- Home>
- capitulos , fanfic , verdade branca >
- Capítulo 21
Uma semana havia se passado desde os acontecimentos envolvendo a Light Stone. Jackson passara os dias frequentando a delegacia para retratar com detalhes os acontecimentos envolvendo seu Darmanitan. Como os únicos danos envolviam o material, uma multa fora aplicada – que logo foi paga pelo Museu de Nacrene a pedido de Lenora.
As investigações sobre a confusão
causada pela Team Plasma foram em vão pois não havia quaisquer vestígios, o que
dificultava a apresentação de provas para culpar a equipe, que mais uma vez,
tinha saído como inocente. E para piorar, as publicações em redes sociais sobre
“resgates” de Pokémon vítimas de maus tratos ganhava cada vez mais repercussão.
A boa notícia é que a recuperação
de Hilda havia sido ótima, permitindo que ela recebesse alta rapidamente.
Hilbert estava em seu quarto de hospital, aguardando a enfermeira retirar as
últimas faixas curativas de seu braço.
— Acho que a última vez que fiquei
tanto tempo num hospital foi quando eu torci o tornozelo numa apresentação de
teatro – comentou a garota entre risos enquanto observava a funcionária retirar
o objeto de algodão próxima do seu pulso.
— Eu quebrei o braço uma vez, tava
escalando uma árvore – contou seu colega, pensativo. – É, a dor é insuportável,
mas pelo menos eu ganhei um gesso maneiro – riu. Seus olhos pousaram sobre o
pulso da garota, local onde a enfermeira trabalhava, algo curioso chamou sua
atenção. – Ué, isso é um machucado?
— Ah, não, não é – respondeu Hilda,
acariciando de leve. – É uma marca de nascença. Parece um coraçãozinho né? –
riu. – Acho tão fofo, minha mãe não tem, então acredito que eu deva ter puxado
do meu pai.
— Pais, como sempre, deixando
marcas na gente – suspirou Hilbert, com bom humor.
Lenora requisitou a presença de
Hilbert, Hilda e Jackson em seu escritório, seu sobrinho a havia contado sobre
as aventuras envolvendo a Light Stone e em como a garota tinha um certo “poder
sensitivo” quanto a ela, tudo aquilo era muito intrigante, porém, extremamente
útil.
— Espero que esteja melhor, Hilda –
sorriu a líder, sentada em sua confortável cadeira, parecendo o mais receptiva
possível.
— Estou bem melhor, pronta para
mais uns quinze tombos – riu a menina, sentada em uma cadeira igualmente
confortável, no meio dos dois amigos.
— Bem, certamente não chamei só
vocês para saber de Hilda. Mas sim para conversar sobre algo importante – ela
encurvou-se pra frente, apoiando os braços na mesa. – Jack me contou tudo o que
aconteceu. Posso ver o fragmento da Light Stone?
Hilda retirou o pequeno fragmento
branco de seu colete, era incrível ver como o objeto permanecia limpo e
brilhante. Lenora o pegou com certo cuidado, examinando a veracidade. Não se
parecia com nada que tenha visto anteriormente, era maciça como a Dark Stone
que havia conhecido pessoalmente. Naquela altura, não tinha como duvidar: As
esferas que prendiam os dragões lendários de Unova existiam.
— Vocês acham que podem ter mais
fragmentos desse? – questionou a líder para os jovens, os observando.
— Eu acredito que sim, eu ainda
ouço um pouco do crepitar de fogo – a menina contou, apontando para o objeto. –
Vem desse aí, então quer dizer que talvez a Light Stone ainda exista, ela só
precisa... ser montada novamente – apesar de não acreditar muito nas suas
próprias palavras, a morena parecia confiante.
— Isso é... – a negra procurou a
palavra certa. – Inacreditável, porém, não consigo provar o contrário. Não é
nada contra você, Hilda, é que eu estou há tantos anos no meio da ciência que
eu preciso de muitas provas concretas pra acreditar – ela riu de leve,
devolvendo o objeto para a garota.
— Não se preocupe, senhora Lenora,
eu também estou meio perdida com tudo isso – a jovem riu de volta. – Mas tem
algo dentro de mim que me... destina a isso. E é isso que está sendo o meu
motor.
— Admirável – Lenora se levantou e
caminhou por sua sala, arquitetando para si mesma um plano. – Vamos trabalhar
com hipóteses. SE POR ACASO – ela enfatizou as palavras. – Os fragmentos
existirem, e for possível unir eles novamente, vocês acham que o Reshiram que
está dentro dela, se libertará?
