breve lerei os próximos!
Abraços!
Yoo Carol
DeleteJACKSON IS HERE TO MAKE OUR DAYS
É muito louco como o Jackson é o único com ensino superior, é mais velho e mesmo assim, consegue se dar bem com pré adolescentes agitados hahsuahushua
SCRATCH CAFÉ É MARAVILHOSO! Seja bem vinda para visitar Nacrene e degustar dos comes e bebes do Scratch Café.
Lenora é um amor, eu me apaixonei por ela e fiquei muito feliz em trabalhar com ela <3 As vezes a gente ignora, mas ela é um dos líderes mais importantes <3 É um orgulho fazer um protagonista com parentesco com ela :3
COMEÇOU O SURTO, HILDA TÁ VENDO DRAGÃO BRANCO PEGANDO FOGO!
Hilda está aos poucos dominando o protagonismo da história :3 Mesmo que a intenção não seja que ninguém supere ninguém, cada um tem seu papel :3
Obrigada pelo comentário
See ya
Protagonista novo!
ReplyDeleteFinalmente conheci o famoso Jack! Grupinho de Unova cada vez mais movimentado.
Oh noh, não de utilidade para Hilda na fic, desse jeito não vou poder chamar ela de Danw de Unova :(
Até o próximo!
Yooo Anan
DeletePROTAGONISTA NOVO E GOSTOSO PRA GENTE <3
OH NÃO, EU QUEBREI A CORRENTE AHSUAHSUHAS
Obrigada Anan
See ya