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- Capítulo 27
Adorava
observar o jardim de inverno lotado de plantas pela manhã. Era um espetáculo de
natureza numa cidade tão “morta”. Muitos Pokémon insetos desfrutavam daquele
espaço, livres para irem e virem. Algumas Caterpies se sentiam confortáveis
para se tornarem duros Metapods por ali, ansiosos para logo alcançarem os céus
como Butterfrees, Sewaddles devoravam folhas, Burmys dormiam pendurados e até
um solitário Dwebble completavam toda aquela obra de arte.
Burgh
sorriu e soprou seu café, para assim, tomar um gole. Despertou de seus
pensamentos quando a porta de seu quarto abriu e de lá, Chansol, usando um
roupão, saiu enquanto secava o cabelo.
—
Bom dia – disse o diretor do museu ao ver o líder. – Deixou café pra mim?
—
Bom dia, querido – respondeu. – Deixei uma xícara esfriando pra você.
O
marido riu, agarrou a xícara e se aproximou da mesa de jantar onde o líder do
tipo inseto estava sentado, e se pôs na cadeira ao seu lado. Depositou um beijo
tímido em seus lábios e começou a observar o jardim de inverno.
—
Aquilo é um Caterpie novo? – questionou, apontando.
— É
sim, mais um que vai fazer desse cantinho, sua morada.
—
Não te parece irônico? – começou Chansol. – Numa cidade como Castelia, esses
Pokémon procuram nossa casa como abrigo. Enquanto nós usamos a mesma cidade
como abrigo de outros lugares. Ao mesmo tempo que ser ignorado é uma coisa boa
por aqui, é também ruim.
— O
que quer dizer?
—
Pensa bem. Viemos para Castelia porque sabemos que aqui, as pessoas são tão
focadas em suas próprias vidas que ignoraram se somos um casal ou não, já que
para eles, tanto faz – detalhou o Park. – Enquanto isso, na mesma linha de
ignorância, temos seres que ignoram a existência de outros a ponto de criarem
espaços que só servem para uma espécie.
—
Deixa eu ver se eu entendi – disse Burgh. Seu cérebro estava ainda raciocinando
o começo de um novo dia para entender a filosofia do marido. – Odiamos a
ignorância das pessoas, mas adoramos ela ao mesmo tempo, pois só assim podemos
ter uma relação em paz?
—
Basicamente sim – riu o outro. – Não é irônico?
— É
uma linha de raciocínio complexa. Tão complexa quanto a determinação daquele
garoto de ontem.
— Eu
gostei daquele jovem – confessou. – Ele me passou o mesmo ar que você quando
começamos a namorar. Você odiava me ver triste por causa do preconceito da
minha família, então teve um dia que você chutou o balde e enfrentou todos –
Chansol olhou para o outro, completamente apaixonado. – Você é incrível, Burgh,
só te falta um pouco mais de poesia para a vida. A mesma inspiração que teve quando
falou de sua paixão por Insetos.
— Eu
só... – Burgh bebeu o último gole do seu café. – Eu só acho que não consigo
enxergar coisas como antes.
—
Procure o artista dorminhoco dentro de você e o acorde. Estamos precisando.
Na
casa dos Foley, a agitação começou logo pela manhã. Hilbert estava sentado no
chão da sala, analisando cada um dos seus Pokémon fora de suas Pokéball.
Brianna ajeitava a folha em sua cauda, Wooby mantinha o foco no treinador,
Mirsthy comia uma pequena Oran Berry e Mushi, o novo Venipede, permanecia
silencioso e tímido.
— É
só levar o Wooby – sugeriu Hilda, por fim. – Burgh usa Pokémon do tipo Inseto,
e o Wooby tem golpes aéreos.
— Eu
não arriscaria todas as chances só nele – disse Jackson. – O Burgh tem em seu
time um Pokémon conhecido como Dwebble. Ele é do tipo Pedra e pode causar bons
danos contra um tipo Voador.
—
Sem contar que o Wooby e a Mirsthy já batalharam recentemente – completou
Hilbert. – Eu queria levar a Brianna. Sinto que ela pode ser uma boa aliada.