— Se não se libertar, alguém fará
isso – comentou Jackson. – Se os fragmentos estiverem espalhados por Unova, as
pessoas vão encontrar e pesquisar, teremos sorte se alguns ignorarem. Mas não
podemos confiar.
— Isso logo se espalhará, não é
possível esconder segredos da internet. Alguém vai descobrir algo, publicar e
isso vai se espalhar – continuou o sobrinho.
— O que podemos fazer? Não posso
chegar para os líderes ou para meu grupo de cientistas e pedir para eles
caçarem pecinhas minúsculas por toda a Unova.
— É para isso que estamos aqui,
não? – Hilbert se pronunciou pela primeira vez. – A Hilda sente a presença dos
fragmentos. Ela é basicamente nosso Herdier farejador – o garoto levou uma
cotovelada da amiga.
— Não posso deixar duas crianças resolverem
sozinhas um problema que pode tomar grandes proporções – Lenora demonstrou
preocupação. – Apesar de vocês se provarem capazes, eu sou mãezona o suficiente
para me preocupar com a segurança de vocês.
— Eu vou com eles – Jackson
levantou o braço. – Tia, aquilo que eu disse no discurso para o conselho e a
polícia não foi da boca pra fora.
— Jack..
— Não, deixa eu terminar – o rapaz
se levantou. – Eu sei que pareceu um ataque a você. Mas nós dois sabemos melhor
do que ninguém o que é ser rebaixado ou menosprezado por detalhes bestas como
cor de pele ou quantidade de experiência. Nós dois sofremos por um sistema que
prioriza sempre o maior, mas nós dois temos algo muito maior em comum: Nós
temos pulso firme, ninguém nos derruba fácil.
Hilda e Hilbert ouviam o amigo com
admiração. A garota sabia dos privilégios de sua vida e de como ela
extremamente fácil, então agradecia imensamente em ter a oportunidade de
conhecer pessoas guerreiras como seu companheiro de jornada e Jackson, que
apesar de serem pisoteados por coisas triviais como cor, experiência e
aparência, mantinham a cabeça erguida. Era isso que a motivava a procurar um
sonho. Adoraria poder ajudar as pessoas.
A líder por sua vez, soltou um
sorriso espontâneo, não se preocupando em manter segredo sobre seu orgulho, ela
levantou a cabeça e encarou seu sobrinho:
— Eu realmente te coloquei no
caminho certo, né?
— Eu tenho orgulho de dizer que sou
sobrinho da melhor arqueóloga e líder do mundo Pokémon. Eu vou trazer essa
esfera de volta, eu prometo.
Os dois selaram a conversa com um
abraço reconfortante.
No apartamento de Jack, o trio se
preparava para pôr o pé na estrada. A líder do ginásio de Nacrene pedira pra que
os jovens fossem um pouco discretos na busca, então eles deviam conciliar a
procura dos fragmentos da Light Stone com a jornada de Hilbert pelas insígnias.
O arqueólogo reuniu seus Pokémon, deixando Winston, o Darmanitan e Jesse, seu
Excadrill em Pokéball, enquanto a Cleffa Bijou resolveu o acompanhar do lado de
fora, usando sua mochila como transporte. Mochila essa que estava sendo
preenchida com o essencial.
— Como eu faço os trinta volumes das
“Aventuras dos Dragão Guerreiro” caber nessa mochila? – questionou Jackson,
sentado de pernas cruzadas no chão de seu quarto, encarando sua bolsa.
— A ideia não era levar o
essencial? – questionou Hilda, alimentando Koin e Sombra com alguns petiscos.
— E eu tô levando o essencial – o
negro olhou para a amiga.
— Posso levar metade na minha
mochila – ofereceu Hilbert, interessado naquela coleção de mangás.
— Que história é essa de “posso
levar metade”? – questionou Vic, ao lado do amigo. – Esqueceu que eu
moro na sua bolsa?
— Poxa, Vic, é uma coleção do
Dragão Guerreiro, imagina a possibilidade de ler durante a jornada – argumento
o treinador. – Dá uma apertadinha que cabe.
— Ok, ok, vamos dividir então, cada
um leva dez volumes e pronto, todo mundo vai ler o mangá – disse Hilda, recebendo
um abraço duplo dos garotos.
— VOCÊ É UM ANJO! – eles disseram,
em coro. A menina suspirou, seria uma longa jornada ao lado dos dois, mas ela
estava feliz.
Lenora encontrou-se com o trio na
saída da cidade para últimas instruções antes de finalmente se dirigirem a
Castelia City, lar de Hilda e palco do primeiro encontro dela com Hilbert.
Reflexiva, a líder disse:
— Eu andei pesquisando sobre as
pedras, talvez procurar algo nos arquivos históricos pudesse me ajudar a
reconstruir a Light Stone – começou, com as mãos na cintura. – E eu encontrei
um nome que pode nos ajudar: Junsei Kurosawa.
— O noveleiro e desenhista? –
questionou Jack, reconhecendo o nome.
— Ele mesmo, obviamente não vão
conseguirão falar com ele, ele viveu há mais de setecentos anos atrás. Mas ele
e sua família foram responsáveis por cuidar das duas orbes por mais de mil
anos.
— E o que devemos fazer? Tem alguma
instrução nos livros dele? – questionou Hilda.
— Nada do que eu vi, mas estamos
falando de uma pessoa conectada a arte – Lenora colocou a mão sobre o queixo. –
E se tem alguém que entende de arte é o Burgh.
— O líder de Castelia! – pronunciou
Hilbert, animado. – É para onde estamos indo.
— Exatamente, ao encontrarem Burgh,
questionem sobre Junsei Kurosawa, ele provavelmente saberá como ajudar vocês.
— Obrigada pelo apoio, dona Lenora
– sorriu o treinador de boné vermelho.
— Dona não, assim eu me sinto velha
– riu ela. – De qualquer forma, por favor, se cuidem. Vocês têm uma missão
importante na mão – a líder abraçou seu sobrinho, carinhosamente. – Eu vou
sentir sua falta no museu, garotão.
Jack retribuiu o abraço.
— Voltarei vitorioso só pra te
deixar orgulhosa – ele sorriu, confiante.
— Você já faz isso muito bem, meu
querido.
A rota que ligava Nacrene City e a
majestosa Pinwheel Forest também recebia o nome da floresta e era incrivelmente
úmida, ao sul, pequenas poças e até algumas lagoas se formavam, a natureza
crescia de forma desarmoniosa, mas isso não deixava de ser belo, gramas altas
se misturavam com as rasas e a combinação de verdes era um alívio para os olhos
do trio que caminhavam calmamente por uma estrada de asfalto que direcionava
eles até para dentro da floresta. Os três conversavam sobre assuntos triviais,
aproveitando o clima agradável de verão para se conhecerem melhor.
— Deixa eu ver se eu entendi –
começou Jack. – Seu time atual é uma Snivy, uma Minccino e QUINZE WOOBATS?!
— Isso porque ele tava tentando
pegar um Roggenrola inofensivo – riu Hilda.
— Cara, eu morria de medo de
Woobats. Agora eu adoro minha Legião – riu o treinador. – Eles nos ajudaram
muito contra os Plasmas.
— É inspirador ver Pokémon
dedicados aos seus treinadores – comentou o arqueólogo, observando a Cleffa em
sua mochila, a criatura rosa se divertia em observar cada cantinho do mundo
externo. – Vocês são cheios de histórias, vou adorar compartilhar as minhas e
ouvir as suas.
— Vamos contar pra ele como a gente
se conheceu, Hilda! – riu Hilbert, empolgando, olhando pra a amiga. Ele parou
bruscamente quando notou que sua companheira tinha ficado uns metros para trás.
A garota estava fixando seu olhar
para o sul da rota, seus olhos pareciam procurar algo enquanto ela se
concentrava. Jackson e Bert se aproximaram, preocupados.
— Hilda, tá tudo bem? – questionou
o treinador.
— Acho que tô sentindo um fragmento
– disse ela, meio ansiosa. – Digo, é uma sensação diferente desse que tá no meu
colete, meio longe, mas naquela direção – ela apontou.
— Eita – exclamou seu amigo,
surpreso. – Não achei que seria tão fácil.
— Geralmente as primeiras peças são
as mais fáceis mesmo – riu Jackson, animado. – O que estamos esperando? Nos
leve até esse fragmento, Hilda.
O arqueólogo ajeitou seu sobretudo e
caminhou pela grama molhada e pelas poças da rota, seguido de seus novos
companheiros de jornada, seus calçados aguentavam bem o impacto da terra úmida,
seguindo o poder sensitivo da garota, eles apressaram o passo, ansiosos. Alguns
Pokémon se assustaram com a agitação, era possível perceber que os treinadores
raramente frequentavam aquela região da rota.