—
Leve a Brianna, o Wooby por prevenção e talvez seja melhor outro Pokémon com
vantagem também.
— E
o Mushi? – questionou Hilda.
—
Ainda é muito cedo pra entrar com ele em campo, não temos tanta afinidade – o
treinador acariciou a dura carapaça do inseto e sorriu. – Desculpe, carinha,
fica pra próxima – disse para o Pokémon, todo atento. – Eu deveria ter um
Pokémon do tipo Fogo. Me ajudaria tanto.
— Já
vou avisando que não entro em batalha – respondeu Vic logo de cara. – Mas
tem outros Pokémon de fogo nesse ambiente.
— Já
aviso que o Winston não pode entrar em batalha ou eu vou ter que voltar pra
delegacia – riu Jack, com pesar.
Hilbert
então virou-se para Hilda e correu de joelhos até seus pés.
—
HILDA, EMPRESTA O KOIN!
— O
quê? – a garota recuou um pouco, assustada. – O Koin não batalha, a única
função dele é ser mimado por mim!
—
Vamos Hilda, ele vai ficar bem! – implorou o amigo. – É só uma batalha,
precisamos garantir a vitória.
Hilda
suspirou e entregou a Pokéball de Koin à Hilbert.
—
Cuide bem dele...
—
Você é um anjo! – Hilbert pegou o objeto e o olhou admirado.
—
Acho que com essa questão resolvida, deveríamos ir ou ficaremos atrasados –
informou Jackson, se levantando. O trio preparava suas bolsas para tomarem o
caminho até o ginásio quando a porta principal abriu e Havana adentrou o
apartamento.
—
Cheguei – anunciou e olhou surpresa para o trio. – Oh, já estão de pé?
—
Estamos de saída, mãe – explicou a menina. – Vamos até o ginásio do Burgh.
—
Sair? Ah, não, não – a loira se aproximou. – Você tem um compromisso comigo
agora. Temos que ir na joalheria para ver as joias para seu aniversário e
provar seu vestido, temos um “sketch” pronto já.
—
M-mas mãe...
Havana
foi até a cozinha e cumprimentou Maisy.
—
Vem com a gente, irmã? – questionou a mais velha.
—
Vou ter que deixar pra outro dia, Havana – riu a mais nova, lavando a louça. –
Oliver pegou um leve resfriado e está de cama.
— Putz
– murmurou Vic, já sabendo o motivo.
—
Oh, que pena – lamentou a dançarina. – Será um dia de mãe e filha, não é, minha
querida? – sorriu a mulher com um sorriso tão sincero e convincente que Hilda
teve pena de dizer não.
—
P-Pois é – respondeu ela, sem graça. Ela se virou para o treinador: - Bem, vou
perder essa batalha – riu a garota. – Mas boa sorte, Hilbert. Cuida bem do
Koin.
—
Deixa comigo – sorriu o outro.
Hilbert
e Jackson adentraram o museu e o atravessaram com certa pressa. Naquela hora da
manhã, não havia tantos visitantes, a maioria eram apenas funcionários limpando
os quadros, esculturas e os corredores. O treinador se questionou se o palhaço
mímico de ontem estava por lá, mas não tinha tempo para conferir. Após
caminharem um pouco, finalmente adentraram no verdadeiro ginásio de Burgh, e lá
estava ele, parado, aguardando seu desafiante. Chansol, por sua vez, estava à
direita, posicionado com um pequeno apito no pescoço, indicando que ele faria o
papel do juiz.
Ansioso,
o menino trocou apenas alguns olhares com o líder, que parecia bem confiante.
Jack bateu de leve no ombro do amigo desejando-lhe um ‘boa sorte’ breve e indo
para o lado do diretor do museu.
—
Achei que iria desistir – brincou Burgh.
— Eu
não desisto dos meus objetivos – o treinador sacou uma Pokéball.
—
Será uma batalha 2x2. Ambos só poderão usar 2 Pokémon cada, o primeiro que
perder ambos, recebe uma derrota – explicou Chansol. – O desafiante tem
vantagem do primeiro ataque. Sem limite de tempo. Comecem!