A busca os levou até entre algumas
árvores baixas e um som de coaxar harmonioso como uma melodia preencheu os
ouvidos dos jovens. Havia uma extensa lagoa com um tamanho considerável e não
parecia funda, e na beirada dela, estava o dono da música, um Pokémon anfíbio
bípede com menos de um metro de altura rechonchudo, não tinha braços ou mãos,
apenas pés com três dedos redondos, de cor azul predominante com exceção de sua
barriga que era bege. Três esferas azul claro decoravam o topo de sua cabeça,
dois olhos e uma boca carregavam uma expressão engraçada, fora alguns detalhes
em preto, o corpo da criatura terminava em uma cauda branca achada.
Hilbert sacou sua Pokédex
imediatamente, permitindo que a voz eletrônica lhes desse informação sobre o
novo Pokémon:
“Palpitoad, o Pokémon vibração.
Ele vive na terra e na água e usa sua língua pegajosa para imobilizar clientes.
Além disso, quando ele vibra os solavancos em sua cabeça, é capaz de fazer
ondas na água e na terra faz pequenos terremotos”
A melodia do coaxar era diferente
de um coaxar tradicional. Era tão harmonioso que parecia ensinado, cativante,
porém, soava como um lamento, ainda que as notas que saíam não parecessem como
um. Os três jovens encaravam aquilo com certa admiração e por um minuto se
esqueceram do motivo de estarem ali.
Hilda foi a primeira a sair do
transe causado pela cantoria.
— T-Tá dentro da lagoa – apontou a
menina, entrando na laguna, que mal chegava nos seus joelhos.
Seguindo seu instinto paranormal,
ela caminhou até o centro do lago e teve que mergulhar seu braço na água para
procurar o fragmento da Light Stone, deu o azar daquela água não ser
transparente e o objeto que procurava podia facilmente se camuflar. Dessa vez,
foi o Palpitoad que notou a presença dos humanos, ele cerrou sua cantoria e se
levantou receoso, mas logo seu olhar baixou-se sobre a garota que parecia
extremamente focada em sua busca. Seus olhos brilharam ao ver aquela humana,
como se aquela figura fosse conhecida sua. Sem rodeios, o Pokémon grunhiu e se
aproximou, roçando se gordo corpo contra a perna da menina que quase pulou ao
sentir pele úmida e pegajosa do Palpitoad.
— A-ah! – Hilda olhou para o
anfíbio que parecia a encarar com extrema felicidade. – O-oi, rapazinho. Eu tô
meio ocupada, mas logo vou deixar sua lagoa em paz, eu prometo – disse, com
calma, e logo depois, retomando sua procura.
Jackson e Hilbert ajudavam na busca
em volta do lago enquanto o Pokémon aquático insistia em ficar perto da garota
como um servo fiel. Apesar disso, a jovem não de desviava de seu objetivo, as
falas de Clara sobre Reshiram e a decisão da guerra ser responsabilidade dela a
impactaram o suficiente.
Foi quando ela sentiu o objeto,
pontiagudo e de um tamanho considerável. Seu sorriso foi instantâneo quando ela
retirou a mão da água e levantou o fragmento contra o sol, como um sinal de
comemoração.
— Achei! – exclamou para seus
amigos, que deram atenção para ela na hora, tão contentes quanto a companheira.
Por estar com as mãos molhadas, aquela
lasca nunca lhe pareceu tão escorregadia. Um acidente, um pequeno vacilo e
aquela preciosidade escapou por entre seus dedos retornando à água, mas dessa
vez, não para o fundo da lagoa, e sim para a boca de um Tympole, criatura
semelhante a um anfíbio menor que era da família evolutiva de Palpitoad. A
curiosa figura olhou para a humana e seu grunhido parecia de deboche, como se
chamasse ela de idiota.
— Seu... – Hilda reprimiu um
xingamento. – Devolve isso!
O Pokémon grunhiu e saltou para
fora do lago, fugindo por entre a grama alta, deixando o trio completamente
perplexo e derrotado.
— É isto! Vamos voltar para casa e
nos enfiar debaixo de cobertores em nossos pijamas velhos! – exclamou Jackson.
– É isso o que fazemos de melhor mesmo.
— Calma aí, Jack. Vamos seguir ele
– riu Hilbert, pegando uma Pokéball de sua bolsa, começando a correr.
— Mal começamos essa procura e
estamos apanhando pra um Tympole – retrucou o rapaz, correndo também, seguido
da menina.
— Faz parte da aventura – ela
disse. E é claro, o Palpitoad não pôde ficar para trás e foi-se junto a eles.
Por não possuir pernas, a forma de locomoção do Tympole era por pulos, então dava pra ver a criatura saltitar ao longe, em direção ao que parecia ser outra lagoa. O problema foi quando o trio alcançou e ninguém pode conter o choque. Dezenas de Tympoles brincavam e conviviam entre si. Era bizarro pensar como aquela espécie andava em grupo e como eles eram incrivelmente azarados por serem roubados por tal família.
— Cara... E agora? – questionou
Jack, ainda sabendo que não receberia uma resposta concreta.
— A gente pode abrir a boca de um
por um – sugeriu o treinador, liberando Brianna.
— Além de demorado, isso é nojento
e perigoso – respondeu a menina. – E se eles se irritarem?
— Você não consegue sentir?
— C-consigo, m-mas tem tantos deles
que fica difícil apontar um. E eles não param de se mexer – observou a morena,
tentando se concentrar.
— Vic, de ladrão para o ladrão.
Quem você acha que é? – questionou o treinador de boné vermelho.
O Victini saiu de sua bolsa e
encarou o amigo.
— Eu não vou nem comentar sobre
a imagem que você tem de mim – o Pokémon cruzou os braços. – Mas não
faço ideia de quem seja.
Palpitoad assumiu a frente dos
três, fazendo uma pose pomposa e convencida, como se tivesse a solução dos
problemas, ele olhou para Hilda e grunhiu, ela, por sua vez, franziu a testa e
estranhou.
— Alguém traduz? – a jovem olhou
para os amigos, que estavam tão confusos quanto ela.
O Pokémon aquático chamou para si
as atenção dos Tympoles. Ele grunhiu como se coçasse a garganta, fechou os
olhos e mais uma vez, pôs-se a cantar. Mas dessa vez, ao invés da melodia anterior,
era algo mais animado - talvez até infantil - uma canção que animou aqueles
anfíbios e logo os fizeram se posicionar e acompanharem com coaxares melódicos. Muito semelhante a uma sinfonia, o Palpitoad agia como um excelentíssimo
maestro.
Hilda foi a primeira a notar a
finalidade daquele plano e sorriu.
— Fiquem de olho em todos os
Tympoles – alertou ela para seus amigos. - Agora que eles estão cantando, irão
abrir e fechar a boca o tempo todo, é nossa hora de encontrar nosso
ladrãozinho.
O grupo se manteve atento em todos
os cantores daquele concerto, observando atentamente suas enormes bocas
entoando notas musicais. Se alguém passasse por lá e se deparasse com a cena,
provavelmente riria por ser inusitada.
Jackson apontou para um Tympole no
fundo. Dava pra ver por entre sua língua pegajosa, o pequeno fragmento
brincando e se movimentando. Era sorte aquele Pokémon não ter engolido o
objeto.
— Aquele ali! – apontou o
arqueólogo.
— Ok, Brianna, traga aquele
rapazinho pra gente com o Vine Whip – ordenou Hilbert.
A Snivy usou suas vinhas para
agarrar o culpado, isso acabou assustando os outros de sua espécie, que
fugiram. O ladrão foi trazido para perto, ele encarava assustado os humanos,
confusos com aquela ação repentina. Hilda se aproximou gentilmente, libertando
o Pokémon das vinhas e segurando-o em seu colo.
— Fica calmo, tá? É que você tem
algo na sua boca que nos pertence e é muito perigoso se você engolir – com
paciência e delicadeza, ela sentou-se no chão com o pequeno e retirou um pouco
de petiscos para Pokémon da sua bolsa. – Vamos fazer um acordo? Eu te dou esses
petiscos e você nos devolve o fragmento.
Compreendendo as palavras da
garota, Tympole cuspiu o fragmento da Light Stone na mão da garota e logo em
seguida recebeu com satisfação seu alimento, grunhindo animado.
— Missão cumprida – Hilda estendeu
o recebido para os amigos e mostrou a língua. – Uma negociação um pouco
nojenta, mas concluída com sucesso.
Hilbert riu e sentou-se perto da
amiga também, usando sua Pokédex para registrar aquela criatura.
— Pessoal – chamou Jackson,
observando em volta. – Temos companhia.
Os dois sentados olharam e viram o
grupo que tinha fugido, se aproximar novamente, interessados nos petiscos
oferecidos pela menina, por ser uma região afastada e frequentada por raros treinadores
só interessado em subir o nível de seus Pokémon, a oportunidade de receber um
pouco de carinho, comida diferente e atenção não podia ser desperdiçada.