Com
classe, o líder do ginásio arremessou sua esfera e assim, libertou seu primeiro
Pokémon para o embate. O pequeno inseto parecia bem tímido em sua carapaça de
pedra de formato circular. Mas fora toda a casa que carregava nas costas, a
criatura era um exímio inseto alaranjada com diversas patas e olhos curiosos. A
Pokédex, por fim, informou que aquela criatura era Dwebble, um Pokémon do tipo Bug/Rock-type,
como previsto por Jackson.
— Brianna,
eu escolho você! – anunciou o menino, liberando a pequena Snivy que parecia
ansiosa por mais uma batalha.
—
Uma escolha esperta. Vamos ver do que é capaz.
—
Vai se surpreender – Hilbert estendeu o braço para frente. – Bree, use Vine
Whip!
A
inicial de grama liberou as vinhas e começou a ricochetear o inimigo à sua
frente, mantendo certa distância já que não sabia como ele revidaria. Burgh
refletiu, o golpe ordenado não surtia grande efeito, então tinha tempo de se
planejar.
A
Snivy recuou seu golpe para se recuperar, então, o líder ordenou:
—
Vamos começar com Rock Polish.
Dwebble
se desfez de sua carapaça e começou a polir suas patas dianteiras, assumindo
novamente a pose de batalha. Desconfiado, porém, sem muito pensar, o treinador
ordenou um Tackle para sua companheira, que logo bateu em disparada em
direção à criatura laranja.
Mas
o que talvez Hilbert não soubesse é que o ataque utilizado pelo adversário
aumentasse a velocidade, e por consequência, o tempo de reação do pequeno
inseto, que ordenado pelo seu mestre, se esquivou, correndo para trás de sua
pedra.
A
Snivy encarou-o, um pouco irritada.
—
Use Smack Down!
Apesar
do tamanho, o Dwebble tinha uma grande força, agarrou sua pequena “casa” e
arremessou com impacto contra a pobre criatura de grama que voou para longe.
Era de se impressionar como aquela espécie carregava algo tão pesado em suas
costas.
Preocupado,
Hilbert procurou a Pokéball de Brianna no bolso para fazê-la recuar, mas a
Snivy soltou um grunhido de protesto, voltando para seu lugar no campo e
encarando aquele maldito ser. Estava determinada a não perder mais nenhuma
batalha sequer.
Naturalmente,
começou a rodar seu corpo e milhares de folhar começaram a surgir em volta,
formando um pequeno redemoinho.
— Leaf
Tornado – averiguou Jackson.
— Um
golpe novo? – sorriu o treinador da criatura. – Ok, Brianna, manda pra ele!
Saltando,
Bree lançou seu golpe que crescia conforme girava em direção ao pobre inseto,
esse tentou fugir, mas logo foi tomado pela fúria do golpe, rodopiou e caiu com
impacto no chão, fragilizado.
—
Foi uma reação divina – admitiu Burgh. – Mas essa batalha tá só começando. Sand
Attack.
Um
golpe já conhecido por Hilbert não lhe trazia grande apreensão, mas sabia que
aquele golpe, que foi usado para dificultar a visão dos participantes daquele
embate, poderia virar completamente o jogo.
—
Vamos usar Leaf Tornado novamente – ordenou o garoto.
O
golpe foi utilizado na mais pura sorte já que não se enxergava muito bem a
posição exata do Dwebble, e Burgh parecia satisfeito com isso, já que poderia
preparar o seu ataque surpresa de novo.
— Smack
Down!
Com
a velocidade aumentada graças ao poder do Rock Polish, o pequeno inseto
laranja pode surgir da direita da serpente de grama e atingi-la em cheio,
jogando-a contra o solo, o que a fez soltar um grunhido surdo.
Vic
espiou de dentro a bolsa do treinador para ver o que ocorria, viu Brianna caída
no campo e se encheu de preocupação.
— Ei,
Bree, não desiste não – disse, baixinho, onde só a inicial de grama poderia
ouvir. – Tenta prestar atenção nos passos dele. Esse desgraçado tem várias
patas, barulho é o que não falta.