Todos os Tympoles receberam
atenção, eles brincaram com Vic e os outros Pokémon, fizeram uma pequena
cantoria e muitas outras coisas que tornaram aquela tarde super divertida. Não
tinha clima mais leve e melhor para recomeçar uma jornada cheia de desafios.
Quando acharam que eram a hora de
partir, Hilda, Hilbert e Jackson se despediram daquela rota, prontos para
adentrarem a serena Pinwheel Forest antes que anoitecesse definitivamente. Mas
parecia que nem tudo estava concluído.
— Ei, galera – chamou Vic,
de dentro da bolsa, olhando para trás. – Olha só.
Os três humanos também desviaram
seus olhares para trás, curiosos. E lá estava ele, admirando a garota com seu
jeito desengonçado e tímido, o Palpitoad cantor parecia insistir em seguir o
grupo como se faltasse algo para fazer.
— Tudo bem, rapazinho? – questionou
Hilda, se aproximando. – Quer mais petiscos?
Carinhoso e talvez carente, o
Pokémon aquático roçou na perna da garota, mas dessa vez, ela não se importou de
sentir a pele úmida e gosmenta dele, pelo contrário, sorriu ao notar tanto
carinho.
— Eu tô com a sensação de que você
gostou de mim – riu, agachando para acariciar o Pokémon. – Eu não sou
treinadora, mas sei dar muito amor e carinho.
Os grunhidos da criatura pareciam
querer falar algo, mas a menina não conseguia entender, então resolveram apelar
para o único tradutor: Vic.
— Vocês abusam demais dos meus
poderes – murmurou ele, convencido. – Vamos lá, rapazinho, não faço isso
com qualquer um, então seja rápido nas palavras – o Victini concentrou uma
habilidade psíquica que parecia abusar de seus poderes.
— Pode falar agora – sorriu Hilda.
“V-Você é a Rosa?”, questionou o Palpitoad, esperançoso.
— R-Rosa? – a garota respondeu,
curiosa. – N-Não, meu nome é Hilda. V-Você está perdido?
“R-Rosa é minha treinadora, f-faz
um ano que ela me deixou e não voltou”, a voz da criatura soava como uma súplica. Uma súplica que
provavelmente nenhum dos quatro poderiam ajudar a julgar pelo olhar que
trocaram.
— Qual é o seu nome? – questionou
Hilda depois de uns segundos.
“E-Eu não consigo me lembrar,
faz tanto tempo que ninguém me chama pelo nome que eu simplesmente esqueci”, respondeu o Pokémon, desanimado.
Com um carinho gentil e
confortante, a garota soltou um sorriso meigo.
— Você pode se chamar Lucio – disse.
– Uma vez ouvi uma história onde tinha um cantor com esse nome. Acho que
combina com você, canta tão bem.
“O-obrigado”, Palpitoad virou os olhos, acanhado.
— Eu não sei se sua treinadora
batalhava por insígnias ou se tinha um time poderoso – ela liberou Sombra e
Koin, que olharam intrigados para o novo Pokémon. – Mas eu não sou uma
treinadora poderosa, então o melhor que posso te oferecer é muitos mimos e abraços. Sei que sente falta
da sua mestra, talvez a encontremos no meio da nossa jornada. Mas enquanto
isso, que tal se juntar a nós? – ela procurou na bolsa uma Pokéball na bolsa,
mas logo sua feição mudou para decepção. – Hã... Hilbert, você tem Pokéballs?
— Eu? Não – respondeu Hilbert. – Eu
meio que gastei todas capturando quinze Woobats. E a gente não reabasteceu.
— Jackson?
— Eu esqueci de pegar algumas
também – o arqueólogo respondeu, coçando o cabelo sem graça.
Hilda suspirou e riu.
— Como pode perceber, não somos a
equipe mais preparada. Mas te daremos todo o suporte que precisar.
Lucio se jogou nos braços da
menina. Aquilo aqueceu ambos os corações, como se completassem um
quebra-cabeça.
— Prometo que assim que chegarmos
em Castelia irei te comprar uma Pokéball para oficializarmos a captura –
informou a morena.
— O-Ok, rapaziada – riu o
Victini, meio tenso. – Sei que o papo tá lindo, mas quando só tem um
psíquico trabalhando, isso me esgota demais.
— Ah, obrigada Vic. Você foi um
anjo.
Vic respirou fundo, se desfazendo de seu poder e voltando para a bolsa de Hilbert para um longo descanso merecido.
Resolveram acampar próximos a
entrada da Pinwheel Forest, o céu estava estrelado e o clima agradável,
perfeito para dormir ao ar livre. Os jovens se acomodavam em paz, deitavam em
suas barracas e sacos de dormir sem a menor preocupação. Mas ninguém imagina
que as árvores possuíam olhos observadores.
Escondido nas sombras como um
assassino, o Pokémon encarava aquele patético grupo de humanos com certa
soberba, não tinha intenção de ataca-los, pelo contrário, queria manter
distância deles. Mas a figura sonolenta de Hilbert lhe chamava a atenção,
aqueles chifres pontiagudos amarelos lhe era tão familiar que ele não pode
deixar de esconder a surpresa.
— Então os boatos estavam
corretos – comentou para si mesmo, ainda que parecesse que conversasse com
alguém. – Athos realmente teve um filho com uma humana – ele reprimiu
uma risada antes de saltar para o topo de uma árvore. – Isso vai ser
interessante. Vamos conhecer meu “sobrinho”.
Roi Star, né? Aqui estou eu finalmente lendo e eu vim dizer: QUE OBRA DIVINA DOS DEUSES SUPREMOS CELESTIAIS DE OUTRA DIMENSÃO
ReplyDeleteJackson finalmente se une a trupe e traz seus trinta volumes de mangá e agora eles devem procurar fragmentos de uma preda q só a Hilda pode achar. Simbora galera, entra no carro vamo procurar preda!
Amei a marquinha da Hilda <3
Eu amei eles indo procurar o fragmento da preda na floresta e eles encontrando o Palpitoad, que tadinho, foi abandonado pela dona. Bem-vindo à equipe Lucio, vc será amado por todos e vai ganhar uma Pokéball legal (já que o Bertinho gastou tudo na Legião)
Roi, Leucro, né?
DeleteMEU DEUS DO CÉU, É SÓ UM CAPÍTULO LEUCRO HASUAUSHUAHUS
Jackson otaku é real e nos cura ahusauhshuahu Eu acho maravilhoso como esse trio já está se dando bem com alguns capítulos, eles tem objetivos em comum, então isso ajuda pra caralho na hora de escrever ahsuahushu
GET IN THE CAR, BITCH, LETS FIND SOME PREDAS hausahushuas
MARQUINHA QUE PASSA TÃO DESPERCEBIDA, FICO FELIZ QUE TENHA NOTADO <3
Lucio mal chegou na equipe e já sofre com a falta de planejamento dos protagonistas de não comprarem UMA POKÉBALL SEQUER hausahushuahush
CARRE AQUI, ENFERMEIRA JOY
Obrigada pelo comentário, Leucro
See ya
Por instantes eu pensai que a Hilda ia adotar os Tympoles todos que nem o Hilbert com o Woobats
ReplyDeleteBoatos que Hilbert e Hilda vão acabar com a fauna de Unova pq resolveram adotar todos os bichos ahsuahushuaush
DeleteHora de voltar para as aventuras de Chifrudo e sua trupe! <3 Olha só esse trio bonito saindo para sua primeira desventura juntos, que orgulho.
ReplyDeleteVocê sabe que sou apaixonado pela sua Lenora kkkkk Gosto muito dessa maneira discreta como ela cuida de todos e os incentiva sempre que pode. Vai deixar saudades!
Olha só para essas fofurinhas de Tympoles <3 Quanta coisa boa nesse capítulo! Teve referência à nossa música favorita, teve a Hilda mostrando que não veio a esse mundo pra ser protagonista fresca com nojo de sapinhos, e também os primeiros sinais da busca pelos fragmentos que está só começando!
Eu adoro essa ideia de sidequest com os personagens explorando as localidades da região. Uma fic de Pokémon sem florestas estaria incompleta, e é como dizem, se teve captura é canon! kkkkk
A fala da Hilda sobre amor e carinho foi a minha preferida, tenho certeza que o Lucio estará em boas mãos. E fiquei intrigado com a história da treinadora ser chamada Rosa, o que me faz pensar: seria a mesma Rosa que conhecemos de B2W2? E se for, estaria ela bem mais jovem nessa época que se passa as aventuras do Hilbert? Um baita background para ficarmos um tempão matutando sobre o significado kkkkkk Até a próxima!