A
Snivy se levantou e analisou o ambiente, o Dwebble tinha desaparecido novamente
graças ao efeito do golpe de areia. Hilbert não ordenou nada além de silêncio e
atenção para seu Pokémon. Burgh teve um pouco de receio, mas estava confiante.
— Smack
Down!
Brianna
pode ouvir o barulho nervoso das patinhas do inseto correndo na esquerda,
quando ele saltou e finalmente apareceu para arremessar sua pedra contra a
adversária, a inicial de planta usou um Vine Whip para agarrar o golpe e
impedir que o objeto a acertasse. O pequeno Pokémon laranja encarou aquilo com
um gelo na alma.
Vingativa,
usou seus chicotes para destruir a pobre casa do adversário.
—
Finalize com Tackle!
A
serpente mais do que depressa investiu contra o corpo do inimigo e o arremessou
para longe, sem tempo de reação e desprotegido, Burgh só viu o resultado
daquele round quando a areia cessou e o seu primeiro Pokémon estava caído,
desacordado.
Com
um sorriso de derrota, o líder retornou seu Pokémon e o ato foi repetido pelo
treinador, que agradeceu o bom trabalho de Brianna.
—
Você lidou bem com meu Dwebble, mas o meu próximo Pokémon vai te dar um pouco
de dor de cabeça – sacando uma segundo Pokéball, Burgh colocou seu segundo
Pokémon em campo.
A
expressão gentil e serena da criatura verde e amarela só mostrava o quanto ela
estava acostumada com batalhas. Um alto inseto bípede se apresentou, com olhos
vermelhos, folhas cobrindo o corpo como roupa, pernas finas e braços que
pareciam lâminas, esse era Leavanny, o Pokémon destaque do líder de Castelia.
Hilbert
sabia que aquele seria um desafio maior, mas ele também tinha um truque na
manga.
—
Conto com você, Koin!
O
Tepig de Hilda foi liberado e ele olhou confuso para o ambiente. Onde estava os
petiscos? Os cafunés de Hilda? O que estava acontecendo?
—
K-Koin, desculpa ser um pouco repentino. Mas a Hilda te emprestou para mim e eu
preciso da sua ajuda – explicou o treinador. – A Hilda precisa da nossa ajuda.
Vai me ajudar?
O
pequeno porco analisou os movimentos ansiosos do garoto e reconheceu o nome de
sua tão amável mestra, então sabia que estava em boas mãos e tinha uma missão a
cumprir. Se posicionou com as quatro patas abertas e fez uma expressão
confiante.
—
Comecem – anunciou Chansol.
—
Koin, ataque com Ember!
Apostando
em golpes efetivos, o inicial de fogo lançou poderosas brasas em direção do
inseto, mas Burgh parecia pronto para os espertinhos de plantão que achavam que
ganhariam facilmente.
—
Use Protect.
O
Leavanny uniu os braços em um X contra o peito e criou uma bolha em volta do
seu corpo, que bloqueou completamente as chamas do adversário. Refletindo,
Hilbert sentiu que teria que abaixar a defesa primeiro, então ordenou um Tail
Whip. O porco se aproximou do adversário, a bolinha na ponta do seu rabinho
torcido emitiu um brilho avermelhado fraco e ele começou a balançar de um lado
para o outro, distraindo o inseto gigante.
— Tackle
agora! – ordenou o treinador de Tepig, logo em seguida.
—
Contra-ataque com Cut! – comandou Burgh.
O suíno
foi o primeiro a disparar, ele era meio lento apesar de não ser muito grande,
mas estava ganhando boa velocidade para impactar o adversário, que por sua vez,
logo se livrou do efeito do golpe anterior e partiu para cima.
O
movimento do Leavanny foi tão rápido e preciso que quase ninguém viu exatamente
o que aconteceu, o que deixou até mesmo o Tepig confuso. Ele só percebeu que
tinha sido atingido quando uma dor súbita em seu corpo o fez ceder um pouco.
Rápido como uma lâmina, os braços do Pokémon de Burgh chegaram a brilhar de tão
afiados.
—
Você não é o primeiro e nem o último a trazer um Tepig para batalhar contra meu
Leavanny, Hilbert – disse o líder, um pouco debochado. – Não ache que simples
brasas e golpes baratos vão me derrubar.
—
Está bem confiante pra quem está perdendo, Burgh – retrucou Hilbert. – Eu vou
conseguir o brinco de você. Está comigo, Koin?
O
pequeno inicial se levantou e grunhiu animado, pronto para mais uma rodada.
—
Ataque com Ember!
—
Use Cut para cessar as chamas e ataque! – ordenou o líder.
O
porco obedeceu ao seu comando e não economizou em disparar dezenas de brasas
enquanto o Leavanny quebrava uma por uma até o momento em que voltou a fazer um
novo golpe transversal e derrubar o Tepig novamente.
Aquela
disputa não parecia ter fim, ainda que Koin estivesse sofrendo mais e mais danos
graças ao simples golpe do Cut, ele parecia determinado em continuar,
lançando cada vez mais do seu Ember que algumas vezes conseguia atingir
o corpo magro do Leavanny. Foi na quinta recaída que Hilbert, desesperado,
pegou a Pokéball do pequeno mamífero para trazê-lo de volta. Talvez Brianna
pudesse dar conta daquele inseto.
Mas
o grunhido de negação do Tepig o impediu. O inicial de fogo se levantou mais
uma vez, iria até o fim de sua missão para ajudar Hilda e seus amigos.
Ofegante, ele soltou um grunhido mais alto, como um grito de guerra e logo em
seguida, o que ninguém esperava era que um brilho acometeria o corpo de Koin.
Aquele
brilho era de evolução. De quadrupede para bípede, o corpo de Koin se assumiu
oval, suas pernas eram curtas e seus braços, fortes, o padrão de cores se
mantinha, com detalhes novos, como a substituição da esfera vermelha em sua
cauda para um emaranhado de pelos desajustados. Uma expressão de confiança e
duas presas inferiores amostras completavam o que era aquela criatura: Um
legítimo Pignite.
—
MEU ARCEUS, O PORCO EVOLUIU! – exclamou Hilbert, eufórico. Mas logo sua
felicidade passou quando ele se lembrou de Hilda, então sua expressão mudou
para desespero e medo: - Meu Arceus, o porco evoluiu...
Mas
Koin não parecia se importar com a aflição do garoto. Seu corpo logo se
encobriu de chamas mais poderosas num ataque conhecido como Flame Charge
e partiu em direção do Leavanny, que parecia interessado em ter um oponente a
altura, literalmente.
O
porco atacou, mas o inseto revidou com um Protect, que não pareceu ter a
mesma força de proteção como antes, o desespero tomou conta até mesmo de Burgh
quando aquela bolha trincou, prestes a explodir.
—
Fuja daí, Leavanny! – gritou o líder do ginásio.
Velocidade
ainda era o ponto forte daquele Pokémon, com agilidade e precisão ele cessou
seu golpe e começou a fugir daquela criatura enfurecida. Foi quando Burgh logo
em seguida ordenou que o Pignite fosse interrompido com um golpe conhecido como
Sting Shot.
Da
boca do inseto, um fio de seda foi arremessado como uma corda e acertou a perna
esquerda do adversário e o derrubou de cara.
—
Koin! – exclamou Hilbert. – Consegue se levantar? Usa aquele golpe de novo!
— Struggle
Bug! – ordenou Burgh.
Uma
aura vermelha cobriu o corpo de Leavanny e a mesma atacou diversas vezes o
Pignite que lutava pra se libertar. Era incrível como mesmo com a evolução
recente, o Pokémon do líder continuava a dar trabalho. Burgh estava se sentindo
tão vivo que poderia fazer um quadro sobre aquela batalha.
—
Meu Arceus, garoto, acho que nem ligo para quem vai ganhar – comentou,
eufórico. – Eu com certeza vou querer registrar esse momento naquela parede – e
ele apontou para a tela em branco que tinha comentado no dia anterior.