Yoo Canas
DeleteEstou oficialmente trocando o nome da fanfic para As Aventuras do Chifrudo e sua Trupe, pq NPU é muito americanizado hasuahushua
OLHA ESSA MOLECADA BOTANDO O PÉ NA ESTRADA PRONTOS PARA DESTRUÍREM MEIO CONTINENTE
AWNNNNN OBRIGADA <3 Lenora foi uma personagem que eu tive certo carinho por causa do parentesco dela com o Jack, mas no final, ela fez o próprio caminho. Adoro personagens de suporte que fornecem informações, mas que não estragam a experiência de nenhum personagem. Isso dá uma liberdade para escolherem o próprio caminho ao mesmo que dá ao leitor uma sensação de objetivo a cumprir
A HILDA SEM NOJO DE SAPO É TUDO QUE EU ADMIRO PQ NEM FODENDO QUE EU PEGARIA ESSE FRAGMENTO AHSUAUHSHUA Mas adoro como Palpitoads são engraçados, eles tem uma expressão engraçada e uma animação fofinha, então, pq não?
Teve captura, teve fragmento da joia, é cannon haushuashu Lógico que eu não vou mostrar eles pegando fragmento por fragmento, mas acho que aventuras e quests assim ajudam demais na hora de trazer um senso de jogo de aventura pro leitor hausahus
Não é um capítulo sem terminar com falas fofas ahusahushu E, se permitido o spoiler: Sim, é a Rosa de BW2, PQ ESPERAR 2 ANOS QUANDO PODEMOS TER TODO MUNDO CONVIVENDO NO MESMO AMBIENTE? NPU tenta misturar ao máximo o elemento dos dois jogos <3 Isso pq vc ainda não viu o Nate por aí hausahus
Obrigada pelo comentário, Canas
See ya
Rooii Star!
ReplyDeleteFinalmente a entrada oficial do Jack no grupo e... o cara vai levar 30 volumes de mangá... A falta q n faz um Kindle na vida das pessoas. Pobre Vic, esmagado sem nem ver. Uma constatação que acabei de perceber é que se juntar todos 4, a quantidade de neurônios não chegou a 1,5 (só a Hildinha q salva) pq conseguiram ser roubados pela porra de um girino, nem foi um sapo, foi a porqueira de um girino.
Eu amei os Tympoles brincando com eles e pedindo comida. EU NUNCA ESPERAVA QUE GIRINOS FOSSEM FOFOS AGORA QUERO UM. Vendo pelo lado bom, a busca pelas partes da Light Stone começaram, imagino até o tanto de perrengues que eles ainda vão passar por causa delas kkkk.
O Lucio também é um pokémon muito fofo que com certeza terá uma participação importante no time da Hilda. O mistério que começa é se a Rosa é quem todos estamos pensando que é, pq das duas uma, ou ela é muito cuzona que abandonou o poke ou aconteceu algo muito ruim com ela. As duas alternativas são meio tristes se você parar pra pensar, mas estou aguardando o que você irá fazer.
O capútulo ficou ótimo, Star. Adorei a volta do clima leve de Aventura e exploração de rotas que ele teve. Ansiosa pela entrada do trio na floresta e por saber o que você prepara pra eles por lá.
Abraços e até o próximo cap!
Yoo Carol
DeleteFINALMENTE OFICIALIZAMOS O OTAKU NO GRUPO
Não tem graça não levar um monte de coisa inútil numa viagem, eu mesma faço isso o tempo todo hausuahshu
Você não sabe o medo que dá um girino pra Star, EU ENTENDO COMPLETAMENTE ESSES CARAS SENDO ROUBADOS HAUSHUASHUAHUS Quando a Inari chegar no grupo, os neurônios sobem pra 2 ahsuahushu
Eu acho fofissimos eles cantando e a BRIANNA QUASE MATANDO UM HAUSAHUSHU
Lúcio tem um puta background, é uma adição interessante para a Hilda, espero que ele encontre a Rosa
Obrigada pelo comentário, Carol
See ya
Yey primeiro fragmento!
ReplyDeleteMeu deus tem 3 no grupo agora e nenhum tem uma pokebola, to ouvindo a musiquinha meme do "vai dar merda vai, vai..."
O loco, primeiro dos mosqueteiro vai dar as caras na fic :) até o próximo Star!
Yoo Anan
DeleteAchamos 0,0000000000001% dos fragmentos e PUTA MERDA, VAI DEMORAR DEMAIS AAAAAA
Já pensou Anan? 3 protagonistas e NENHUM PASSOU NUM CP, MAS PRA CARREGAR MANGÁS ELES PRESTAM, PUTA MERDA! O destino de Unova tá na mão desses caras
Obrigada pelo comentário
See ya