Hilbert
olhou em direção ao que estava sendo apontado e seus olhos passearam para cada
figura desenhada naquela parede até a figura de um Combee, Pokémon original da
região de Sinnoh, lhe chamar a atenção, e por algum motivo, sua memória o levou
para a conversa que tivera com o palhaço mímico no dia anterior. “Parede”,
“Mel”, “Combee”, essas eram as palavras ditas pelo artista. Com um sorriso de
canto de boca, o garoto disse:
— É
hora do Detetive Hilbert entrar em ação – e se virou para seu Pokémon. – Koin,
use toda sua força para acertar uma investida naquela parede!
Todos
os outros presentes olharam atônitos para o comando do treinador, mas o Pignite
estava disposto a obedecer a tudo e como um touro enfurecido, usou uma
investida pesada contra a parede, que apesar da aparência robusta, não passava
de uma drywall, paredes de gesso finas que podiam ser facilmente
derrubadas para mudanças futuras em um ambiente, e é claro, graças a sua
facilidade em derrubá-las, não demorou para que viesse tudo abaixo. Mas o que
mais surpreendeu foi que se revelou logo atrás.
Potes
e mais potes de mel estavam empilhados como se estivessem armazenados por anos ali.
—
Mas o que é isso? – questionou Burgh, intrigado.
—
Bem, esse prédio foi uma fábrica de mel no passado – comentou Chansol. – Mas eu
nem podia imaginar que havia mel estocado ainda. Isso explica o cheiro de mel
que se alastra pelo museu as vezes.
—
Como sabia disso, Hilbert? – questionou Jackson.
— Um
palhaço mímico me contou ontem sobre uma parede com um Combee e mel – respondeu
o treinador, ainda meio surpreso. – Mas não sabia que era real...
— E
achou que seria uma boa ideia testar justamente na parede que eu estava
pintando? – questionou Burgh, irônico.
—
Foi mal...
Uma
quinta pessoa adentrou para interromper pela segunda vez aquela batalha. A
roupa social o deixava diferente, mas aquele rosto era reconhecível por
Hilbert.
— O
palhaço! – apontou ele. – É você!
—
Desculpe interromper vocês – começou ele, sem graça. – Mas eu devo explicações.
—
Quem é você? – questionou Chansol.
— Eu
fui o último diretor da fábrica de mel que era instalada nesse museu – disse.
O
homem começou a explicar sobre a falência de sua fábrica com termos que o
treinador não entendia e nem queria, até que ele chegou a explicar que guardava
um estoque de mel escondido para alguma emergência, mas o próprio tinha
esquecido dele quando a mudança foi feita.
— E
porque não veio falar comigo? – questionou Chansol.
—
Porque eu sou extremamente tímido – o empresário coçou a garganta. – Tá sendo
um sacrifício falar com vocês agora – ele riu sem graça. – Aí me disfarcei de
palhaço e esse jovem treinador foi o único a me dar atenção.
—
Foi bem trabalhoso desvendar esse mistério – Hilbert se gabou. – Mas eu
consegui.
— Eu
irei tirar todo esse mel se me permitirem.
— Claro
– respondeu Burgh. – Mas só precisamos terminar essa batalha.
—
Putz, tinha quase me esquecido – riu o treinador. – Koin, volta aqui, vamos
voltar e-
Aquele
estoque de potes de mel tinha deixado Koin completamente maravilhado e faminto,
seus olhos brilhavam. Sem muita noção de física, o Pignite puxou um dos potes
de mel e o abriu para comer, mas aquilo acabou por derrubar uma fileira de pelo
menos vinte potes, que se partiram e mancharam o campo de batalha.
—
Koin! – exclamou o garoto.
Leavanny,
que até o momento observava tudo, começou a se sentir enjoado com o cheiro
exagerado daquele doce, tentou cobrir as narinas para evitar o pior, mas logo
caiu nocauteado no chão.
—
Leavanny! – gritou o líder, preocupado.
Chansol,
que estava completamente confuso, anunciou.
— O
Leavanny de Burgh está... fora de combate? O vencedor é o desafiante Hilbert!
O
treinador olhou surpreso para o líder e para o juiz, ainda incrédulo, fora a
vitória mais diferente de toda a sua curta carreira.
—
Pelo menos foi uma doce vitória – comentou o garoto.
Já
fora daquele ambiente que estava sendo devidamente limpado e os potes de mel
que tinha sobrado sendo levados embora, Burgh, Chansol, Jackson e Hilbert
conversando na sala do diretor do museu.
—
Primeiramente, parabéns pela vitória, Hilbert – começou o líder. – Você merece
isso – ele estendeu a mão aberta onde além do fragmento da Light Stone, estava
também uma pequena insígnia com detalhes em dourado que remetia a uma folha. –
Acho que essa foi a Insect Badge que eu mais tive orgulho de entregar.
Você despertou uma inspiração em mim que há muito tempo não tinha. Esbanjou
criatividade e nem se importou muito com tipagem – sorriu. – Estou ansioso para
fazer quadros e mais quadros sobre nossa batalha e expor por todos os cantos.
—
Muito obrigado, senhor Burgh – orgulhoso de si e do seu time, o menino pegou os
objetos, guardando cada um em seu devido lugar. – Desculpe pela parede.
—
Não se preocupe, existem muitas paredes brancas por aí precisando de cores –
sorriu o líder. – Mas agora, acho que vocês querem ouvir informações sobre a
Light Stone.
Jackson
assumiu a conversa:
— Na
verdade, minha tia, Lenora, nos disse que você poderia nos informar sobre
Junsei Kurosawa. Ele parece ter sido alguém completamente ligado às duas
esferas.
E
Chansol entrou na conversa também.
—
Nesse caso, sou eu que devo explicações – sorriu o diretor, por fim. – É uma
longa história, então peço que sentem e prestem atenção.
A
conversa durou um pouco mais de duas horas, e já passara pouco mais da hora do
almoço quando Jack e Hibert tomaram o caminho de casa para contar tudo à Hilda,
que provavelmente deveria estar nos nervos.
A
dupla adentrou o apartamento da família Foley e se dirigiu até a sala, lá, se
encontraram com uma Hilda sentada no sofá com a mãe, Havana e ambas usavam uma
máscara de aparência cremosa no rosto. A menina se levantou aos ver os amigos:
—
Ah, finalmente chegaram! – disse ela, se aproximando. – C-Conseguiram?
Os
dois se entreolharam e Hilbert mostrou suas conquistas para amiga. Ela não
conteve a empolgação e abraçou os dois.
—
Vocês são incríveis! – sorriu, animada. – Como o Koin foi?
—
Ele foi o destaque da batalha! – empolgou o treinador. – Ele levou a Leavanny
do Burgh sozinho e-
Quando o garoto buscou a Pokéball do bolso, lembrou-se
do infeliz fato da evolução de Koin, engoliu seco e entregou para a amiga.
— Erm, Hilda, eu preciso te contar algo.
Mas a garota ignorou, abraçando a esfera com orgulho.
— Ah, meu Arceus, você é meu orgulho! – sorriu,
pressionando o botão para liberar a criatura. – Vou te encher de beijos e
abraços – abrindo os braços pronta para receber um pequeno Tepig em seus
braços, ela com certeza não estava fisicamente preparada para um peso de um
Pignite que caiu como três sacos de arroz em cima da garota, derrubando-a.
— Então, Hilda – Hilbert começou. – Sobre o Koin...
Ele... meio que evoluiu...
Hilda encarou o menino, séria.
— Hilbert, cadê o meu porco?
— O-O Koin agora é um Pignite – ele respondeu, meio
recuando.
— CADÊ O MEU PORCO, HILBERT?! – a primeira reação dela
foi agarrar as orelhas do amigo, claramente possessa e irritada com a
maravilhosa surpresa do menor.
— FOI MAL, HILDA! AI! AI!
— Filha, a ideia de usar uma máscara relaxante era
justamente para te manter calma – ironizou Havana, fechando uma revista.
— Além do mais, nós conseguimos informações – disse
Jackson, calmo, mas que chamou a atenção de Hilda.
— Sobre a Light Stone? – ela questionou, curiosa.
— Chansol nos explicou tudo – respondeu o arqueólogo.
– E tem um lugar onde podemos conseguir mais respostas.
— E qual é?
Jack olhou para os dois mais novos, Hilbert assentiu
com a cabeça, confiante. Logo depois, o mais velho do trio olhou para a menina:
— Nós vamos para Johto.
Bertinho, você só tinha uma tarefa que era cuidar do porco da Hilda! HAHAEUHEH Os dois iniciais representaram nessa batalha, tudo muito bem descrito. No fim das contas eu gostei da forma como você planejou o plot do mímico e o mel, assim como essa busca do Burgh por recuperar o brilho nos olhos referente à suas pinturas. "Ainda existem muitas paredes por aí precisando de cores", a criatividade nunca se esgota! Nosso Bertinho está crescendo e deixando sua marca, estou ansioso para ver o crescimento desse time, até porque já temos alguns sinais de que ele está querendo equilibrar seus tipos. Na próxima vez não acho que a Hilda vai emprestar o Koin, ou ele pode acabar voltando como um Emboar kkkkkkkkkk
ReplyDeleteOpaaa, é assim que eu gosto quando os capítulos terminam, já deixa o leitor ansioso e sem conseguir parar! Vamos ver o que Johto nos aguarda, e tenho certeza que será inesquecível.
Yoo Canas
DeleteHILBERT, CADÊ O PORCO???
Estava na hora da Brianna brilhar, mesmo que isso signifique que ela tenha que destruir a CASA DE UM DWEBBLE! Mas o KOIN CARA, essa cena foi inspirada no mangá, onde a White surta pq o Black evoluiu o Tep dele haushaushu
Hilbert mudando as pessoas e Burgh voltando a enxergar a criatividade que há dentro dele <3 E NUNCA MAIS A HILDA DEIXA O PORCO NA MÃO DO BERTINHO
Terminamos o capítulo com mais um CLIFFHANGER COMO EU SEMPRE FAÇO AAAAAAAAAA
Obrigada pelo comentário, Canas
Te vejo em Johto
See ya
Eae, tranks?
ReplyDeleteCerto, nesse capítulo temos a batalha de ginásio. Hilbert parece estar ficando melhor, ganhou de 2×0.
Não quis usar o Vanipede por que ele não tinha intimidade, mas pegou o Pokémon de outra pessoa. Acho que isso quer dizer que o Hilbert e a Hilda estão em união parcial de bens.
A batalha num geral foi boa, principalmente Pignite vs Leavanny. Apesar de eu não gostar da resolução com a parte do mel.
Então é assim que eles vão pra Johto. Eles vão ir e voltar antes do niver da Hilda? Boa sorte.
E é isso, Star. Até mais ver!
Salve Alefu
DeleteHilbert está evoluindo como treinador, ele só precisava de um incentivo ahusahushu União parcial de bens foi foda huasuhahushua
Essa batalha foi só pra explicar pq o museu tinha cheiro de mel hausahushuahus Hora de ir pra Johto! Não se preocupe, voltaremos a tempo, qualquer coisa, eu roubo o Celebi do Leucro e é isso haushuashu
Obrigada pelo comentário Alefin <3
See ya
OH CORNO, O QUE TU FEZ COM O MEU PORCO?
ReplyDeleteEu adoreeei batalha, mas Hilbert, como você não avisa para o pobre porco que vai entrar em uma batalha de ginásio? Se a May fizesse isso com o cagão do Nigel com certeza ia perder por WO.
ReplyDeleteMelhor parte do capítulo: "CADÊ O MEU PORCO, HILBERT?!". HILBERT VOCÊ SÓ TINHA UM TRABALHO e o pobre do bacon virou uma feijoada comunitária completa.
Eu jurava que a parte do mel ia terminar com o porco comendo o mel e ganhando um mega boost, mas assim também foi ok. Fiquei surpresa também do Burgh não ter surtado, na verdade, achei ele até bem legal.
Finalmente teremos a gostosa que merecemos. Inari vem ai ole ole olá.